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Depois daquele dia

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Dia azul. Acordou se olhou no espelho, com sono, preguiça, mas atrasada. Eu não tinha essa ruga aqui, pensou. Respirou fundo, jogou água gelada no rosto.

Dia cinza. Sim, o dia ficou cinza. Às 12h00 pontualmente hora de parar, para comer, tempo corrido, só uma hora. Se não bater o cartão na hora, perco meia hora. Menos meia hora por cinco minutos, não concordo com isso, pensou. Engoliu a comida junto com os outros.

Anoitecer frio. Vento, chuva fina, barulho na rua. Naquele terminal central, várias como ela. Ela olhava os rostos das outras, mais velhas, mais novas, moradoras de rua, trabalhadoras, crianças no colo, guardas municipais, seguranças disfarçadas, crentes, doentes, dormentes. Rugas em todas as testas…

Noite quente. No ônibus tirou da bolsa o batom vermelho. Minha boca é bonita, pensou. Olhou para as outras no ônibus. Lotado, apertado, fedido. Colocou seu batom vermelho. Olhou no espelhinho que tinha na bolsa, se sentiu bonita. A moça do lado a olhava, ela sorriu aquele sorriso cúmplice. Passou o batom para a outra, que por usa vez passou para a outra e assim por diante para todas as mulheres daquele ônibus.

Sem perceber formaram ali uma confraria e juntas se sentiram mais fortes. O batom vermelho, o escudo, a força, assim como Sansão com seus cabelos.

Cansadas, iguais, diferentes, mas depois daquele dia… os dias nunca mais foram tão iguais.

10959308_10203700598545176_5268303932415920241_n Dri perfil

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e 3bis Promoções e Eventos www.3bis.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

 

 

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E o que a vida me ensinou até agora?

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Aprendi que um sorriso faz milagres, além de te deixar mais bonita.

Descobri, a duras penas, que às vezes, desistir de um sonho não é fracasso e sim inteligência e auto-preservação…

Que quem a gente ama e nos ama de volta está sempre ali, por mais longe que esteja fisicamente.

Que chorar faz parte do processo, mas se afundar, não. Não pode.

Que cortar ou pintar o cabelo quando se está triste adianta, mas só na hora.

Que comer brigadeiro é a sempre melhor pedida: na tristeza e na alegria.

Que você pode não entender seus pais e certamente eles não vão te entender, mas eles podem ser sempre um “lugar para voltar”.

Que olhar para dentro é necessário, como é necessário mudar quando você já não se reconhece mais quando se olha.

Que relações – de qualquer tipo- são difíceis, mas podem ser prazerosas e construtivas.

Que fugir e se esconder não adianta, alguém ou o seu medo sempre te acha.

Que ter fé ajuda e liberta, independente do que você acredita.

Que uma ou várias taças de Chaddornay fazem toda a diferença.

E que não importa o que você faça, o dia vai nascer amanhã. E a responsabilidade é toda minha pelo o farei com ele…. e que ainda falta muuuuuito para eu aprender.

12507504_864760573644811_8622203985550743298_n Marina Prado

Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa gemiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!

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Forte

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Quando as impossibilidades se somam,

Eu me faço possível.

Quando os medos abraçam,

Eu beijo a coragem.

Quando a insônia assusta a noite,

Decido ser manhã.

Quando tudo perde o rumo,

Meu pensamento é norte.

Se o vento é forte,

Eu viro vela.

Quando os invernos invadem a alma,

Meu olhar se primavera.

E quando tudo é sal,

Sorrio mel.

E se tudo vai ao chão,

eu me desdobro céu.

Os degraus mais intrigantes

Eu os subo de salto alto.

Quando não há mais espaço,

Eu crio em mim um mundo à parte.

Sinto muito, meus caros,

Mas desistir não combina

Com a cor do meu esmalte.

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Alda Nilma de Miranda – Bela Urbana, publicitária, autora da coleção infantil “Tem planta que virou bicho!” e mais 03 livros saindo do forno. Gosta de tudo que envolve tinta e papel: ler, desenhar e escrever, mas o que gosta mesmo é de inventar motivos para reunir gente querida. Afinal, tem coisa melhor que usar o tempo para estar com os amigos?

