Quando Eduardo perguntou como é que a sementinha ia parar na barriga da mulher grávida, expliquei da melhor maneira que pude. Ele achou tudo muito interessante e com o rostinho circunspeto, quis saber mais sobre os espermatozoides, o óvulo, e o tempo que demorava para se fazer gente. Já era um pequeno pesquisador.
Quando o irmão menor alguns anos depois, fez a mesma pergunta, a reação foi bem diferente, espantadíssimo, perguntou:
– Mas mamãe, você fez iiiiiiiiiisso com o papai?
Diante da afirmativa encabulada, ele acrescentou estupefacto:
Aqui está mais um registro de amor. Meu pequeno está na sala, para variar está construindo mais uma de suas maravilhosas invenções de Lego. A vontade que me dá é abrir as portas e janelas e chamar todos para que vejam sua nova engenhoca. Eu queria mostrar ao mundo um ser humano tão puro e tão raro de se encontrar para que ao menos uma vez na vida sintam o amor leve e genuíno que eu sinto todas as manhãs quando ele abre os olhos. (Pausa para algumas lágrimas que escorrem pele a fora…). Eu não sei descrever o orgulho que sinto em mim por ter a oportunidade de trilhar esse caminho com você. Gostaria ao menos que pudessem assistir comigo todas as vezes que você conta pela décima vez a mesma piada e ri como se nunca tivesse ouvido antes. E o jeito como brilha os seus olhos toda vez que fala com tanta intimidade sobre o seu grande amigo Jesus. Tão pequeno e valente. Ah meu amor, você é tão especial que igual não há. E quem te conhece não pode discordar, é tão diferente de tudo que já se viu. Gosto de te ver brincar. Gosto de te observar. É ali que me sinto nostálgica, muitas lembranças eu tenho de você. Lembranças de dor, de medo, de perca. Te vejo tão forte e lutando tanto por uma chance. Eu queria que para cada pessoa na terra, Deus separasse um de você. Assim do jeitinho que é. Transforma um lar num parque de diversões. Leva o nosso coração até o ponto mais alto no céu. Domingo será mais um dia das mães, mas a data tão especial é posta à prova todos os dias do ano, e são nesses dias que me crio e me reinvento. São todos esses dias que me faço mãe, irmã, amiga, ouvinte para te entender, te acalentar, ensinar, carregar no colo e curar tua ferida. Desde a hora do banho até o cafuné na hora de dormir te guardo em pensamento e te peço proteção por onde quer que vá. Oro por ti em silêncio e renovo a armadura, troco meu sono pelo teu. Você é a melhor das minhas ações. Você é o sonho mais intenso e milagroso que já vivi. Você é meu filho e meu maior orgulho é ser tua mãe.
Feliz dia das mães para todo ser humano passível de sentir o amor incondicional e mais forte de todos dentro do coração.
Mãe a mais de 15 anos, passei minha primeira
experiência, nesse universo mágico, tentando explicar e convencer minha filha
que ela não teria irmã.
A correria, a dedicação ao trabalho e a preocupação com o futuro dela num mundo tão problemático, usurparam o sonho de ter outros filhos.
A medida que ela crescia, igualmente crescia minha determinação e satisfação pela escolha de tê-la como única filha.
Mas ela não compartilhava do mesmo desejo que o meu e cada dia mais me pedia uma irmã, companheira, seus pedidos eram incansáveis.
Empenhada em escrever as páginas da vida da melhor forma para minha filha viver, nem percebi que o “controle remoto” fora tirado das minhas mãos sem consulta prévia.
Comecei a ter problemas hormonais e procurei ajuda médica muito preocupada com minha saúde.
Organizei minha agenda pra encaixar os exames solicitados e na ocasião a enfermeira me convidou a ouvir as batidas de um coraçãozinho que já fazia morada dentro de mim.
Como isso pôde acontecer? Eu não acreditei!
O que eu fiz?
Desmaiei na maca. Sim, desmaiei duas vezes.
Levantei atordoada da maca tentando procurar o
controle da vida, outrora roubado.
Mas, aos 42 anos da minha história foi colada uma página que mudaria minha jornada pra sempre.
