As mulheres “de antigamente” viviam em doação à família. A profissão delas era denominada: “do lar”. Esse termo diz tudo: Elas abriam mão de sonhos e desejos e viviam em doação.
Apesar de termos tido nossas profissões, conquistas financeiras e liberdade, aquele arquétipo doador permaneceu impregnado em nosso DNA, talvez por repetição sistêmica. Isto faz com que muitas de nós, mulheres, não saibamos receber.
A doação é um gesto lindo, mas na vida tudo precisa fluir de forma equilibrada, num ir e vir, num dar e receber.
Receber é permitir que te enxerguem; que te sintam; que se sensibilizem por ti; é permitir que te protejam; que te amem.
Permitir-se receber é acolher um gesto de carinho; é amadurecer no outro a compaixão; é despertar no teu próximo o sentimento de amor incondicional.
Devemos estar atentos para acolher o que o universo nos traz, em contrapartida às nossas doações. Isso é o equilíbrio entre o eu doo e acolho; eu protejo e sou protegido; eu amo e sou amado.
Receber é despertar e manter no outro o lindo gesto de doar.
Marisa da Camara – Bela Urbana, Administradora aposentada, que hoje atua em suas paixões: a escrita e a radiestesia. Crê nas energias da natureza e é amante da vida, dos seres humanos e ‘doidinha’ por seus 4 netos.
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.
Havia uma pedra no meu caminho. No meu caminho, havia um caminhão. Pau de arara lotado de menino. Mais uma pedra no meu feijão. Quebra nozes. Tiradentes. Dei a pedra nome e função: come pai, mãe e parentes. Pedra só pesa no saco, fração. Ignoro assim, pois a fome torce, ignora, me desvia a atenção.
Menino roça, volta e dorme. Pensando na hora da pedra, demora a comer, jaca e mamão. Se concede assim o patrão, esquece da vida na hora. Mastiga no caminho a pedra, ignora e engole com feijão. Havia uma pedra pelo caminho. Sapato furado de quem ganha o pão.
Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
Cara e Eterna Amiga Adrix. Finalizando mais um ano, Que não aceitou amadores, Porque nos feriu demais, E sentimos muitas dores.
Foram trezentos e sessenta E mais cinco como garantia, Que tudo em 2022 acabaria, E vai acabar, mas não desabar.
Aposte em seu Patrimônio Líquido, Tudo que conquistou sem ilícito, Tenha cuidado com as sobras, São seus méritos em obras, Ato de ativar conhecimentos, Contagiando-se a todo momento.
Para dois mil e vinte e três, Poderia com hipocrisia, Lhe enganar de vez, Algo que não serei, De coração desejarei: Lute, conquiste e vá buscar, Com seus amados dentro do lar.
Não acredite na passividade, Nas falsas felicidades, Nas falas vazias, De um ano novo, Maravilhoso.
As mídias desejam, Como se fossem verdades, Seja nesse momento incrédulo, Querem lhe enfiar mais créditos, Porque desejam a “grana”, E não sua felicidade.
Como em um Balanço, Completo e Patrimonial, Da vida busque qualidade, Do mundo encontre a verdade, Dos amigos reforce amizades, Aos amados prove o ano inteiro, Saber governar a ti mesmo, Ser ético no que acredita, Com as decisões sustentável, Com seu seja “ego” amável, E viva a vida por inteiro.
L.C. Bocatto– Belo Urbano. Diretor do Instituto IFEM – Instituto da Família Empresária. Criador da Ferramenta de Análise Científica Individual e Familiar. Formações – Mestre em Comunicação e Mercado, MBA em Controladoria, Contador, Psicanalista Terapeuta com foco em famílias e indivíduo com problemas Econômicos (perda de riquezas) e Financeiros (saldos negativos de caixa)
Erasmo Carlos, menino poeta em que resta nesta viagem um pouco da dor, da flor, da cauda e da… viagem! Lembrar do que sou, do que fui e do que restou.
Essa é a música que fala e que norteia os nossos olhos e que nos garante que eu fui e, sou ainda seu amigo!
