Outro dia me perguntaram: O que faz um professor se sentir valorizado?
Perguntinha estranha essa, né?
Pensei por segundos… eu poderia responder melhores salários, melhores
condições de trabalho, mais segurança, apoio da família, e blá blá blá que no
fundo não é nada blá blá blá.
Ferrou… afinal de contas, tudo o que eu disser poderá ser entendido de
forma rasa e poderá ser compartilhado de maneira inadequada.
Mais alguns segundos e me arrisquei a responder:
No meu caso, me sinto valorizada quando revejo um ex-aluno e nesse
encontro há respeito, há amor, há memórias, há relatos do que juntos fizemos!
Tem risadas, tem conquistas, tem desafios, tem perdas, mas não há
desistências.
Neste dia do professor, de 2019,
minha homenagem vai para milhares de alunos que passaram pelos meus olhos e
ficaram no meu coração. Agradecimentos a muitos que receberam, pouco ou muito
de minha influência. Gratidão tanto aos que se lembram de mim como aos que nem
sabem mais quem eu sou.
Afinal, tenho sempre em mente que
ensinar é, muito mais, aprender. Como se sabe, em francês o verbo é o mesmo:
“apprendre” (aprender e instruir, cf. Dicionário Michaelis).
Realmente, ao longo da vida fui
entendendo que quanto mais ensinava, mas aprendia. Portanto, o professor é um
aluno ao quadrado, capaz de potencializar o conhecimento.
Muito tenho a agradecer por tudo
a todos meus alunos e alunas, sem exceção.
Vocês, talvez, não saibam; vou
contar. Sempre senti na minha direção, nesse papel, um fluxo contínuo e vibrante
de boas energias, fazendo-me muito bem à pele e ao coração. Isso injeta em mim
sua juventude em doses colossais. É inexplicável com palavras, é algo entusiasmante,
um sentimento sutil fornecedor de doses enormes de disposição e força para
todos os momentos.
Isso, antecipadamente, já serve
de resposta para muitas questões que me fazem pessoas que não entendem bem o
que é ser professor por vocação.
Desde o início perguntavam: “-
como é que você suporta as atitudes dos alunos, sua rebeldia, alguns petulantes
ou prepotentes, como donos da verdade, outros desafiantes quanto ao seu poder e
seu conhecimento?”
Ultimamente, as questões têm sido
do tipo: – “como você aguenta ainda, depois de 35 anos de magistério, ter
paciência para ‘enfrentá-los’ em sala de aula, em vez de ir pra piscina,
tomando uma cervejinha, ir passear, morar numa praia ou viajar pelo mundo?”
“Por que você não deixa as preocupações
da sala de aula e vai curtir os prazeres da vida?”
Para essas perguntas posso
acrescentar sinceramente.
O que me dá imenso prazer, tanto
quanto as sugestões prazerosas mencionadas, é conhecer pessoas novas a cada
ano. Lembrando que, a cada período, mais de 100 alunos entram para seguir os mesmos
passos que nós percorremos ao longo de tantos anos.
Com outras perguntas, retorno às
questões do amigo preocupado, julgando infelicidade e chateação do mestre em
sua jornada.
– O que dá mais prazer a alguém do
que conhecer e conviver, ao longo de tantos anos, com pessoas alegres,
curiosas, animadas, cheias de sonhos, mas também de angústias?
– O que pode dar mais satisfação
do que acompanhar as gerações que se sucedem diante dos olhos e poder
acompanhar tão de perto o amadurecimento da moçada que chega com 18 anos e após
oito semestres segue seu caminho?
– O que pode dar mais alegria do
que sentir que você é importante na condução de pessoas em sua vida e em suas
carreiras num mundo cheio de incertezas?
Posso garantir, são centenas de
vantagens a serem expostas aqui, mas não quero falar demais.
Em minha bagagem de vida, tenho
milhares de histórias pra contar sobre a experiência maravilhosa de minha
carreira.
Sempre me empolguei pensando em
ensinar, desde o primeiro quadrinho negro com giz que ganhei de presente, um
dia lá com meus 7 aninhos, já sabendo escrever, e querendo brincar de
professora, em que eu assumia sempre o papel de mestra, colocando os amiguinhos
sentados pra aprender o que eu achava que devia ensinar a eles.
Se pudesse renascer, sem dúvida
nenhuma, escolheria seguir a mesma profissão, tendo pensado, na fase da minha
juventude, que não aceitaria ensinar nada a ninguém. Entretanto, tendo passado
por outros tipos de trabalho e amadurecimento, tudo acabou me reconduzindo à
minha vocação primeira.
