Se pudesse retroceder como o filme Click, diria, começa tudo de novo, 2020, rewind!
Futuro incerto, presente confuso, passado em nostalgia. Estamos todos retrocedendo ou progredindo? Tem gente por aí, com um otimismo exacerbado, chega a ser até inocente, mas respeito… essas pessoas sempre são necessárias para o equilíbrio do Universo. Quem me dera ser assim… dizem por aí que o coronavírus veio para transformar o mundo, que as pessoas vão mudar a forma de conviver e serão muito mais amorosas e resilientes. Vamos dar mais valor a família, ao marido, a mulher, aos filhos…
Será que essas afirmações fazem sentido? Será que é saudável conviver forçadamente com o outro 24 horas por dia? Na maioria das vezes acredito que estamos tentando suportar a convivência com as pessoas que amamos. Amar não significa viver 24 horas! O homem é livre por natureza, e necessita de espaço para poder voltar com vontade de estar junto. As pessoas em suas casas estão literalmente estafadas, desgastadas fisicamente e emocionalmente. Por acaso é normal ser o assunto mais esperado do dia, o que vamos almoçar? E depois? O que vamos jantar? Todos estamos numa linha tênue de limite emocional.
A realidade é outra, casamentos irão se dilacerar, pais e filhos irão se estranhar, muita gente se sentindo sozinha, no seu mundo e sem saída. Essa é a real também! Pais enlouquecidos com os filhos em casa cheios de tarefas escolares, onde as escolas impiedosamente massacram. Jovens limitados, cheios de pensamentos borbulhando, ansiosos, angustiados e nós adultos, segurando a onda gigante que nos afoga. Um pouco de otimismo: claro que tem dias de sol, de vida, de garra e de alegria. Mas nossos sentimentos estão confusos, mudamos de opinião trinta vezes por dia.
O que éramos antes, não seremos mais… uma tristeza carregada nos olhares, com máscaras brancas, coloridas, estampadas. Tem de tudo! Espero e tenho fé que o ar que se respira seja livre novamente.
Vejo a minha árvore do meu quintal e agradeço por estar viva!