Assim como a primeira, minha segunda gestação ocorreu sem nenhuma intercorrência, até meu oitavo mês de gestação ainda jogava tênis, dançava zumba, fazia aulas de Pole Dance, concluía um MBA, trabalhava freneticamente, cuidava da casa dos familiares e da minha primeira filha que havia recebido a realização do maior sonho da vida dela e Eu….. Sendo coroada como a melhor mãe do mundo.
Nos 3 últimos dias de gestação descobriram que minha bebê não estava recebendo os nutrientes suficientes para crescer saudável na barriga e a decisão do corpo médico foi adiantar o nascimento.
No momento mágico e inigualável com qualquer experiência na vida…. o parto…, recebi a notícia de que minha filha havia nascido com síndrome de down.
Meu chão desabou, o momento mágico acabou e meu
cérebro não conseguia assimilar a informação no meio de um turbilhão de
incertezas e preocupações.
Quem era minha filha e o que esperar dela? Como
planejar o futuro pra ela?
O tempo foi passando e em todos os dias que ela
permaneceu na NEO Natal e todos os demais dias após a liberação da UTI eu
dormia e acordava em cima de literaturas e estudos para aprender tudo sobre ela
e a síndrome de down que a acompanharia pela vida toda.
O que eu descobri? Teorias e mais teorias que me
ajudaram e me atrapalharam muito.
Nas minhas buscas incessantes eu acabei descobrindo
uma escola, a melhor escola de todas, para aprender tudo o que eu queria saber
sobre a síndrome de down.
O nome dessa escola é Luana, minha Pitica.
Com ela eu aprendi e tenho aprendido tudo o que eu preciso saber sobre a síndrome de down.
Aprendi que ela sabe melhor do que eu a planejar o próprio futuro.
Aprendi que ela vai ser o que ela quiser ser.
Aprendi que ela ama as pessoas incondicionalmente,
sem interesses.
Aprendi que ela perdoa de verdade e não guarda
rancor.
Aprendi que ela chora com quem chora e se alegra
com quem se alegra.
Aprendi que ela quer ajudar e não espera nada em
troca.
E o que eu mais aprendo com ela é ser humano.
Minha história de mãe ainda não acabou, na verdade
tenho muito ainda pra viver aprendendo a ser mãe, mas agora vivo feliz porque
tenho a melhor professora do mundo pra me ensinar.
Obrigada pela oportunidade de aprender a ser mãe com você!
Vivi uma situação no aquário em
Gênova na Itália, numa viagem em família, que me colocou para pensar.
Eu, meu marido, meus dois filhos e
mais nove da família, um super aquário, muitos ambientes e muita coisa
interessante para ser vista!
Na sala das águas vivas, o Silvio,
meu filho mais novo, que na época tinha cinco anos, ficou encantado e parou num
expositor estarrecido, esqueceu de tudo e de todos e assim ficou, ali parado
olhando os animais brilhantes naquela sala escura, e sem lembrar de nada nem de
ninguém, ficou ali enquanto todos seguiram inclusive eu, a mãe!
Eu chamei algumas vezes, vamos
continuar, tem bastante coisa para ver, vamos seguir, sempre muito atenta aos
meus dois e conferindo todos, de repente segui acreditando que ele já tinha ido
e, de repente, ao chamar todos da família para uma foto constatei que ele não
estava entre nós!
Mais que rápido, voltei e falando (parlando) um Italiano na época bem mais ou menos, em alto e bom som gritei:
Dove stai meu bambino? Onde está meu filho?
Silvio dove stai? Silvio onde está??
Bateu um desespero, uma agonia,
olhava para meu marido, sem saber o que fazer quando, de repente, uma moça
aparece de mãos dadas com ele que estava aos prantos e me diz:
Suo fíglio? Seu filho?
Eu o abracei, ela meio desconfiada, olhou para ele para saber se me reconhecia e ele imediatamente me abraçou e falou mãe Carol eu fiquei perdido, vocês me esqueceram?
Eu respondi a pergunta da moça:
Si mio figlio. Grazie. Sim, meu filho. Obrigada.
E perguntei a ela:
Como si chiama? Como se chama?
Muito agradecida a moça italiana que trouxe meu filho até mim!
Io mi chiamo Matilda. Eu me chamo Matilda, respondeu a moça gentilmente, enquanto eu, naquele momento aliviada, dei um abraço muito apertado nele e no mesmo instante reforcei que eles precisavam ficar perto de nós. Sempre juntos, que eu jamais o esqueceria e que isso não é impossível de acontecer!