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Não me deixe só

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Ela havia chegado há pouco a São Paulo. Pelo menos foi isso que o porteiro do prédio me disse. Apaixonei-me por ela logo no primeiro dia em que a vi. Sou um homem sensível e tenho uma vocação danada por me apaixonar subitamente por boa parte das mulheres que cruzam o meu caminho. Da mesma forma, e sem explicação aparente, todas essas paixões se dissolvem no ar em poucos dias. Vou da felicidade à desilusão amorosa num curto espaço de alguns dias. Mas o fato é que com Nandinha foi diferente. Era assim que eu carinhosamente a chamava depois que a conheci de verdade naquele fatídico dia. Fernanda, a minha Nandinha, era atriz, tinha vinte e três anos e um corpo trabalhado pela dança. Seu rosto tinha a graça e a delicadeza de uma menina e seu olhar a força de uma mulher. Seu cabelo preto e comprido repousava suavemente pelo seu dorso de um lado e se perdia pelas costas do outro. Sua roupa moderninha, numa mistura de atriz e bailarina, era o toque final. Foi o golpe que faltava. Era como se todas as qualidades de mulher se resumissem ali diante dos meus olhos. Não me contive. Me precipitei no corredor e abri a porta do elevador. Ela me sorriu meio sem jeito e entrou. Entrei atrás dela e num impulso fui logo me apresentando. Bom dia, eu sou o João. Ela só me disse: “Eu sou a Fernanda”. Percebi, nesse momento, um certo ar de nervosismo em seu olhar. Logo imaginei: “Claro, ela também se apaixonou por mim. Ai meu deus…encontrei a mulher dos meus sonhos”. Ao chegar no térreo, ela saiu do elevador sem dizer nenhuma palavra. E eu fui direto no porteiro que me deu a informação que a Nandinha, por enquanto Fernanda pra mim, era nova na cidade. Nem precisa dizer que daquele instante pra frente, resolvi investir naquela nova paixão. Todos os dias, pela manhã, planejava cuidadosamente para que o acaso me fizesse encontrá-la na porta do elevador. Eu repetia o mesmo ritual de sempre. Abria a porta, lhe dava bom dia e ela me respondia com aquele sorriso enigmático e algo de tensão estava sempre presente em seu olhar. Passaram-se dias e aquela cena se repetia. Tempo suficiente para que eu, na minha santa inocência, achasse que aquele algo mais, aquela tensão em seu olhar e a pressa latente em seu jeito, eram indicadores fortíssimos de que alguma coisa existia entre nós. De fato existia, mas ainda não era entre nós.

