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O QUE PROCURA?

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Você procura um esconderijo?

Você procura um abrigo?

Você procura comida?

Água?

O que procura?

A cura?

A culpa?

A capa de aço?

Um dia já foi…

outro vem

No caminho pedras,

ruas, carros…

No caminho a noite

No caminho um novo dia

Você procura um caminho

e um carinho.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos do projeto. Publicitária, empresária, poeta e autora de contos. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. 

 

 

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Na sala de espera

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Tanto silêncio não era normal, era exatamente o que podemos chamar de oposto à normalidade.

Depois de anos, talvez 10 ou 12, encontrarem-se cara a cara na recepção do pediatra era algo inesperado.

Ela vinha de dentro correndo atrás da filha pequena de cabeça baixa, ele entrou com um bebê no colo, quase bateram de frente.

– Oi – ela disse surpresa e com sorriso e ele sério e também surpreso respondeu: – Oi.

Ela pensou: – Nossa, que bebê lindo.

Ele pensou: – Ela continua bonita.

A esposa dele entrou em seguida e ambas se cumprimentaram com um oi também.

Ela pensou, admirada: – Sorriu.

A outra pensou, satisfeita: – Engordou.

O marido dela também estava por lá, naquele momento em uma conversa com o filho mais velho sobre dinossauros.

A recepção era grande, repleta de cadeiras, mas todas estavam vazias, com exceção das utilizadas pelas duas famílias com seus dois filhos. Sim, ambos têm dois filhos com idade parecida, porém invertida.

Ela teve o menino e depois a menina. Ele, a menina e depois o menino.

Crianças costumam interagir com as outras espontaneamente e rapidamente; não demorou muito e os dois mais velhos de ambas as famílias começaram a brincar juntos na varanda ao lado.

Na imensa recepção o silêncio era total e constrangedor, silêncio assim tão de propósito é só quando se quer dizer algo sem dizer nada. Um silêncio que diz tudo, todos sabem, mas fingem que não, fingem que tudo está normal. Silêncio assim nem entre estranhos.

– Que longa espera – pensava ela.

– Acho que conheço esse homem – pensava o marido dela.

Ele olhava sua filha brincar com o menino, não queria olhar muito, mas olhava de canto de olho e pensava:

– E se um dia casarem? E a voz da sua consciência o repreendia: – Pare, Gilberto, ela só tem 7 anos. Mas mesmo assim ele continuava com seus pensamentos: – Seria engraçado o casamento. Seus pensamentos continuavam: – Não quero minha filha casando com esse menino. Olhou o menino e viu nele o pai, a repulsa foi instantânea.

Ela, no outro canto, olhava a mesma cena e pensava: – Ficaram amigos… Já pensou se um dia namoram, casam e me dão netos? Olhou para a menina, que naquele momento falava dando ordens para seu filho, e pensou: – Deve ser autoritária como a mãe. Meu filho merece coisa melhor.

O silêncio continuava e de tão profundo foi possível ouvir uma abelha que se suicidou no abajur.

Agora ele olhava a filha pequena dela, não conseguia tirar os olhos e pensava: – Pare de olhar, vão pensar que você é um pedófilo.

Mas ele queria ver se a menina parecia com ela, e por uma dessas coincidências do destino a menininha usava uma camiseta da Minie, exatamente como a primeira vez que ele viu a mãe dela aos 15 anos de idade com uma blusa também da Minie entrando pela primeira vez na sala de aula onde eles estudaram juntos.

Lembrou da cena e do que pensou também com seus 15 anos: – Vou casar com ela.

E agora pensou de novo: – Não casei.

Ela também não conseguia tirar os olhos do bebê e pensava: – Será que seria tão bonito se fosse nosso? Perguntava-se em pensamentos e completava: – Como parece com ele!

Ele olhava e menininha e pensava: – Parece com ela.

O silêncio se quebrou, chamaram a família dela para a consulta.

– Melhor assim – tiveram os dois o mesmo pensamento.

A consulta foi detalhada como sempre, a pediatra era muito atenciosa, mas estranhou desta vez a mãe tão quieta e perguntou:

– Beatriz, está tudo bem?

– Claro, Dra. Ione, por que não estaria?

– Estranhei você tão quieta desta vez, não me fez nenhuma pergunta, até o Renato falou mais que você.

Renato, o marido, quase nunca abria a boca, era simpático, vivia sorrindo, foi a primeira coisa que a encantou naquele homem e também a primeira que a desencantou. Sorrir para tudo beira a demência…

A verdade é que Beatriz não conseguia tirar o encontro da cabeça, lidar com o inesperado é desconfortante e dá fome. Sim, uma fome repentina apareceu.