Que desespero! Que agonia!
Muito bom viajar em família, mas isso
fica muito fácil de acontecer, quando há muita gente.
Desde aquele acontecimento, sempre
que saímos com mais pessoas em lugares desconhecidos, instituímos algumas regras
para evitar que isso ocorra novamente.
Ninguém sai, sem que todos estejam
juntos. Esperamos, e juntos seguimos!
Nunca esquecemos deste acontecimento, tampouco do nome da italiana Matilda que hoje virou motivo de brincadeira entre nós, pois graças a Deus, isso tudo teve um final feliz! Mas muitas vezes muitos não tem…
Mãe também se distrai, mãe também se esquece, pois, mãe também é gente, é humana, mas uma gente, uma humana diferente quando se trata de seus filhos! Falei um italiano como nunca havia falado e hoje esta história é lembrada entre nós de maneira engraçada, reforçando os cuidados para quando pudermos sair novamente em viagens e em família como sempre amamos fazer!
Inclusive guardo um calendário com uma foto de toda à família, do dia que tudo isso aconteceu, que ilustra meu relato, dia que nós deixou diversos aprendizados e lembranças boas…
A começar pelo parto com
escala, Luisa (ainda na barriga) e eu demos entrada no Hospital Vera Cruz, a
bolsa rompida, aquela emoção agoniante, a barriga gigante e um medo ainda maior
que só as mães sabem o tamanho dele, pensamentos cavalgando, volta pensamento,
concentra na respiração, liga para a doula, conversa com o médico, aperta a mão
do marido, vai no banheiro, daqui a pouco vou ver a carinha dela, fica feliz,
fica louca, fica pensando que não vai dilatar, fica com medo da dor que sabe
que virá, sente um cansaço absurdo, se preocupa com a outra filha de 2 anos que
está com a avó, pensa: “será que comeu?” marido assina papelada da internação,
almoçamos no hospital, nada de dilatação, médico chega e nos diz que se não
dilatar vai ter que induzir com medicação, o único detalhe é que não tem a
medicação no hospital, tudo o que não queria era essa tensão nesse momento,
tenho que decidir: se não dilatar, sem medicação vou ter que ser submetida a um
cesárea, falo com Deus, falo com o marido, choro, respiro, decido e no meio do
trabalho de parto vou para o Centro Médico, lá posso ter a chance de um parto
normal, Luisa fez escala no Vera Cruz e finalmente nasceu de parto normal
induzido no Centro Médico.
Tenho duas filhas: Clara e Luisa, 14 e 12 anos respectivamente, como toda mãe também tenho uma coleção de histórias para contar nessa outra vida que começou após o nascimento delas, o velho chavão é verdadeiro na minha trajetória: “nasce uma criança, nasce uma mãe”, a experiência do “maternar”, efetivamente foi um divisor de águas em minha vida, ainda me lembro a cara de espanto do primeiro homeopata da primogênita quando contamos que tínhamos uma planilha para anotar os horários das mamadas, cocos e xixis, meu marido e eu queríamos ser tão eficientes nos cuidados que exageramos nos controles, depois quando achávamos que já estávamos experientes, veio a segunda e nos vimos às voltas com uma rotina desgastante e intensa de cuidados com duas, na primeira vez que ficaram doentes juntas voltamos a utilizar as famosas planilhas pois um dia ficamos tão exaustos que chegamos a dar o remédio trocado para elas, um dia prendi o dedo da Luisa na porta do carro, quase desmaiei pensando que tinha esmagado o dedinho dela, no outro prendi a fivela do cinto do cadeirão na coxinha fofinha dela, ela deu um berro, demorei alguns segundo para entender o que estava acontecendo, abri o cinto rapidamente, belisquei a menina sem querer, e o remorso… ah, e quando a Luisa com 3 anos teve que fazer uma cirurgia de catarata, eu desesperada com medo da anestesia geral, do tampão que teria que usar depois, meu coração apertado vendo aquele serzinho tão inocente que não enxergava de um olho, foi um daqueles momentos que o coração de mãe explode, parece que a gente não vai aguentar a grandeza do amor que sente, é uma mistura turbulenta do amor mais puro do mundo e do mais terrível medo de tudo: de que sinta dor, de que se machuque, de que o pior aconteça, no momento seguinte olho para a carinha dela e está feliz da vida se divertindo em cima da maca do hospital, acorda da anestesia e na sequência já pergunta se vai andar de maca de novo, que encanto essa leveza e essa pureza das crianças, quem convive com elas sabe o poder de nos transformar para melhor que elas têm.