Minha grande sensibilidade é extrema ao ouvir essa mesangem.
Ontem eu fui…
Ontem eu sou…
Ontem eu fui…
Ontem eu sou.
Preciso acabar logo com isso…
Pois não tenho vontade…
De me sentir ontem…
De me sentir que fui.
Minha sombra me acompanha e vê que eu…
Ficar aqui sozinha?
Preciso acabar com o que fui, com o sou e com o eu.
Muitos anos depois de sua mensagem…
Eu sou..
E quando penso em ti…
Eu fui seu amigo…
Eu sou seu amigo e serei sempre amigo!
Esteja onde estiver eu serei…
Seu amigo!
Salve!
Joana D’arc de Paula – Bela Urbana, educadora infantil aposentada depois de 42 anos seguidos em uma mesma escola, não consegue aposenta-se da do calor e a da textura do observar a natureza arredor. Neste vai e vem de melodias entre pautas e simetrias, seu único interesse é tocar com seus toques grafitados pela emoção.
No Almanaque da Jovem Guarda lançado em 2006 pela Ediouro consta que o bairro da Tijuca foi o berço perfeito para Erasmo Esteves. Sua mãe, Maria Diva Esteves, declarava-se viúva, para que o filho não tivesse traumas, pelo fato de ser mãe solteira. De acordo com a biografia do cantor “Minha Fama de Mau”, seu pai não assumiu a gravidez de sua mãe na época. Maria Diva veio de Salvador para o Rio de Janeiro, de navio, junto com a avó e os tios antes do seu nascimento. Ele conheceria o pai, na Bahia, aos 23 anos de idade, quando já era famoso. Por esses motivos Erasmo se considerava “quase baiano”.
Aos 14 anos ele participava da Turma da Matoso, o que significava serenatas de rock’n roll nas madrugadas, ao lado de Jorge Ben, Sebastião (Tim) Maia e outros rebeldes. Havia muito preconceito contra a turma do rock da Zona Norte. Mesmo proxima ao centro da cidade, a Tijuca era vista pelos próprios cariocas como um subúrbio distante.
O incontornável Gigante Gentil, com seus 1,93m de altura, passou pela Jovem Guarda como um de seus principais compositores, além de ter sido um dos apresentadores do programa de TV, que levava o nome do movimento. Seguiu pelos anos 1970, 80, 90 e 2000 com uma carreira fonográfica sólida. Enquanto compositor e músico influenciou gerações de artistas, deixando-se atravessar por variados ritmos e estilos musicais. Caetano Veloso entusiasmado corrobora que o Tremendão nunca pareceu atraído por nada que não fosse do mundo do rock, e tanto o seu canto despojado, quanto a sua energia sexual fazem com que nenhum fã de rock no Brasil possa discordar do fato que Erasmo Carlos foi e sempre será um representante do autêntico rock’n roll.
Com o fim da Jovem Guarda, Erasmo se embrenhou pelo samba rock, pela black music e mergulhou ainda mais na música popular. Erasmo mesclava em seus álbuns solo suas raízes roqueiras com tendências da MPB de cada época.
Contaminado pelo movimento tropicalista e pela música negra americana, cravou uma sequência de sucessos na década de 1980. Com o álbum “Mulher” de 1981, o Tremendão quarentão chegou ao auge de sua carreira pós-jovem guarda. O Disco trouxe os hits: “Mulher”, “Ela é Minha Superstar” e “Pega na Mentira”. Nessas composições aparecia um Erasmo Carlos direto, sincero e bem-humorado, tratando de temas como feminismo, inflação, censura, Amazônia, drogas e outros assuntos tão candentes naquele período final da ditadura civil-militar.
O Tremendão continuou fazendo sucesso, garantiu o seu espaço na mídia, sem perder a sua fama de mau. Em 1982 gravou o disco “Amar pra viver, ou morrer de amor”. Apesar de as vendagens terem sido inferiores às do álbum anterior, o novo LP garantiu espaço nas paradas sucesso. Além da faixa que dá título ao álbum, a canção “Mesmo que seja eu” atraiu a atenção de Marina Lima, que em 1984 gravou a sua versão no LP “Fullgás”. O álbum foi um dos maiores sucessos da cantora, que explorava o pop-rock urbano. O disco de Marina emplacou a faixa-título, além da versão para “Mesmo que Seja Eu”, entre outras.