Lembro-me bem daquele dia. O dia em que decidi ser mais incisivo com ela. Aquela manhã no elevador meu coração batia tão forte que tive medo que ela ouvisse ele pulando dentro do peito. Chegamos ao térreo e eu não tive coragem de fazer nada. Resolvi então segui-la. Nós morávamos em um prédio que ficava em cima da estação Vila Madalena. Ela saiu pelo portão da frente e logo desceu as escadas do metrô. Fui atrás dela. Eu sentia que tinha que ser naquele dia. Iria me declarar no vagão lotado se sentisse que seria o momento. Ela percebeu que eu a seguia. Olhou pra trás num momento e sorriu. Entramos no mesmo vagão, mas cuidei pra não ficar excessivamente próximo. Apenas o suficiente para que nossos olhares se alcançassem. Percebia a cada instante que seu olhar se transformando. Mas comecei a achar que aquilo tudo não era fruto de uma paixão que ela supostamente sentia por mim. Tinha algo de pavor em seu olhar. Na estação Sumaré, com a luz do dia, vi que ela estava um tanto quanto pálida. Deve ser alguma coisa que ela comeu no café da manhã, eu pensei. Não demorou muito. Na verdade nem um minuto para eu descobrir o que estava por trás daquela palidez e nervosismo. Saímos da estação Sumaré e mergulhamos na escuridão dos túneis. Um pouco antes de chegar a estação Clínicas, o trem parou. Imediatamente nos olhamos e o seu semblante era de pânico total. Sem entender nada comecei a caminhar em sua direção. Nesse exato momento, o sistema de auto-falantes do metrô nos informou que havia ocorrido uma pane elétrica e que ficaríamos parados ali por, pelo menos, 10 minutos. Nem bem havíamos recebido a notícia e, já sentindo calor pelo ar condicionado insuficiente, as luzes se apagaram. Continuei caminhando. Eu sabia a quantos passos estava dela. De repente sinto o seu corpo encontrando o meu. Senti o seu abraço. Retribui imediatamente. Só ouvia o meu coração bater e o coração dela vibrar junto ao meu peito. Ela começou a tremer e a chorar baixinho. Sem entender nada, continuei firme no meu abraço acolhedor. Ela chegou com a boca próxima ao meu ouvido e baixinho me disse: “Não me deixe só”. Voltou a me abraçar apertado e não disse mais nada daquele momento em diante. Minha cabeça começou a rodar. Sentia que era a pessoa mais importante do mundo pra ela naquele momento. Mas isso não tinha nada a ver com as histórias e fantasias de amor e paixão que viviam invadindo meus pensamentos até aquele dia. Resolvi também não dizer nada. Meu sexto sentido – eu sou um homem que tem sexto sentido – me disse pra ficar quietinho. Foi o que fiz. Quando a luz acendeu e o trem voltou a andar, nos afastamos e nos olhamos profundamente em silêncio. O trem parou na estação Consolação. Ela soltou dos meus braços e desceu. Fui para o trabalho em silêncio. Naquele dia fiquei muito calado. Algo tinha de muito importante tinha se passado comigo e eu não entendia o que. Na volta pra casa, ao abrir a porta do apartamento, encontrei um bilhete no chão. “Tem algo a meu respeito que você precisa saber. Venha até meu apartamento. Te espero hoje”. Tremi de nervoso e ansiedade. Não sabia se era mais a paixão que em movia. Talvez fosse esse mistério. Tomei banho, passei meu melhor perfume e fui até o apartamento dela, que era o 210. Toquei a campainha. Ela abriu a porta. Seu cabelo molhado revelava que ela também havia saído do banho há pouco. E seu vestido descompromissado e pés no chão eram sinais claros de que ela estava á vontade comigo. Seu apartamento tinha poucos móveis, mas tudo o que havia era muito colorido. Muitas fotos de teatro espalhadas pela parede e um forte cheiro de incenso no ar. Ela abriu uma garrafa de vinho, colocou Ella Fitzgerald pra tocar. Tomamos o vinho em silêncio, apenas nos olhando. O seu olhar, agora, era diferente do olhar de todos os dias. O meu sentimento, agora, era o mais confuso de todos os tempos. Nem bem acabamos a primeira taça, ela se aproximou de mim e me deu um longo beijo. Mais tarde ela me disse que aquele beijo era só um agradecimento por eu tê-la salvado naquela manhã. A verdade é que pouco me importou se o beijo era ou não um ato de gratidão. Sua boca era macia e doce como nenhuma outra. Em silêncio nos amamos. Quanto mais o tempo passava, mais confuso eu ficava. No jantar, ainda naquela noite, foi tudo esclarecido. Ela me contou sorrindo, depois de eu dizer todos os sinais de estar apaixonada que ela havia me dado nos dias anteriores, que na verdade tudo aquilo que eu via era claustrofobia. Sim, ela tinha um trauma de infância por ter ficada trancada dois dias no porão da sua casa. Por isso, o seu olhar tenso no elevador e o desespero quando o metrô parou. Meio passado, perguntei então porque ela não descia de escada e andava de ônibus. Ela riu mais uma vez e explicou que descia de escada sim, mas que ficou sem jeito quando eu corri e abri a porta do elevador para ela entrar. E que como eu fazia todo dia a mesma coisa e ela não queria ser indelicada, ela pegava o elevador todos os dias. Desconsertado perguntei: “E o metrô?” “O metrô”, disse ela. “É mais rápido que o ônibus. Não vou ficar perdendo tempo só porque tenho medo”. Depois daquela noite continuei descobrindo coisas preciosas da Nandinha. Pela manhã, descíamos juntos escada abaixo e vez por outra combinávamos um ou outro jantar. Um dia eu preparava a comida. No outro ela fazia dança do ventre. Eu lia um poema, ela fazia cafuné. Eu mordia o seu pescoço, ela dormia abraçada ao meu peito. Éramos felizes de verdade. O meu relacionamento mais longo e o único que eu não entendia, apenas sentia. Freqüentamos todos os cinemas e exposições da cidade. Fui ver muitas de suas peças. Namoramos durante dois anos. Ela no apartamento dela e eu no meu. Mas por mais intimidade que tínhamos um com o outro, jamais chegamos ao sublime daquele dia no metrô. Talvez ela não consiga isso com nenhum outro e comigo a mesma coisa. Tive certeza disso numa noite fria de julho. Cheguei em casa com duas garrafas de vinho e a esperança de uma grande noite entre nós. No entanto, por debaixo da porta um bilhete. Gelei. Algo me dizia que a notícia não deveria ser boa. Abri o papel e estava escrito. “Tive que fazer uma viagem às pressas pro exterior. Eu volto. Não me deixe só”. Bebi todo o vinho aquela noite. Fiquei em silêncio. Nada de perguntas. Foi assim que começou e é assim que deve ser agora. Sabia que a nossa história havia sido única. Nunca a esqueceria. Ela nunca voltaria e eu nunca a deixaria só. Mas como disse, sou um homem sensível. Saí de casa sem rumo na manhã seguinte. Logo na primeira esquina, uma nova paixão. A bunda mais perfeita que eu já vi. Mas essa é outra história.