Pensava: – Mas que fome fora de hora é esta?

A fome crescia, o estômago começou a doer.

Na sala de espera a outra família continuava sozinha, o pai cuidando do filho, isso era comum quando estavam os quatro juntos, ele sempre cuidava do menino, mas hoje, ali, naquele momento na imensa recepção, sentia algo diferente, uma inquietude alegre, vontade de querer algo, de querer algo mais; uma inquietude estranha, o que fazer com aquela sensação? Uma inquietude triste, de ter claro de ser só uma vontade que vai morrer e não vai sair do lugar… foi quando sua mulher berrou bravamente:

– Gilberto, olhe direito o bebê, ele quase caiu.

Aquele berro histérico e a cara brava da esposa o trouxeram de volta a sua realidade.

Na sala da médica a consulta terminou, foi mais rápida que o normal. Ela não parava de pensar em comida, aliás, só pensava em certos doces… olho de sogra, bem-casado, olho de sogra, bem-casado. Ria sozinha, com fome, com gula e descia a escada com a filha no colo, o estômago doía, a fome aumentava, a escada lhe pareceu bem maior do que era. A cena estava sendo vivida em câmera lenta e seus pensamentos iam para o bem-casado, o olho de sogra, e como um estalo veio então a vontade incontrolável de beijinho… hum, ah, beijinho.

Chegou no pé da escada, ela olhou para o casal na recepção, ele gelou, olhou profundamente para ela, a mulher também olhou e foi logo dando tchau toda sorridente, com ar de superioridade, ela respondeu com um sorriso de forma educada, mas pensou: – Nunca foi simpática comigo…

Beatriz não entendeu que, sendo a outra a Dona do marido, a dona dos filhos daquele homem, a rival desejada por ele, e que ela sempre soube, era hoje somente um desejo que ela nem queria saber se era vivo ou morto. Desejo mesmo Beatriz tinha naquele momento por beijinho, muitos beijinhos, já Gilberto fechou os olhos, voltou no tempo e desejou o desejo do passado e passado estava Renato, sorrindo, é claro, e sem nenhum desejo naquele momento, sem nada ter percebido, nem se incomodava com o pernilongo que não parava de lhe sugar o pescoço.

Agora as crianças deram tchau sorridentes, mas crianças é outra história e essa fica para depois.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas os contos do projeto. Publicitária, empresária, poeta e autora de contos. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. 

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O bloqueio e a ilusão

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Ser ou não ser? Eis a questão… ou bloquear ou não? Eis a ilusão.

Nos dias de hoje, bloquear alguém no facebook e whatsapp é sinal de poder. Uns se justificam dizendo que é auto preservação, mas muitas vezes é apenas uma forma de mostrar como você tem poder de deletar a pessoa “non grata”, indigna.

O ser humano realmente se ilude achando que tem a capacidade de desconectar relações.  Quem já não ouviu numa roda de amigos? Terminei com “fulano”, terminei com ‘beltrana”, o bloquei no face e no whatsapp. Ah! santa ilusão, beira a uma inocência arrogância.

Saudades dos tempo da brilhantina, dos anos 80 que se tinha a decência de se discutir, olhar no olho, chorar, romantizar, fazer acontecer…isso se chama atitude!  Bloquear, não. Isso não é atitude, é apenas ilusão, que os tempos modernos virtuais criaram para mais uma vez nos distanciarmos dos outros e de nós mesmos. Agora desbloquei, agora ele merece falar comigo! Sem palavras…sem coração.

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Macarena Lobos –  formada em comunicação social, fotógrafa há 20 anos, já clicou muitos globais, assim como grandes eventos, trabalhos publicitários e muitas coberturas jornalísticas. De natureza apaixonada e vibrante, se arrisca e segue em frete. Uma grande paixão é sua filha. 

 

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Fragmentos de um diário 4

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Ler seu passado, seu diário, seu diário muito antigo, o começo da sua adolescência, é como revirar uma gaveta guardada, mas deixar tudo revirado. Se reler para se entender.

O que mudou? Muiiiiitas coisas, mas algumas ainda persistem, não sei se é bom ou mal, não sei o que é. Percebo que uma energia que vive ali, é como se aquele tempo estivesse vivo em algum lugar, aquela história de estar tudo sempre acontecendo ao mesmo tempo, muito louco isso e essa sensação.

Se reler, como quem lê um livro, é desconfortante.

21  de abril – Gisa Luiza – 46 anos

Adriana Chebabi

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos. A personagem Gisa Luiza do ‘Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza.