Além de Marina Lima, Ney Matogrosso, também regravou a música em seu disco ao vivo de 1998. Com suas versões corajosas, sinceras, e estimulantes Ney e Marina reivindicaram seus lugares, suas potências, suas identidades. A letra do Tremendão abraçou um público amplo e abrangente. Na sua versão Marina afirma, não sem ironia: “É…cada um de nós precisa de um homem pra chamar de seu! Mesmo que seja eu!” e faz a canção de Erasmo virar uma referência nacional. Lulu Santos disse que não haveria um pop rock brasileiro da década de 1980 se não fossem as músicas de Erasmo. Ainda completa que o Tremendão abriu as portas para ele e seus colegas de geração.
Com cabeça de homem e coração de menino, Erasmo Carlos conta em suas memórias que veio ao mundo para topar qualquer parada. Erasmo Carlos não só venceu os muitos desafios que o destino colocou no seu caminho, como se tornou um dos primeiros popstars brasileiros. Na autobiografia “Minha Fama de Mau” ele conta como o menino criado pela mãe numa casa de cômodos, superou todas as limitações e o preconceito da Zona Sul carioca, consagrando-se, junto ao amigo Roberto Carlos, como o porta-voz sentimental de milhões de pessoas
No final de 2002, os 40 anos de carreira de Erasmo foram comemorados com o lançamento da caixa “Mesmo que seja eu” – contendo toda a sua discografia no período de 1971 a 1988, repleta de material raro e inédito.
Ao longo da estrada, Erasmo Carlos foi protagonista da Jovem Guarda e da MPB, sempre com novos parceiros, sempre reformulando sua obra musical. Com o passar dos anos e uma maior abertura da cabeça, Erasmo passou a ser visto como o que sempre foi: um gigante do rock nacional, admirado e respeitado como uma das figuras mais relevantes dos primórdios do estilo no Brasil. As reações à sua morte, aos 81 anos, falam por si só. Um cara muito gente boa, Bicho! Aumenta o rádio!
João André Brito Garboggini – Belo Urbano – é publicitário, ator e diretor teatral e tem três filhos.
Em fevereiro de 2020, logo no início da Pandemia, eu estava vivendo um relacionamento que já dava sinais de desgastes e já estava pensando em ir embora, uma coisa que marcou esta época foi um artigo que eu havia lido que falava de uma cafeteira, que a realização de uma pessoa estava em uma boa cafeteira.
Em meados de março de 2020 eu acabei me divorciando e indo morar em um apartamento na cidade vizinha, como sempre, sai deste relacionamento sem nada. No apartamento uma cama de segunda mão, uma TV, um sofá de segunda mão, uma geladeira e um fogão, mas ainda faltava a cafeteira, no meio daquele turbilhão de problemas, divórcio, contas para pagar de todos os tipos, reestruturar toda a minha vida e eu pensando na cafeteira como bote salva-vidas.
Fui a loja, tinha idealizado a cafeteira ideal, não queria que fosse de cápsula, não tinha poesia neste tipo, queria que fosse de café expresso, aço escovado, daquelas que vemos em padarias antigas, mas, o ideal nem sempre tem o custo ideal, ao ver o valor da cafeteira que gostaria de ter, dei uma recuada. Talvez o meu bote salva-vidas não precise de ar condicionado!
Busquei, busquei e busquei e achei uma cafeteira, elétrica, que você coloca o pó, a água e em pouco tempo o café fica pronto, mas não me atentei que a cafeteira era 220V e meu apartamento 110V, o café demora uma eternidade para ficar pronto e quando está pronto não está tão quente quanto deveria… mas lá está a cafeteira.