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Gil Guzzo – Belo Urbano, é autor, ator e diretor. Em teatro, participou de diversos festivais, entre eles, o Theater der Welt na Alemanha. Como diretor, foi premiado com o espetáculo Viandeiros, no 7º Fetacam. Vencedor do prêmio para produção de curta metragem do edital da Cinemateca Catarinense, por dois anos consecutivos (2011 e 2012), com os filmes Água Mornas e Taí…ó. Uma aventura na Lagoa, respectivamente. Em 15 anos como profissional, atuou em 16 peças, 3 longas-metragens, 6 novelas e mais de 70 filmes publicitários. Em 2014 finalizou seu quinto texto teatral e o primeiro livro de contos. É fundador e diretor artístico do Teatro do Desequilíbrio – Núcleo de Pesquisa e Produção Teatral Contemporânea e é Coordenador de Produção Cultural e Design do Senac Santa Catarina. E o melhor de tudo: é o pai da Bia e do Antônio.

 

 

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EU LUTO CONTRA A CULTURA DO ESTUPRO

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Há cada 11 minutos uma mulher é estuprada no Brasil.

Um em cada 3 brasileiros acredita que a mulher é culpada por ter sido estuprada e normaliza a violência sexual contra a mulher.

Poderia eu aqui questionar os resultados das pesquisas ou a metodologia de estudo estatístico, afinal não há nenhum dado que deva ser considerado exato e imutável numa sociedade dinâmica e em constante transformação. Mas hoje não. Hoje quero falar de nossos medos, nossa luta, nossa obrigação de ensinar as futuras gerações a respeitarem e também lutarem pela liberdade das mulheres.

Desde criança fomos educadas para termos medo do nosso próprio corpo e da nossa própria condição de sermos mulheres.

Menina não senta de pernas abertas porque é feio!

Menina não fala palavrão porque isso é coisa de menino!

Menina de família não sai na rua essa hora!

Menina decente se dá ao respeito e não bebe, não fuma!

E tantas outras afirmativas que lutamos para desconstruir e ensinar às gerações seguintes que é possível ser o que queremos desde que não violemos o direito do outro.

Mas por que algumas reações ficam enraizadas no inconsciente (ou consciente) da condição de ser mulher dominada por uma sociedade patriarcal?

A mulher quando é assediada na rua, por exemplo, abaixa a cabeça, acelera o passo e só quer sumir daquele lugar o mais rápido possível. Afinal, nos sentimos culpadas por termos provocado o instinto sexual do sexo oposto e convivemos com a conivência do machismo arraigado nas entranhas da sociedade dominada pelo homem.

Ouvir um grito de “gostosa” pode ser considerado para alguns como o reflexo da aceitação da fêmea- padrão na sociedade. Não é difícil os machistas afirmarem que “nem o peão da obra achou ela gostosa”, como se esse um sinal de selvageria fosse o aval necessário para a mulher se considerar aprovada ao macho alfa.

A objetificação do corpo feminino é utilizado como meio de venda e divulgação de produtos e convivemos com isso com a mesma naturalidade que baixamos a cabeça, aceleramos o passo e nos calamos perante os assédios, abusos e estupros.

Não! Não pode ser assim! Temos que gritar, lutar, enfrentar!

Recentemente fui assediada na rua e enfrentei o assediador. Parei de andar, me virei para a direção dele, olhei bem nos olhos dele e perguntei se ele não se envergonhava de me tratar daquela maneira, de falar aquelas obscenidades a uma desconhecida. A reação dele? Pediu desculpas. Justificou que estava um pouco bêbado e pediu desculpas. Foi para o outro lado da rua, de cabeça baixa e não cruzou mais meu caminho.

Por conta disso eu continuo acreditando que ensinar quem não sabe é a melhor forma de luta. Se não pode me respeitar espontaneamente eu exijo respeito, se não pode me considerar igual porque sou mulher eu exijo igualdade, se não pode bater suas próprias asas eu alçarei voos altíssimos para exigir que todos sejam livres e responsáveis por suas escolhas.