Entre sustos, cuidados e novidades de cada fase das meninas, como dizer o “indizível”, sobre o amar tanto a outra pessoa que é impossível descrever, como dizer sobre a mãozinha de 3 anos fazendo carinho no seu rosto e esse gesto ter o poder de apagar todas as agruras de um dia difícil, e depois já na adolescência o precioso beijo e abraço espontâneo das filhas em público que é como um grande prêmio, como explicar que rir até doer a barriga com sua filha em alguns momentos pode gerar uma conexão tão profunda que você nem sabia que isso existia até sentir, como descrever que ao ouvir a palavra “mamãe” a gente se sente importante, ser mãe é o meu papel mais desafiador, não há garantias, semeamos e cuidamos com toneladas de paciência e não sabemos o que será a colheita, não é um caminho linear, há sentimentos conflitantes, há a rotina diária minando a paciência, há intrincadas interferências e temperamentos envolvidos nas dinâmicas familiares, há o caminho pregresso que vivemos com nossos próprios pais que vem bisbilhotar e interferir no nosso caminho como pais mas é também recompensador, ter o privilégio de educar uma criança e ver cada passo de seu desenvolvimento e amá-la mesmo quando ela exaure todas as suas forças e sua paciência ao ponto de você achar que não nasceu para a função e ao se defrontar todos os dias com esse jorro de sentimentos é quando o amor vai se lapidando, amo minhas filhas de todo coração e meu mundo é muito melhor por elas existirem nele.
Sabe aquela situações inusitadas que te pegam de surpresa, super constrangedoras mas que depois viram uma daquelas histórias que você nunca esquece e adora recontar numa conversa descontraída?
Pois é… Aqui vai uma das minhas…
Férias, viagem de família, eu, meu marido e nossos dois filhos de 3 e 7 anos, fomos para Gran Canária, um arquipélago de ilhas espanholas na costa do Marrocos (parece chique né? Mas não é não). São ilhas vulcânicas, venta muito o tempo todo e a maioria das praias são de areia preta. O clima é árido e quase não tem vegetação.
Um dia resolvemos visitar Maspalomas, uma das poucas praias de areia clara na ilha de Gran Canaria. Essa praia é comprida, 3.5 km. Meu marido ficou brincando com as crianças enquanto eu tomava sol e depois revezamos. Na minha hora de ficar brincando resolvi fazer uma caminhada com os meninos. Eu tinha que andar devagar pois meu filho tinha só 3 anos enquanto o mais velho disparou a correr. Eu tentando acompanhá-lo mas ele corria sem parar. A praia cheia, eu segurando a mão do pequeno enquanto que meus olhos estavam focados naquela criança loirinha correndo a minha frente. Já estávamos há uma boa distância do nosso guarda-sol. Finalmente ele parou de correr e ficou olhando em volta, quando eu consegui chegar perto dele eu já estava ofegante.
De repente ele vira para mim com aquele rostinho sorridente e um olhar um pouco espantado e me pergunta:
– Mãe, por que está todo mundo pelado?
Sem perceber entramos na área nudista… eu fiquei sem palavras, sem saber o que explicar mas tentando evitar parecer extremamente desconfortável eu simplesmente contei a verdade. Aquele era lado das pessoas que não se importam em estar peladas mas que nossa família não era parte do grupo então era melhor voltar para o nosso lado.
De novo ele disparou no caminho da volta, chegou no guarda-sol alguns minutos antes de mim.
Quando consegui sentar, meu marido com lágrimas de riso me pergunta se eu me assustei com todos os nudistas. Ele esqueceu de me avisar, não era a primeira vez que ele visitava essa ilha. Para dizer a verdade me assustei sim, para alguém que é brasileira biquíni minúsculo ou sunguinha na praia é uma coisa, pelado é outra. Nem topless se faz no Brasil e de repente todos aqueles turistas felizes da vida de estarem vestindo somente a pele. Super bronzeados por sinal, nem uma marquinha de biquíni e todos descontraídos e aproveitando o sol.
