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ACORDAR

Quero que acorde ao meu lado.
Não quero só o despertar físico, manhã de amores,
Mas o acordar para um novo jeito de olhar o mundo.
Quero que acorde comigo a vontade por arco-íris,
E por mar e por pores do sol.
Quero acordar com você o desejo de seguir em frente
E de desfazer as teias que nos prendem a mente,
E de viver sem buscar tantos porquês.
Quero acordar com você essa busca pelo que é novo e pelo que é infinito,
Lado a lado, desadormecer o que faz sentido,
Ensolarar nossos caminhos e nossas intersecções.
Quero você para acordar comigo o raiar de novos dias
E não deixar jamais que o coração durma demais.
Quero que acorde ao meu lado
No amanhecer de um abraço sem fim,
Despertar o que há de mais lindo em você
E o que há de mais intenso em mim…

Alda Nilma de Miranda – Bela Urbana, publicitária, autora da coleção infantil “Tem planta que virou bicho!” e mais 03 livros saindo do forno. Gosta de tudo que envolve tinta e papel: ler, desenhar e escrever, mas o que gosta mesmo é de inventar motivos para reunir gente querida. Afinal, tem coisa melhor que usar o tempo para estar com os amigos? @poetesebrasil

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Julgamentos…

Não julguemos aqueles que aparentemente são frágeis.
Talvez, um dia, eles possam fazer você sorrir.

Não julguemos aqueles que estão distantes de você.
Talvez estejam passando por algum momento difícil.

Não julguemos aqueles que não respondem às nossas perguntas.
Talvez estejam esquecidos ou muito ocupados.

Não julguemos aqueles que demonstram amizade porém nunca estão por perto para lhe ajudar nas horas difíceis.
Eles podem estar vivendo novas experiências e, de repente, aparecem para compartilhar vivências.

Seguimos diferentes caminhos e diferentes histórias.
Contudo, basta ser verdadeiro.

Marianne Kachan – Bela Urbana. Formada em artes, apaixonada pela sua filha, sua família, paisagismo, animais, novas culturas, poesias e gastronomia.

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Triste sina do pistoleiro

Havia um homem conhecido por ser um assassino
E um pistoleiro
Seu esforço em matar seu alvo era feroz
E sua mira, nada menos do que impecável.
Ele atirava sem mirar,
Acertava sem tentar,
Matava sem chorar.
Pistoleiro ele era e jamais iria por isso se perdoar.
Não importava onde estivesse,
Não importava o que houvesse
Seu único ímpeto era matar.

Igor Mota – Belo Urbano, um garoto nascido em 1995, aluno de Filosofia na Puc Campinas. Jovem de corpo, mas velho na alma, gasta grande parte de seu tempo mais lendo do que qualquer outra coisa. Do signo de Gêmeos e ascendente em Aquário, uma péssima combinação (se é que isso importa).

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Pipoca no sofá

A criança briga no andar de baixo

Você está no seu sofá

comendo pipoca

no ar condicionado

vendo a nova série

A mata pega fogo

mas você já fechou a janela

Na sua sala o cheiro do queimado não chega

Você come pipoca

Você vê o filme

A briga de trânsito na rua perto não te interfere

Não sente que o problema é seu

Da uma espiada rápida pelo insta

a piada racista, gordofóbica, machista…

Tanto faz, não é com você.

Na sua sala tá tudo bem

Melhor rir e compartilhar

Que dia é hoje?

Dia de ninguém estragar o seu dia

Dia de pipoca

Na sala

Tanto faz a bomba que cai

Tanto faz a floresta que queima

Tanto faz a criança que chora

Tanto faz a loucura alheia

Tanto faz a falta de grana do vizinho

Meritocracia afinal!

No final

tanto… mas tanto faz

O que importa mesmo é a pipoca no sofá.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa. 

Foto Adriana: @gilguzzo_photography
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CLASSE MÉDIA

Emergente classe média!
Que por falta de empatia
Afirma ser especialista
Do que vive nem um dia
Adora reunir-se em bando
Praticando misantropia.

Focada em manter status
Não quer ser merecedora
Do sofrimento miserável
Daquela ralé trabalhadora
Quem pede pão, leva selfie
Ou tiro da metralhadora.

Quando descobrirás
Que o fino é ser gentil?
Nada mais média Z que
Um público classe A.

