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Sobre o ‘rótulo’ do envelhecer e outros rótulos

Já falei que detesto rótulos? Essa mania besta que a sociedade tem de querer dividir todo mundo em determinados ‘potinhos’?

São tantos… signos, gênero, cor, religião, preferência afetiva, torcida… enfim, é preciso que as pessoas pertençam a alguma categoria! E que elas se comportem como tal, claro! Obviamente no dia a dia brinco muito com isso, por exemplo a questão do horóscopo, mas daí a acreditar que 7 bilhões de pessoas possam ser divididas em 12 personalidades vai uma distância enorme!

Mas o etarismo é um dos rótulos mais pesados na nossa sociedade, e principalmente no mercado de trabalho. Aparentemente após os 40 você deixa de ser produtivo. É tipo um número cabalístico ‘etarístico’. Inclusive os RHs, que têm mais de 40, 50 anos, discriminam candidatos acima de 40 anos! Será que ainda estamos no tempo da estiva em que a força física é necessária para desempenhar nossas funções corretamente?

Voltando aos rótulos… aí algum gênio criou o rótulo master do mercado consumidor e do mundo corporativo: as gerações! Baby boomers, Geração X, Y, millenials, e agora a Alfa, que está chegando no mercado de trabalho agora. Essa rotulagem preconiza que cada uma nasceu em momentos diferentes, principalmente no que se refere ao desenvolvimento tecnológico, e subentende que cada uma delas fica parada no seu tempo e na sua tecnologia. Por essa vertente eu ainda deveria estar parada na TV de tubo e telefone fixo!

Esse tipo de rotulagem só piora preconceitos já existentes, e demonstra uma profunda ignorância de quem faz essas avaliações. E principalmente de quem desconsidera um currículo acima dos 50 (baby boomer) por acreditar que essa pessoa não conhece as novas tecnologias, e portanto terá dificuldade em se adaptar e executar suas funções.

Sempre fui uma pessoa avessa a rótulos, e menos ainda me sujeito ao que é ‘aceitável para a minha idade’ (ou gênero, ou cor, ou religião, etc.), seja roupa, tecnologia ou estilo de vida. Já falei sobre isso aqui: https://belasurbanas.com.br/quando-eu-for-crianca-de-novo/

Depois dessa história aí, por coincidência, e aos mais de 50, resolvi arriscar mudar de empresa, e cheguei numa que não me perguntou a idade na entrevista, que tem diversos funcionários da minha faixa, mas também muitos jovens, desde aprendizes de 16 anos. Uma mescla etária que dá gosto de ver! E que respeita cada um pelo valor que tem.

Ah, quando falamos dos mais ‘sêniores’ não estamos falando apenas da experiência não… recentemente numa mudança de plataforma de comunicação interna, quem estava encabeçando? A cinquentona aqui… e a nova plataforma de CRM, quem apoiou a implementação, treinando os times? Novamente a cinquentona aqui… quem ensina os estagiários e analistas júnior a usar as novas funcionalidades dos novos modelos dos celulares? Aqui todos ensinam o que sabem, qualquer que seja a idade.

Pois é… sempre fui ‘early-adopter’ de novas tecnologias, novos sistemas, novos layouts, e em geral estou abraçando e encabeçando mudanças em qualquer lugar que eu esteja, e isso não mudou, mesmo depois dos 50!

Rótulos apertam, são pegajosos, incomodam. Assim, nunca os ‘vesti’. E assim continuarei!

Tove Dahlström – Bela Urbana, mãe, avó, namorada, ex-mulher, ex-namorada, sogra, e administradora de empresas que atua como coordenadora de marketing numa empresa de embalagens. Finlandesa, morando no Brasil desde criança, é uma menina Dahlström… o que dispensa maiores explicações. Na profissão, tem paixão pelo mundo das embalagens e dos cosméticos, e além da curiosidade sobre mercado, tendencias de consumo, etc., enfrenta os desafios mais clichês do mundo corporativo, mas só quem está passando entende.

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