Meu filho não se lembra muito bem desse dia, evito falar do assunto se ele está perto, hoje ele ainda tem 11 anos.
São três. Foram muito desejados. Por instinto, sabia já na barriga o sexo de cada um. Coincidência? Nao creio.
Duas meninas, um menino.
Casamentos desfeitos, mudanças de casas, cidades, eles a tiracolo.
Mãe daquelas de levantar cedo, fazer o café da manhã ao gosto de cada um, cuidar do material de escola, da roupa, levar pra escola, festinhas, fazer festinhas, dar conselhos, vivê-los intensamente.
Primeiro veio uma doce menina, forte, inteligente. A seguir outra menina que digo sempre ser o meu prêmio de originalidade; meio doidinha no seu mundo particular, sonhadora, intensa, brigona. Por último para completar nossa felicidade, anos depois, veio aquele que chamamos de príncipe: lindo, carinhoso, sensível, hiperativo. Fomos assim vivendo em quatro!
Na casa, apesar das regras flexíveis, algumas tinham que ser respeitadas: sem refrigerante, banhos rápidos, sem restos nos pratos e o uso obrigatório de palavrinhas magicas: Bom dia! Com licença! Por favor! Obrigado!
A noite criamos um jeito peculiar de ligação: oito da noite, cama da mãe, sem tv, sem celular.
Ali era o nosso momento de ler, cantar, contar e ouvir histórias e como tínhamos o nosso príncipe com grande diferença de idade, quase todos os dias, cantávamos as mesmas músicas, lia-mos as mesmas histórias.
Fomos vivendo, crianças se tornaram adultos muito rápido. Um a um foram seguindo seu rumo. Cidades diferentes, países diferentes.
Casa vazia, solidão, depressão.
Resolvi alugar a casa, me desfazer de quase tudo e viajar.
Me reinventei. Passei por testes de rejeição, aprendi outra língua. Me virei muito bem para orgulho dos filhos. Eu, em poucos momentos me surpreendi comigo, acostumada que era aos desafios que a vida me impôs.
Perdas irreparáveis pelo caminho, me tiraram o rumo que hoje tento reencontrar.
Nao guardei roupas de bebês, só muitas lembranças em fotos e em inúmeras histórias que vivemos.
Hoje nos damos bom dia e boa noite, todos os dias. Contamos como foi o dia, contamos nossos planos. Nos apoiamos em todos os momentos.
Esse nosso elo é eterno. Nossos encontros foram e sempre serão os maiores encontros de nossas vidas.
Hoje pela manhã me deitei no parque, havia bastante barulho ao redor; Pessoas faziam exercícios, crianças brincando e pessoas jogando dominó; Ainda deitado na grama fresca, sob o sol que ardia em uma tarde vazia; Pude observar, a pipa que subia e descia, em um balé de criança a se admirar;
Absorvido por aquela visão, crianças e adultos em uma mesma canção; Mal poderia acreditar, que já tinha um ano que fomos libertos da pandemia; Das máscaras e olhares que se escondiam, das opiniões especialistas de toda forma que se faziam; Não podíamos ver sorrisos, só os ouviam, mal podia ver seus olhos, envoltas as lágrimas, se escondiam;
Mas tudo isso passou, o povo se vacinou e a pandemia acabou, foi passado, não existe mais; Ficou do nosso lado algo a se aprender, ricos, pobres, brancos e negros, ante a doença, somos todos iguais; Também aprendemos como é importante o abraço, mas o álcool em gel veio e ficou; Quero ver seu rosto, abraçar seu corpo e não me preocupar, já tem um ano que vi este problema acabar;
Hoje a noite tem barzinho, se não me engano é samba e violão; Vou encontrar com os amigos, beber chopp, cantar canções; Ao final da noite, já um pouco cansado, retornar para casa; Tomar meu banho e me prepara para um domingo de alegria, vai ter corrida no parque, quase uma poesia;
Isso não é imaginação, isso é uma visão do futuro, mesmo o samba e o violão; Não teremos mais pandemia, que apesar de rimar com poesia, não me traz alegria; Este futuro próximo e distante alimenta meu coração; Vai passar, basta acreditar, encontraremos o caminho e nos restará as nossas lições.
Rindo em meio ao caos, dançando no olho do furacão, cantando a marcha fúnebre no hospital, não são metáforas, nem catarse, chamemos de realidade!
Pai em suas mãos entreguei meu espírito, porque me abandonaste, senhor? Uma oração? Uma indagação? Uma constatação!
Para onde levaram meus irmãos? Mortos, pobres, cegos ou não. A morte não escolhe, ela leva, mas é óbvio que a foice alcança primeiro quem tá mais perto do chão.
Pai perdoai pois ele não sabe o que faz ou sabe? Eu sei que ele sabe, nem disfarça, nos ignora, nos mata. Realmente acabou a mamata!
Falou o playboy postando no Facebook textinho reflexivo da madrugada! Fiz minha parte, agora não esquece de deixar seu like!
Sem muita pretensão, uma bela amiga me mostrou um
texto, que li e achei o máximo.
Eu nunca escrevi, ou melhor, não sei escrever, “malemá”
receitas de bolo, um tanto quanto malfeitas, mas ela estava ali, bela,
escritora, sorridente, mostrando através das linhas que escrevia o que se
passava dentro dela.
O texto que ela havia escrito estava publicado em um site,
teste2.webtagger.com.br/belasUrbanasWP, o nome do site já me atraiu, há uma certa poesia
neste nome, talvez um pouco nostálgica, mas poesia. Ao ler este nome, imaginei
um espaço onde mulheres, belas, deixassem ali seus pensamentos e
histórias, então “bora” olhar essas mulheres, olhá-las por dentro delas.
Chegando lá encontrei Marina, Simara, Crido, Gil, Maria,
Adriana e muitas outras pessoas, não só mulheres, homens também escreviam
lá, descreviam os seus dias e ideias, seus pensamentos e sentimentos.
Pessoas que, a partir de seus textos, nos convidam a participar
de alguma forma de seus mundos, que contribuem com histórias, emoções e
pensamentos só delas, nos convidando a entrarmos em suas casa e
conhecermos um pouco sobre elas.
Fugimos fortemente das matérias de televisão, onde a
tragédia é ponto presente. Aqui, no Belas Urbanas, encontramos emoção,
histórias para rir e histórias para chorar.
Pensei: Que legal a atitude dessas pessoas, como elas
conseguem escrever assim? Eu jamais conseguiria, elas são artistas em sua alma,
é apenas expressão, um pouco, desta arte aqui, mas não eu (risos), distante
demais da qualidade delas.
Mas será que se pegasse uma caneta, hoje em dia um teclado,
sentasse à beira do sofá, preferencialmente no chão, eu também não seria
capaz de produzir alguma coisa nesse sentido? Talvez, não na qualidade do que
elas, estas belas pessoas escreveram, mas algumas ideias poderiam sair.
Então me deparei com a primeira problemática, sobre o
que escrever, já sentado no chão, caneta na mão, um belo Jazz tocando na
vitrola (lembra o que é vitrola, né?) e uma taça de vinho descansando
sobre o móvel, me propus a escrever, então vamos lá, vai ser moleza.
Alguns minutos se passaram, a taça de vinho já havia
acabado, o Jazz já era outro, e adivinha, nada de ideias (risos), não era
fácil, mas não sou homem de desistir, se ao menos tivesse as qualidades de
Marina seria fácil, já estaria pronto, se fosse eu Maria, ou quem
sabe Crido, este texto já estaria até publicado, mas não sou, sou um
amador tentando fazer algo que os profissionais fazem com facilidade.
Mas o que eles fazem de verdade se não expressar o que se
passa dentro deles? E o que se passa dentro deles também pode existir em mim,
então, achei que seria legal escrever sobre como me sinto ao ler o que eles
escrevem.
Escrevi que me sinto bem quando leio o que escrevem, que
viajo para dentro de seus mundos e vivo as suas histórias, que sites como estes
fazem pessoas alheias como eu viverem muitas outras vidas.
Que tenhamos pensamentos diferentes de como agir em muitas
determinadas situações, e que, de alguma forma, aprendamos com as histórias de
outras pessoas.
Este é o texto Belas Urbanas, nascido depois de uma garrafa de vinho e muito boa música!
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