Enquanto houver uma mulher tendo sua liberdade e seus direitos arrancados eu estarei lutando e gritando por todas nós, pois é minha obrigação me fazer entender e explicar que ser mulher é ser livre para estar aonde quiser, fazer o que quiser, com quem quiser, quando quiser.

E como disse o jornalista e escritor Xico Sá: “Por mais que você, homem sensível, diga que sente na pele, jamais sentirá o pavor de vislumbrar no beco a ameaça do estupro que ronda as mulheres no Brasil.”

Portanto, continuemos na luta, pois para nós mulheres chegarmos até aqui, muitas de nós ficaram pelo caminho.

Nossa obrigação é gritar para o mundo que exigimos respeito e igualdade para sermos verdadeiramente LIVRES.

Dedico esse texto às Simones, Marias, Fridas, Cecílias, Lygias, Clarices, Márcias, Vivianes, Luisas, Lauras, Rosas, Terezinhas e tantas outras anônimas que constroem a nossa história com coragem, ternura, lágrimas e sorrisos.

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Denise Alcântara – Bela Urbanas, socióloga e professora, pessoa livre nas ideias, no pensamento e nas atitudes. Minhas inquietações me mobilizam e motivam o meu aprendizado constante.

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Projeto de assessoria financeira – depoimento da consultora 1

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Crise tem o lado bom. Estimula a criatividade. Na crise somos obrigados a sair do lugar confortável e achar novos caminhos e saídas para as dificuldades.

Essa crise financeira de 2016 atingiu muitas pessoas e empresas. Tenho conversado com pessoas que estão enfrentando esse novo cenário econômico, pessoas que perderam seus empregos, pessoas que tiveram que renegociar seu modelo de trabalho, pessoas que estão partindo para outras áreas, pessoas usando suas reservas etc. A crise existe, mas as contas não param.

Eu mesma estou me reinventando nesse cenário e outro dia em uma dessas conversas com uma amiga, recebi a proposta de atuar como sua consultora financeira pessoal, pois me disse que está muito preocupada com suas reservas e com suas contas que nunca fecham. Detalhe, é uma pessoa muito competente em sua profissão e que tem um bom salário.

No primeiro momento fiquei com um certo receio, afinal sou publicitária. Como gosto de um desafio e tenho meu próprio negócio, há 24 anos, aceitei o convite, afinal, sempre cuidei também da parte administrativa das agências Modo e 3bis e sempre tive empresas saudáveis financeiramente.

Já fizemos alguns encontros para eu entender o cenário que ela se encontra. Coloquei alguns questionamentos que prontamente ela não soube me responder. Confesso que fiquei um pouco assustada com a falta de conhecimento da sua própria vida financeira, pois são questões tão básicas e simples que o correto é que todos saibam, mas ela não sabia, como imagino que muitas pessoas não saibam. Meu papel agora é ajudar, orientar, ensinar, se ela não tivesse essas dificuldades eu não estaria aqui prestando esse serviço.

Então, nessa crise, estou usando esse meu conhecimento que sempre utilizei somente para meu benefício para ajudar outra pessoa e vejo que existe uma oportunidade disso ser algo que eu possa também vender como serviço.

Bom, combinamos que vamos relatando os sentimentos, os passos dados, a visão dela e a minha. Ela preferiu não se expor e eu concordo com ela, mas no meu caso, posso me mostrar.

Vou escrever uma vez por semana sobre esse projeto. Adorei o desafio, espero que gostem também e que tirem lições, pois eu tenho certeza que tirarei novas. Vamos em frente.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e 3bis Promoções e Eventos www.3bis.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :)

 

 

 

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Quando a alma está nua

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Se você quer me conhecer, além do que vê por fora, além da casca do corpo, vou te contar um “segredo”. Sou daquele tipo “menina normal”, sem grandes mistérios, com muitas fases. Mas acima de tudo, sou de um tipo raro: eu tenho a alma nua. Não, não se choque com isso e nem me venha com pudores.

Olhe mais a fundo. Mistérios solucionados. Não disfarço alegrias, tristezas e indignações. Não controlo isso. Minha alma tem vontade própria e fala…

É fácil entender um sorriso, a agitação das minhas mãos quando falo ou quando estou em silêncio, o meu bufar quase imperceptível quando estou contrariada. É tão simples. Basta olhar para dentro da casca, que está tudo ali. Um mapa de emoções cristalinas. Alma tão nua, a ponto de ser tola perante muitos.

Uns dizem que sou boba por ser tão transparente… outros dizem que é mostra do meu coração gigante. Não sei e na verdade não me importo. É assim que sou em essência. E isso não se muda e ponto. E mudar para que? Um curso no Tablado quem sabe me faça aprender a disfarçar.

Mas aonde isso me levaria?

Sigo sendo eu: de alma nua. Confundindo quem não vê além da casa… pois é melhor a nudez incompreendida do que uma vida pela metade.

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Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa gemiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!

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Processo de assessoria financeira – depoimento pessoal 2

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Hoje tive o primeiro encontro com a consultora financeira. Sim, uma mulher, afinal, com certeza terá sensibilidade para entender algumas das minhas fraquezas.

Engana-se quem pensa que estou falando de bolsas e sapatos, falo de gastos com filho, família e amigos.  Sim, me rendo às necessidades do meu filho, que muitas vezes não são necessariamente necessárias. Rendo-me a  bons restaurantes com a família, e por fim, me rendo a encontro com os amigos!

Nota 3 – rendida (se tiver curiosidade, a nota 1 e 2, encontram-se o depoimento pessoal  1.

Neste primeiro encontro, fui questionada em relação as minhas entradas e saídas, quanto ganho e onde gasto.

Essa parte me pareceu fácil, se não fosse por alguns detalhes que não soube responder prontamente, como por exemplo?

_ A conta que tem no banco, quanto custa? Você participa de programa de recompensa de seu banco? Seu cartão é internacional? Quanto custa?

_ Você tem a média dos gastos que não são fixos, mas são previstos?

Hummmm, a essa altura, percebi que nada sei em relação ao meu orçamento.

E por aí foi… foram muitas perguntas, algumas respostas certeiras e muitas questões a descobrir!

Resultado? Lição de casa!

Durante todo o mês de setembro, será necessário registrar todo e qualquer gasto e ainda, apontar a forma de pagamento, à vista, cartão de crédito, usou o ticket refeição, cheque, enfim…

Para a primeira semana de sontrole, tenho que  identificar o tipo de conta que possuo no banco, se disponho de um programa de recompensa, quanto pago pela conta, bem como identificar quais produtos, como investimentos diversos, ou ainda, empréstimos que no meu banco.

Conclusão: A primeira coisa é compreender o meu status financeiro atual!

Por enquanto é só, semana que vem tem mais!

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Mirela N. – Bela Urbana, faixa dos 30 e tantos anos, que está em busca do equilíbrio financeiro, principalmente agora que está com medo de só poder se aposentar com 65 anos. 

 

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Fragmentos de um diário – 19

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Mudanças no ar.

Quantas tem acontecido nos últimos dias! No trabalho, na minha vida pessoal, de todo lado mudanças.

Uma especialmente me pegou de surpresa, como é a vida, como sempre digo que tudo tem seu momento certo, mas nem sempre de onde estamos entendemos isso e aceitamos isso. Essa notícia é boa, é muito boa, mas confesso que ainda estou um pouco assustada com a rapidez dos fatos e como vou organizar minha vida.

Na Bíblia tem um texto muito bonito que fala que tudo tem seu tempo, não sei as palavras certas desse texto, mas fala que temos a hora de descansar e a hora de trabalhar.

Tenho trabalhado bastante, mas também tenho estado mais presente com meu filho, ainda não é o que acho ideal, mas já melhorei muito.

Apesar de ninguém ainda conhecer meu blog (só a C) prefiro dar a notícia pessoalmente, mas depois que eu me sentir mais tranquila.

Estou feliz, bem feliz.

15 de setembro – Gisa Luiza – 36 anos

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas nesse blog. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa :). A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza

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Minha Opinião

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Minha opinião é minha

Precisa ser respeitada

Por mim

Principalmente por mim

Às vezes é deixada de lado

Mas grita, esperneia

Até se fazer respeitada

Até ser ouvida sentida

Dolorida ou divertida

Ou blasé

Enfim

Que assim seja

É a minha opinião

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Synnöve Dahlström Hilkner Bela Urbana, é artista visual, cartunista e ilustradora. Nasceu na Finlândia e mora no Brasil desde pequena. Formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCC. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação, tendo trabalhado também como tradutora e professora de inglês. Participa de exposições individuais e coletivas, como artista e curadora, além de salões de humor, especialmente o Salão de Humor de Piracicaba, também faz ilustrações para livros. É do signo de Touro, no horóscopo chinês é do signo do Coelho e não acredita em horóscopo.