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Sobre comida boa…

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Adoro cozinhar, tanto quanto adoro comer e sempre tive uma questão a rondar minha mente: o que é comida boa?

Como publicitária que sou,  comecei a procurar informações sobre o assunto e encontrei várias justificativas: comida boa é comida farta, comida boa é aquela feita com bons ingredientes o Chef tem que conhecer técnicas etc e tal…

Concordei com cada uma das justificativas, mas nenhuma  me satisfazia por completo, até que um dia… num evento cujo o foco era a harmonização de vinhos e gastronomia eu tive uma experiência que abriu meus horizontes. Uma das participantes me chamou e quando cheguei perto para atendê-la ela começou a dizer que me adorava e começou a me abraçar chorando e quando eu me mostrei perdida com a situação, ela virou para mim e disse: eu precisava te agradecer pois a sua comida é a melhor que eu já experimentei, pois lembra a da minha avó… e isso se repetiu em algumas outras ocasiões com variações do tipo: minha infância, mãe, uma ocasião  especial…  eu cheguei a conclusão de que comida boa é aquela que alimenta não só a fome, mas sim aquela que nos traz emoções, memórias afetivas.

Hoje, sempre que vou pensar num cardápio, penso antes na história daquela comida, nas tradições envolvidas, no que posso oferecer de memoria a respeito daquilo.  Quer fazer um jantar, um café ou qualquer encontro gastronômico de sucesso?

Procure na sua própria historia o que lhe traz boas memórias e apresente aos seus amigos. Você vai ver o sucesso que isso faz.

Bom apetite!

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Adriana Rebouças – Formada em Publicidade, cursou gastronomia no IGA – São José dos Campos Publicitária de formação e Chef por paixão.

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A motivação para a mudança

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Não sei o que motiva as outras pessoas a mudar, mas comigo sempre foi nos momentos mais difíceis, naqueles momentos em que nada parece fazer mais sentido, e é daí que me vem a motivação, a vontade de melhorar, pois sempre se pode melhorar. É daí que sinto minha força, me sinto viva, e minha alma se enche de esperança… Onde renascem sentimentos que realmente importam, amor… pelos amigos, pela família, pelos bichinhos de estimação, por tudo o que realmente vale a pena.
Amor deve ser demonstrado e falado sempre! Amor não pode ser desperdiçado, tem que ser aproveitado em toda sua plenitude, e assim vamos cultivando a nossa essência… nós somos aquilo que vivemos, ou melhor, da forma como conduzimos nossas vidas e de nossa capacidade de transformar situações desastrosas em oportunidades reais!!!
Mudar é bom, é renascimento, nos torna mais vivos, e principalmente, nos traz esperança!!!!
Então eu pergunto, porque resistir à mudança? Deixo a vida seguir e quando chegam as oportunidades, me agarro a elas, quando chegam as pessoas que amo, me agarro a eles, e meu coração se acalma e tudo faz sentido!

 

Valéria de Laet, publicitária, atuou 20 anos na área de produção de filmes publicitários e de eventos.
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Aconteço

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E amolo,

e adoro,

e adormeço,

e estremeço.

Entre linhas,

entre ideias

entre você.

Eu aconteço.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias  e poesias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos. 

 

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PRECE para as Mães

Independente de qualquer religião ou da falta dela, essa prece é para as mães.

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Deus cuide das mães para que as mães cuidem de seus filhos.

Proteja as mães, sejam elas de qualquer idade, qualquer religião, de qualquer classe social, com qualquer grau de instrução.

Proteja por favor as mães, para que elas possam continuar a proteger seus filhos quando pequenos, e também, ensiná-los a irem se protegendo à medida que crescem.

Força para as mães, porque é preciso força para enfrentar as cabeçadas dos filhos. Essas cabeçadas doem em dobro nas mães, literalmente as cabeçadas dos tombos que deixam “galos”, que os filhos berram de dor e de medo,  e também,  das cabeçadas que os filhos adolescentes e adultos muitas vezes insistem em levar por não ouvir, por querer experimentar o que as mães já sabem não ser bom.

Deus, piedade das mães que sofrem por dores que nunca vão passar, mas que o tempo, somente ele, poderá consolar e talvez até confortar. Que esse tempo não demore tanto tempo para elas.

Que venham alegrias para as mães e elas possam comemorar os passos, os acertos, as conquistas de seus filhos. Que as mães escutem aplausos.

Perdoe os erros das mães, faça-as se perdoarem. Sabemos que cada mãe faz o seu melhor e por isso o mundo é tão diverso e interessante. As mães precisam aceitar e entender isso; a responsabilidade pela escolha do caminho é individual  – do filho.