O tempo passou, já estamos em 2022, encontrei um novo amor, meu apartamento esta completo, já tenho mesa e tudo mais que é preciso ter em um apartamento. Ao sair de casa hoje pela manhã, final de 2022, olhei para minha cafeteira, a mesma que comprei lá atrás, me lembrei da idealização que fiz sobre ela e percebi que havia interpretado o texto de forma errada, não era sobre a cafeteira e sim sobre o processo de ter um espaço para construir seus sonhos, o cheiro do café pela manhã é a poesia que se espera no decorrer do dia.
Ainda tenho o sonho da cafeteira ideal, aquela de aço escovado, dos bares antigos de São Paulo, mas enquanto isso, a minha velha cafeteira ainda perfuma todas as minhas manhãs.
André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela mulher sorrindo.
É gol, é gol, é GOOOOOOOOOOLLLLLLLLLLLLLLLl do Brasil…
Eu não sei vocês, mas eu adoro assistir aos jogos da copa. Acompanhar cada partida do meu país é pura emoção!
No momento do jogo, me torno um misto de personagens e separei os três mais evidentes… neles me reconheço e observo o quanto estão presentes nas diversas rodas de torcedores. São eles: O professor de La casa de Papel, o Pateta do Walt Disney, que se transforma quando entra no seu carro para dirigir, e Ferris Bueller, personagem do filme “Curtindo a Vida Adoidado”.
Sobre o primeiro, quem aqui não se sente o próprio técnico da partida de futebol?
Me sinto sabida, apresento ótimas estratégias e táticas para o Brasil vencer o inimigo!
Sim, sem perceber, penso que tudo sei, mesmo não conhecendo todas as regras do jogo.
O segundo é o mais evidente, assim como o Pateta no trânsito, perco a compostura e berro, me exalto, falo alto, brigo com a televisão, brigo com os jogadores e me sinto inconformada com o andamento do jogo e desempenho dos jogadores, na expectativa que meu devaneio seja escutado.
Mas se o Brasil ganha, aí tudo muda de figura, o que vale é curtir a vida adoidado, como no filme, afinal, só se vive uma vez… eu canto, danço, me emociono e vibro muito! Afinal, é gol, é gol, é goooooooooooolllllllllllllllllllllllllll do Brasil. Vitória!
Mas no dia 28 de novembro de 2022, me comportei diferente.
Durante o jogo, estava vibrando muito, até que me deparei com a notícia de trabalhadores que foram mortos na construção dos estádios. Fui pesquisar e descobri que o The Guardian, jornal inglês, fez um levantamento de que mais de 6.500 trabalhadores morreram nas obras dos estádios e de infraestrutura do país, para receber o Mundial. Muitos trabalhadores também não receberam pelos serviços na construção.
Verdade ou não? O fato é que este dado não pode ser ignorado!
Nesse dia, foi vitória do Brasil, ganhamos por 1 a 0 da Suécia e, com uma tristeza profunda, não consegui comemorar com a mesma energia de sempre. Fiquei estarrecida.
Afinal, como assim? A copa mais cara da história (Catar investiu 33 bilhões de reais) foi capaz de causar tanta tristeza?
Lamento, profundamente, que a sua operação possa ter permitido trabalho análogo a escravidão, possa ter resultado em mortes e, aparentemente, demonstre pouco caso com a vida de imigrantes.
Como Pollyana, personagem de Eleanor H. Porter, vislumbro a copa como uma oportunidade de avançarmos no oitavo objetivo sustentável definido pelas nações unidas, ou seja, de promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos.
Mas, ao olhar atentamente aos fatos, me deparo com a sede de poder e ganância e, em função da minha ignorância nas pactuações políticas e geopolíticas, não vou ousar falar sobre os esquemas na construção dos estádios e muito menos sobre as negociações para o acordo de paz que estiveram envolvidos, mas ficou difícil comemorar como das outras vezes, pois na minha cabeça só ouvia a voz do Chico cantado: “morreu na contramão atrapalhando o sábado”.
E por que divido essa dor? Para chamar a atenção de todos em relação às contradições que nos acometem e por acreditar, de forma ingênua, em uma articulação mundial para que possamos agir em espírito de fraternidade, apurando os fatos e, se caso, confirmado esse descaso com a vida humana, possamos reparar, de alguma forma, essa dor!