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
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Às vezes por vezes

A água fica sem leito

O vento sem vales

A noite sem olhos

A minhoca sem terra

A caveira sem carne

A ferida sem casca

A lâmpada sem inseto

A nudez coberta

A cintura sem mãos

A conversa sem ouvido

A pausa sem silêncio

A lousa sem espelho

O sino sem vela

A haste sem bandeira

A boca sem manteiga

A ruga mais aberta


Meg Lovato – Bela Urbana, formada em comunicação social, coreógrafa e mestra de sapateado americano e dança para musicais. Tem dois filhos lindos. É chocolatra e do signo de touro. Não acredita em horóscopo mas sempre da uma olhadela na previsão do tempo.
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CHAMEGO

Chamego eu gosto
Chamego me faz bem
Chamego no rosto
Chamego na alma
Chamego que nunca desdém
Chamego me amansa
Chamego me faz sorrir
Chamego me faz curtir
Chamego na hora de partir
Chamego só pra sentir
Chamego de surpresa
Chamego debaixo da mesa
Chamego na hora que convém
Chamego também na hora incerta
Chamego debaixo da coberta

Sentir-se amada
Sentir-se querida
Sentir-se afagada
Sentir-se empoderada

Sorrisos se encontram
Mãos só transpiram
Coração acelera
Pensamentos
Coisas da vida
Quero mais
Chamego

Angela Carolina Pace – Bela Urbana, publicitária, mãe, apaixonada por Direito. Tem como hobby e necessidade estudar as Leis. Sonha que um dia as Leis realmente sejam iguais para todos.
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Sem intenção de ficar

Amar é tão doce que deveria ser o açúcar,

o quase pedaço de dedo entre as sobremesas. Um olhar

que não se deita sem demorar no arranhar as costas.

Vira promessa quando não promete nada. E te acompanha.

O nu no ranger dos seios ao menor sinal de boca.

Eu que te amei tão vagabunda, tão sutil e tão louca

que bebia o mel das próprias roupas, das que são expostas.

Amar é como não precisar do ar e nele se recompor afogado.

Ligeira faca de palavras. Um céu limpo e o teu olhar.

Que olhar…que tanto gesto e vontade do meu sexo, você dizia

aos todos cantos de qualquer sala, até escura.

E te amei amando, te amei morrendo dentro e tanto e tanto

que pude comer os peitos, de roupas, de camas, de rua.

Amar…que droga é essa? No instante em que me jurou ficar

eu soube que te perderia.

Siomara Carlson – Bela urbana. Arte Educadora e Assistente Social. Pós-graduada em Arteterapia e Políticas Públicas. Ama cachorros, poesia e chocolate. @poesia.de.si



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Bivar

Ontem à noite

eu me lembrei de você

O céu estava

nublado

E meus olhos

marejados

Imaginei a Estrela

Dalva brilhando

A Estrela da Tarde

Hésperus e Lúcifer

Ou simplesmente

Vênus inteira pra

mim

Solitária entre os

outros planetas

Continuei com

medo daquilo que

não ficava pra

sempre

Para superar essa

angustia pedi

licença poética ao

povo e aos astrônomos

Rebatizei as Três

Marias

Aquelas meninas

formavam cinturão

da constelação de

Orion

Num cenário

infinito…

Não eram mais

Mintaka, Alnilam e

Alnitak

Agora se chamavam

Polly, Topsy e

Diderlang

Fui padrinho

imaginário dessas

estrelas

Nesse espetáculo

você era o autor do

roteiro

O diretor dos astros

O compositor da

letra da música

Uma melodia punk

no firmamento

Sobre uma pauta

inovadora

Jovem engraçada

rebelde

Elegante

Fernando Farah – Belo Urbano, graduado em Direito e Antropologia. Advogado apaixonado por todas as artes!

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VEIAS DE AMOR

VERSANDO

ALENTO

SOLETRO

O TEMPO.

VISLUMBRO

CANTO

PERCEBO

O LEITO.

TOCANDO

HÁBITO

NOTANDO

O FÔLEGO.

EXPANDE AMOR

SACIA

A DOR.

SELANDO A VOZ

PENETRA

EM NÓS.

CARISMA FINCA

TORMENTO

ABALA.

ENTREGA ESPERA

CÉLULA

SE ACHA.

VEIAS DE AMOR

ABRAÇA!

Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.