Perdoe também as mães impositivas, cabeças duras e intolerantes. Ajude-as a aprender a apreciar as borboletas amarelas do caminho.

E por fim e com muita força, que essa prece rogue para que mãe nenhuma desista de seu filho. Por mais difícil que seja, que nenhuma mãe desista, mas que tenha sabedoria para superar problemas e que acima de tudo haja amor, em qualquer fase da vida delas e de seus filhos.

Amém e feliz dia das mães (todos os dias).

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos. Deseja um feliz dia das mães para todas as mães e quer curtir esse dia com seus filhos e sua mãe 🙂

 

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A LETRA

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A letra de alguém diz muito sobre ela.

Imprimi a alma em palavras.

Abre a porta do coração.

Lendo a letra, vejo seu dono.

É uma aproximação.

…Em certos momentos chega a ser tão próximo que é como vê-lo pelado.

Sem amarras, sem fantasias.

Pelado, puro.

Mas a letra muda da mesma forma que a pessoa muda.

Me vejo e me lembro nas minhas várias letras e nos momentos daquelas minhas letras.

Com 10, com 14, com 26, com 40 anos, minhas formas, todas eu.

Que pena que tanta facilidade para digitar nos distância da letra a mão.

Nos distância de conhecer e reconhecer as pessoas pela letra.

Nos distância de sermos reconhecidos.

Nos distância de conseguir enxergar e ficar próximo da essência – da letra – de alguém.

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 Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos. 

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Penso?

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“Penso, logo existo” já dizia Descartes.

Existimos e sempre pensamos? Essa é a questão. Infelizmente a resposta é não. Fazemos muitas coisas no automático, sem nos aprofundar nas questões. Somos rasos muitas vezes, por preguiça, por pressa e pela falta de entendimento que é preciso pensar para acertar.

Acertar na resposta, acertar na tarefa, acertar na opinião. Independente da opinião, quando digo acertar é ter opiniões mais amplas sobre o que falar e para isso é preciso pensar, se aprofundar nos temas.

Estamos vivendo a geração – independente da idade cronólogica – do curtir e compartilhar, muitas vezes compartilharmos sem ler, muitas vezes fazemos parte de uma moda – só porque está na moda – sem realmente gostar ou se interessar por aquilo. Geração medíocre a que não pensa e se não pensa, como existe?

Existe no automático, no CtrlC CtrlV, existe para estar na moda, seja da passeata, seja dos livros de pintar para adultos. Cada um é livre ou pelo menos deveria ser, livre para escolher onde andar, o que comer, o que usar, mas a partir do momento que deixamos de questionar e pensar, perdemos nossa liberdade e nos tornamos fantoches.

É mais fácil ser um boneco manipulado do que um ser pensante. É mais fácil fazer o que está na moda e que todos fazem, independente de se gostar ou não, afinal, se todos fazem isso deve ser bom, isso é ”in”, depois é só tirar umas fotinhos e colocar no instagram e no facebook e ver quantos “likes” receberá. Aliás, os ”likes” são a cereja desse bolo amargo. Existem pessoas que já estão viciados em “likes”, mas esse assunto eu deixo para outro dia.

Somos cada vez mais acessados, é um bombardeio de informações por todos os lados, especialmente pelas redes sociais e whatsapp; apitos e barulhinhos que nos chamam a todo momento e tiram nossa atenção. Como se aprofundar em algo sendo solicitado a todo tempo? Você já se perguntou se todas essas solicitações contribuem naquele momento para algo positivo para você? Ok, é uma piadinha legal, ok, é uma foto engraçada, ok, é um vídeo  emotivo. Vamos ser sinceros é muita coisa e muita coisa para coisa nenhuma, que gera ansiedade de dar conta de tudo, inclusive da piada, e no final, nessa roda viva, deixamos de pensar e usamos o automático.

Qual seria a solução? A solução é individual, cada um que encontre sua saída, não quero me colocar como autoridade na solução,  não sou e não a tenho.

O que tenho claro é que devo pensar, escolho assuntos que me são pertinentes e me me aprofundo nesses temas,  escolho levantar bandeiras, mas escolho estudar melhor essas bandeiras antes de fazer estardalhaços. Escolho voltar a fazer uma atividade porque isso me dá prazer e não porque está na moda. Uma coisa de cada vez, talvez esse seja um caminho. Afinal, não sou marionete e nem pretendo ser.

Fecho esse texto com o link da música do Pink Floyd  – Another Brick In The Wall,  para ouvir e pensar.

https://letras.mus.br/pink-floyd/64541/

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência  Modo Comunicação e Marketing  www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos.