Anos e anos sem nos encontrar!
A gente brincava de bola, de passa anel, de telefone sem fio, de boneca, de carrinho, de teatrinho, queimada, e brincava e brincava….. Incansavelmente.
Fomos a tantos aniversários regados a k-suco, comemos tantos canudinhos, brigadeiros, bolos feitos e enfeitados em casa.
A gente chegava no portão e gritava o nome do outro.
Depois a gente começou a descobrir a paquera, a delícia de sair nos sábados à noite, ir às lanchonetes sem os país!
Depois começaram os namoros, veio a faculdade (essa nos colocou em tantas cidades diferentes…), as cartas escritas à mão nos atualizaram.
Formaturas, casamentos, empolgação, adaptações, filhos…..
Vixi! E não é que demos conta das contas pra pagar? Dos empregos desafiadores? Do fim de alguns amores?
Oftalmologista passou a ser visita obrigatória.
Começamos a encarar – com o coração quebrado – as primeiras mortes de avós, pais, até mesmo de alguns amigos.
Começaram alguns incômodos físicos, pressão alta, colunas pedindo calma, dores inexplicáveis de vez em quando.
Tudo começou de novo igual e um pouco diferente, através dos primeiros netos (descendentes diretos do nosso ventre e os do coração). A redescoberta do amor mais puro do mundo, a lágrima escondida depois dos primeiros passos, as festinhas de escola, os leva-e-traz do balé, da natação. Tudo de novo.
E através dos olhos já um pouco cansados, de mãos mais prudentes, de uma mente mais seletiva, estamos encontrando nosso “novo” lugar neste mundinho tão bom!
Sim, estamos envelhecendo.
Às vezes dói perceber que o tempo não faz pausas.
E neste momento, ao desviar a atenção de nós mesmos, temos que ser mais rápidos que o Flash.
Porque viver o nosso tempo é espetacular, digno de gratidão, de celebração.
E faremos isso: um grupo de mais ou menos quarenta mulheres que se conhecem desde pititicas.
Em outubro nós nos encontraremos.
Tô mortinha de saudades!