Quem não está neste barco do
ensino por vocação e amor, não pode ter ideia de quanto é incrível ver o
resultado de seu trabalho. Não apenas ao longo e ao final dos quatro anos,
período que passa, a meu ver, num piscar de olhos.
Mais interessante, ainda, é poder
acompanhar de perto, ou mesmo de longe, os resultados de muitos que mantêm
contato virtual, graças à internet, além de algumas amizades presenciais sinceras
e despretensiosas.
Ninguém pode imaginar como tudo isso
é gostoso, uma felicidade difícil de explicar. Sem contar, visitas a agências
de publicidade ou participação de eventos da área, encontrando centenas de
ex-alunos, ocupando inúmeros postos de trabalho do setor ligados ao marketing
ou à comunicação.
Só pra citar um exemplo, recebi
de um aluno um livro indicado no tempo da faculdade (1995), ele hoje um diretor
de uma agência do interior de São Paulo com a seguinte mensagem:
-“Este é o meu exemplar do
‘Relatório Popcorn’ – adquirido ainda quando seu aluno – e que vem sendo utilizado
como a primeira leitura recomendada para todos que chegam à ‘Full Hand’, desde
o nosso primeiro dia de atividade. Gostaria que ficasse com você, em sinal de
gratidão à sua paciência, dedicação e estímulo. Denis. (obs. Temos outros aqui)”.
Aos Denis e a todos os Andrés e
Andréias, Adrianos e Adrianas, Carlos e Carlas, Caios, Lucas, Danilos,
Danielas, Fernandos, Gustavos, Rodrigos, Marcos, Enios, Enzos, Marias, Joões,
Pedros, Paulos e Paulas, Rebecas, Manuelas, Fábios, Fabianos e Fabianas,
Giovannis e Giovanas, Julianos e Julianas, Carolinas, Tiagos, Vitors e Vitórias…
e centenas de nomes, repetidos, ou inusitados (como o meu) gostaria de falar. Queria
dizer, pessoalmente, com muitos abraços e beijos, quanta gratidão eu sinto por
tudo de maravilhoso que me fizeram sentir durante tantos anos dessa minha vida,
realizando meu sonho infantil de instruir e ajudar pessoas a encontrarem seus
caminhos.
Vejo o tempo passar por meio
deles, em revezamento a cada quatro anos, como belas nuvens passando no céu
azul, jovens, belos e cheios de sonhos.
Pra concluir, devo agradecer a
Deus, pela emoção das recordações de tanta gente. Quanta responsabilidade ter a
incumbência de instruir e falar com tantas personalidades e, agora, poder
declarar meu grande amor por todos ou meus, eternamente, alunos e alunas do
coração.
Desculpem, se, o que afirmo a
seguir, possa parecer politicamente incorreto, deixo de lado esses melindres,
viver é se apaixonar, é fazer por paixão o que o universo nos designou como
missão. Mas me apaixono pelo que faço e, muito, pelos meus alunos e alunas, não
posso deixar de dizer isso e, também, que acho difícil esquecê-los.
Reencontrar ex-alunos, por aí, é
muito bom, é como retornar no tempo e sentir de novo e acrescentar novas
emoções, uma nova parte da nossa história. Sem exceção, todos se tornam nossos
filhos, “nossas crias”, como dizem outros professores felizes nesta profissão.
Precisa mais pra justificar a alegria imensa que é ser professor?
Trilhas para aprendizagem são apresentadas de muitas formas e, isto causa grandes mudanças durante a caminhada, entre as causas pessoais e sociais tanto do educando quanto do educador.
O espaço em que trabalhamos com educação deve ser considerado um templo de oração, e não um campo de concentração como temos visto já há algum tempo, nos transformando em agitadores de causas próprias e não comunicadores envolvidos com o outro que é o educando em questão.
Para o contato social dentro de um encontro aluno e professor, o valor da vivência prática e diária intenciona e proporciona trilhas variadas e isto só depende da cond (i) (u) ção em que percorremos a trilha. Por isso, todo o processo de uma Educação onde os interessados Educadores conhecem pensamentos Holísticos e, se estende aos confins configurados gerados pelo hábil Pensamento Antroposófico faz-se questionar, o quanto si mesmo se dá em interesse pelas suas vivências diante de si e do outro.
Toda dificuldade encontrada durante o processo de conhecimento do ser humano sabemos ser um quebra cabeça, que pode trilhar por variadas vertentes de acesso ao seu “EU” diante do outro que se espelha e, que nem se percebe espelhado.
O inimigo dentro do convívio educador e o educando pode estar em qualquer estação trilhada, e podemos chamá-lo narcisicamente de “Eg’ódio” um vírus que destrói os trilhos e corrói as plantas de nossos pés, num impedimento viral sem toques de afeto, sem harmonia, sem interesse, sem cuidados, mas, com tamanha obesidade virtual onde a Gula faz neste século XXI a maior das profecias:
“O TER VAI ETERNIZAR O SILÊNCIO DA ESSÊNCIA DE NOSSO SER”.