Sim, no meu íntimo isso é possível, a começar com a sensibilização de patrocinadores da copa de 2022, de técnicos e jogadores e, principalmente, da Federação Internacional de Futebol Associado – FIFA!
“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade”. Art. primeiro da Declaração de Direitos Humanos.
Claudia Chebabi Andrade – Bela Urbana, pedagoga, bacharel em direito, especialista e psicopedagogia e gestão de projetos. Do signo de touro, caçula da família. Marca registrada: Sorriso largo e verdadeiro sempre
Eu era adolescente quando pela primeira vez ouvi a música ‘O Amor’ cantada pela Gal. Confesso que naquela época não entendia profundamente e conscientemente cada palavra e contexto daquela canção, mas o fato é que ela me tocou profundamente! A ponto de, mesmo sem entender por que, ficar com os olhos marejados (OK, puxei à minha mãe, músicas me fazem chorar…). Versos como ‘para que não mais existam amores servis’ são carregadas de significado. E até hoje ela me causa isso, principalmente porque hoje a entendo.
Só mais recentemente fui buscar a origem da música, o autor e tal, e minha admiração por ela aumentou mais ainda, ao descobrir que é uma adaptação feita por Caetano Veloso de um poema do poeta russo Maiakóvski, que lindamente protestou contra o comunismo em sua obra. E o final, ah… o final…
Ressuscita-me
Para que a partir de hoje
A partir de hoje
A família se transforme
E o pai
seja pelo menos
o Universo
E a mãe
seja no mínimo
A Terra
Tove Dahlström – Bela Urbana, mãe, avó, namorada, ex-mulher, ex-namorada, sogra, e administradora de empresas que atua como coordenadora de marketing numa empresa de embalagens. Finlandesa, morando no Brasil desde criança, é uma menina Dahlström… o que dispensa maiores explicações. Na profissão, tem paixão pelo mundo das embalagens e dos cosméticos, e além da curiosidade sobre mercado, tendencias de consumo, etc., enfrenta os desafios mais clichês do mundo corporativo, mas só quem está passando entende.
O ano era 1982, eu com quatorze anos. A cidade, Campinas. Era o primeiro carnaval que eu iria pular as cinco noites no Clube Cultura, além das três matinês. Os carnavais aconteciam em salões sociais dos clubes das cidades, era o acontecimento do ano, formavam-se os blocos, todo mundo se fantasiava, a energia era infinita, os hormônios borbulhavam, tudo era novidade, tudo era lindo, maravilhoso, era assim que eu me sentia.
Lembro perfeitamente a sensação de liberdade e alegria que tomava conta de todos. Eram tempos das famosas marchinhas de Carnaval, contando não dá para descrever, só quem viveu sabe da nostalgia de velhos carnavais. Festa do interior, música da Gal Costa embalou muitos dos meus carnavais, assim como os de uma geração. Ser Mulher 50 mais tem dessas coisas, ter vivido intensamente os anos 80, desculpe a sinceridade, mas os melhores anos que existiram para se viver uma juventude. Musicalmente, culturalmente e politicamente, lutávamos por felicidade, simplesmente cantávamos e dançavamos sem parar. Eram tempos de Titãs, Barão Vermelho, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Blitz, Ira, Engenheiros do Havaii.
Nas minhas doces memórias, Gal me remete a Carnaval, minha juventude dourada, pele bronzeada, sem medo do sol, das primeiras paixões, corpo torneado, dos sonhos e das fantasias, lembro que o delírio das meninas era quando os meninos nos erguiam pela cintura e nos levantavam pelos ares dos salões. Clichê de cinquentona: “Bons Tempos”.
Daniela Martini Naufel – Bela Urbana, formada em Direito pela PUCC, Oficial de Promotoria do Ministério Público há 29 anos. Alma de artista, apaixonada por Artes, fotografia e pela escrita. Mãe do.Davi, Vinicius e Raul .
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