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Setembro Amarelo

Em cima da penteadeira, um bilhete com uma fita amarela.
Amareladas estão as páginas do diário, pouco escritas por ela.
Um sentimento de vazio por não saber o que conversar.
Enrolada na coberta, sentindo um pouco de frio, que logo iria passar.

Ela tentou falar com a irmã, que, ocupada, não pôde retornar.
Tentou também falar com o namorado, que, sem tempo, não quis conversar.
Ela mesma achava besteira; o que doía nela era, talvez, coisa da sua cabeça.
Pensamentos estranhos, uma grande vontade de resetar o jogo.

Afinal, não havia final feliz para aquela história.
Poucos sentiriam sua falta, e ela poderia recomeçar.
Será que existe recomeço? Será que há outro lugar?
Que diferença faz, se aqui também não está bom?

Em cima da mesa, um bilhete com uma fita amarela que ela não abriu.
Um diário com páginas amareladas, que ela mal escreveu.
Ao lado da cama, um frasco de remédios, vazio.
Olhos fechados, cabelo arrumado, ela dormiu.

Não vai acordar mais… O que será que tinha para dizer?
Não vai me procurar, nenhum tempo do mundo vai resolver.
O bilhete com a fita amarela foi aberto só depois.
Lá dizia: “Nos procure, estamos aqui para ajudar.” Será mesmo?

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela mulher sorrindo.
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