Desde os primórdios da humanidade que jovens e crianças observam os mais velhos realizarem suas tarefas. Desde então, brincam, imitando tais tarefas, seja de caça, coleta, agricultura, escrita, artesanato, manufatura, indústria, comercio, serviços, tecnologia, computação, astrofísica. Jovens mimetizam, imitam, se divertem, aprendem. Ao lado, sempre alguém, munido de algum conhecimento sorri lembrando de seu saudoso passado e os incentiva.
Esses jovens passam adiante, conforme a idade avança, o que aprenderam brincando, debatendo, perguntando e refletindo em suas praticas. Esses jovens fazem sua parte no mundo e tocam a bola do futuro aos mais novos.
Sempre foi assim, então para que romantizar a função do professor, se ele é, na realidade, mais um dentro desse ciclo milenar de passagem de bastão? Para que ele sinta-se um herói mal compreendido e mal remunerado? Para que ele seja reconhecido com tapa nas costas? Para que seja consolado pelas suas condições de trabalho precárias, burocratizantes e desmotivadoras?
Ser professor é navegar num mar bipolar do humor. Uma alegria infinita quando deparamos com alunos que sonham, uma ponta de tristeza quando nos deparamos com o mercado que se tornou esse processo natural do ser humano que é ensinar. Uma alegria de aprender a cada dia com quem menos se espera, uma tristeza ao penhorar horas a fio em preparo, pesquisa, processos administrativos e formação. Alegria de enxergar a olhos nus o futuro, tristeza de saber que, dali a dias, terá de pagar uma conta que talvez não caiba no orçamento.
Não basta elogiar, há de se brigar para que não o professor, mas a educação seja tomada como base de uma nação próspera, para além do lucro que gera sob a despesa que exige.
O saldo é positivo. Poucas profissões permitem sonhar tanto quanto a de ensinar. Sonhar junto, em coletivo com os jovens, que imitam, brincam, sonham, crescem e levam adiante o que aprenderam, ensinando. É assim, a forma de tornar-se sutilmente eterno, anonimamente eterno, amorosamente eterno, apesar de tudo. Sigamos em frente!
Sempre #naforma elas estão… E sempre #emforma estarão.
E nunca #seformatarão aos insensíveis olhos e mãos dos marceneiros e, dos temperos das cozinheiras de plantão!
Observar relatos sobre crianças é muito comum, mas, observar tratos para crianças não é curtido como um barato. Principalmente aquelas que são avaliadas como não sendo de fino trato, e essas precisam estar sendo observadas com mais afeto, com mais percepção, mais toque tateado, mais empatia e menos julgamento sem poesia. Todos os movimentos teóricos para exercer a educação das crianças têm validade e, é bom pensar nisso. Porém, TUDO em nossa vida tem VALIDADE!
Um conto vivenciado por mim e pela minha filha Juliana pré-adolescente há alguns anos: Estávamos eu e ela dentro de um ônibus e comodamente sentadas num banco alto e, ela na janela… Ao que olhando para fora, vimos dois meninos de mais ou menos 07 anos de idade, ao lado de um adolescente que fumava um cigarro. Eis que num repente, o adolescente oferece um cigarro para cada um dos meninos, que aceitaram sem pestanejar! E eu, como Educadora nem raciocinei dizendo para a minha filha:
– Que horror eles estão fumando!
Ao que Juliana minha filha respondeu:
– Ah, Mãe… Eles são “MENINOS de RUA”
Eu respondi para espanto dela:
– São realmente MENINOS de RUA Juliana minha filha, mas, são ME… NI… NOS! Ora… Ora!
Já se faz tempo que ouvir as crianças perdeu-se na MAJESTADE do canto, do SABIÁ!
É preciso prestar a devida atenção, nos intensos buraquinhos teclados… No TOQUE SILENCIOSO das emoções!
Ainda bem que existe criança na vida da gente, nas nossas casas, no mundo!
– Deus, você sabe das coisas!
Imaginemos: Só adultos habitando o planeta? Todos formatados de realidade. Faltando a inocência, a pureza e a alegria de quem ainda não conhece a realidade da vida? Um mundo sem parque de diversão, sem palhaço, sem papai Noel. Sem fadas e duendes? E sem aquela alegria, que só existe onde tem criança ? O que seria da gente sem bebezinhos nascendo…emocionando… nos apaixonando? O que seria do adulto que não vira criança e da casa sem festa?
Mas em sua sabedoria infinita, Deus nos fez criança um dia… Para que o mundo pudesse ser melhor e colorido. Para que pudéssemos crescer aos poucos e evoluir, mudando também as pessoas ao nosso redor. Ainda bem que tem criança no mundo…. Para que possamos deixar para o mundo um futuro melhor.
Uma homenagem ao meu neto Leonardo que mudou nossa rotina e trouxe muito mais colorido para nossas vidas.
A criança que ficou em mim às vezes sente um cheiro qualquer e é remetida a um dia lá atrás quando a fruta era escassa, só aos domingos e era tão especial, uma maçã, como as dos contos de fadas, só que não fazia dormir, a alegria já começava no olfato, cheirava, comia, era maçã Argentina, grandona, comia tudo, com casca e tudo, tinha dó de jogar a semente fora, a criança que ficou em mim quer chorar quando minhas filhas não querem comer fruta. A criança que ficou em mim se maravilha com tantos livros a disposição para leitura, eram tão poucos os que ela conseguia ler e lia tudo avidamente, ainda hoje se emociona em uma biblioteca e não sabe a razão mas não se esquece daquela criança que foi, a criança que ficou em mim se lambuza de chocolate e doces e guloseimas e lembra que ficava feliz em comer bolo de banana e vitamina de abacate, e que a mãe fazia doce de banana com as bananas já por estragar, era tão bom. A criança que ficou em mim chora a falta do pai que não a abraçava, ele não sabia, hoje ela sabe e mesmo assim como essa criança ainda sente falta daquele abraço que podia ter acontecido, a criança que ficou e mim sente falta do olhar do pai falando com ela e olhando para ela com atenção. A criança que ficou em mim sabe que precisa abraçar essa sua criança que habita nela para ser uma adulta amorosa com as crianças dela, ela luta para amar suavemente, para deixar o rancor, a raiva contida e os julgamentos e seguir mais leve. A criança que ficou em mim ama comer a comida da mãe dela e sabe, ah como ela sabe o valor disso, hoje ela é grata e aprecia todo carinho envolvido em fazer e oferecer uma refeição a um filho, a criança que ficou em mim sabe que já está tudo bem, que seus pais fizeram o melhor que podiam com as ferramentas que tinham quando ela era criança, que há que se desfazer do peso desnecessário ao caminhar pela vida e isso é escolha. Mas porque será que ainda dói? A criança que há em mim se equivoca e se atropela ao educar suas crianças, entende agora que as respostas não são óbvias e o caminho por vezes é sinuoso mas ela ama ver como tudo o que viveu serviu para fazê-la enxergar tudo o que pode ser evitado na educação de suas filhas, talvez não consiga, mas tenta, faz o que pode, assim como seus pais também faziam, há evolução, o caminho vai melhorando. Ela agradece a criança que ficou nela e a ama assim como ela é: uma criança cheia de birras, resmungona, engraçada, desesperada, mas que acha a vida linda mesmo com seus gigantes desafios e tormentas. Ela agradece a vida e a alegria de ter chegado a esse momento de entendimento.
Difícil viver de literatura no mundo mas também é difícil viver de advocacia no mundo Pensando bem é muito difícil ser técnico de futebol também Dono de restaurante? Uma tortura. Difícil estudar para a prova de matemática, ciências e biologia. Todas em um dia. Difícil treinar a coreografia. Difícil ser florista, poeta e ator no mundo. Difícil ser catador de lixo. Difícil ser bailarina, viver de dançar é das tarefas mais complicadas desse mundo.
Viver que é acordar, que é levantar, que é tomar banho, que é vestir a roupa do dia, que é calçar o tênis, que é engolir o café, que é passar perfume, que é pegar a mochila, que é beijar uma saudade e sair de casa para o mundo entrar.
Difícil ser operador de máquinas.
Difícil estar no silêncio de si com os ruídos e resíduos do metrô, do ônibus, do uber. Sentadas e Levantadas de todos os ângulos Difícil voltar para a casa.
Bom mesmo é tocar a campainha da vida e sair correndo antes que ela abra a porta. Senão, terá que entrar. Daí fica difícil.
E se me cansar do reacionário? Cansar do somelie de esquerda? Cansar do santo religioso? Cansar do ateu convicto? Que que tem?
E se me cansar do ódio? Cansar do que fala e não faz? Cansar do que faz errado e ri? Cansar do que ri de tudo? Que que tem?
Cansar do que diz que é? Do falso amigo? Do falso parente? Do falso profeta? Que que há?
Deixa eu me cansar! Deixa eu viver! Viver a loucura do óbvio, O incerto, o correto, O indecoroso respeito, O impiedoso silêncio, O afrontozo pensar, O proibido amar! Que que tem? Que que há?
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