Uma vez joguei um dado
Esperando ver nele o resultado
Se um dia serei feliz
Se terei alguém ao meu lado
Se serei menos solitário
O valor tirado foi baixo
Então decidi mudar
Nesse dia eu me fiz jurar
Que um dia eu serei feliz
Que eu terei alguém ao meu lado
Que eu me tornaria menos solitário
Igor Mota – Belo Urbano, um garoto nascido em 1995, aluno de Filosofia na Puc Campinas do segundo ano. Jovem de corpo, mas velho na alma, gasta grande parte de seu tempo mais lendo do que qualquer outra coisa. Do signo de Gêmeos e ascendente em Aquário, uma péssima combinação (se é que isso importa).
Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.
Dois homens morreram hoje. Pai e filho. Mas que lástima ser essa. Que tristeza
inominável isso é para seus parentes e amigos. Um pai nunca quer ter uma vida mais
longa que a de seu filho, e o filho não quer nem pensar de em perder o seu pai. Claro isso
serve apenas para verdadeiros pais e filhos, onde um soube cuidar de sua criação e ter
dado a ele amor e carinho. Pai é quem cria alguns chegam a dizer. E apenas assim que
se é um verdadeiro pai.
Mas pais não são criaturas perfeitas. Afinal, quem é? Os únicos homens perfeitos
que existem estão presentes nas histórias antigas que dizemos uns aos outros na
escuridão da noite, mas nunca nas histórias pessoais de nosso dia a dia. E mesmo na
morte, essa imperfeição não se vai. Pois é apenas na morte que somos obrigados a ver
aquilo que sempre negamos em nós mesmos e nos outros. E assim foi, para um pai e um
filho que se foram no mesmo momento.
O pai chegou as portas do mundo dos mortos alguns instantes antes de sua
descendência, como deve ser (segundo alguns). E chegando lá conversou por um tempo
que pareceram ser horas, com uma entidade que nunca vira e nunca ouvira falar. Falaram
sobre histórias de sua própria vida e talvez nesse ínterim, tenha tido até mesmo a sua
alma medida de cima a baixo. Pois a história do pai fora longa e sofrida. Em sua historia,
fora abandonado e largado. Lutara e se desesperará. Muito ele passou e diversas
cicatrizes ele acumulou em seu espírito. E apenas ali, no mundo dos não vivos que ele
havia sido capaz de enxergar isso.
Pois em um mundo que não é mundo, onde a carne não existe e o que sobra é o
espirito, apenas as almas podem ser vistas, mesmo que não da forma as quais as
pessoas pensem que as almas são. E o pai e a entidade viam que nele, em sua alma,
havia uma grande gama de cicatrizes. Cicatrizes que apenas os vivos sabiam fazer. E o
pai se entristeceu, se adoeceu e se redimiu. Pois é assim que as coisas são no mundo
dos não vivos. E o filho, após poucos segundos que foram a eternidade, chegou também.
E o pai ao ver o filho ficou horrorizado com o que via. Pois mesmo sem saber, viu
o filho de verdade pela primeira vez. E em seu coração soube que não havia sido o pai
que pensara ser. Pois ao olhar para seu filho pela primeira vez, viu que nele as cicatrizes
eram muito maiores e mais profundas do que o pai jamais havia tido em si mesmo.
Igor Mota – Belo Urbano, um garoto nascido em 1995, aluno de Filosofia na Puc Campinas do segundo ano. Jovem de corpo, mas velho na alma, gasta grande parte de seu tempo mais lendo do que qualquer outra coisa. Do signo de Gêmeos e ascendente em Aquário, uma péssima combinação (se é que isso importa).
Desde muito pequena sempre fui chamada de beijoqueira. Passava batom pra beijar o espelho e o vidro do box do banheiro vaporizado. Meu pai não gostava muito de beijo mas eu insistia e ele acabava cedendo dizendo: – Essa menina é beijoqueira.
Penso que o beijo é uma demonstração de afeto muito pura, que vem do coração, por isso quando fui questionada para quem iria o próximo beijo, no mesmo instante pensei nas crianças.
São elas que dão os beijos mais puros, afetivos e despretensiosos. Elas aprendem desde um aninho o que é um beijo estalando a boquinha e mandando beijinhos pondo a mão na boca.
Quando chego na creche onde trabalho, lá estão elas, esperando o meu olhar, o meu carinho e o meu beijo. Um amor incondicional, sem esperar algo em troca, sem preconceito. Um amor puro. Um beijo puro. simplesmente um beijo.
É pra elas que vai o meu próximo beijo, e o outro, e o outro também. Sempre que existir uma criança é pra ela o meu beijo.
Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, 53 anos, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche: Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “
Próximo beijo será pra “ele”. Ele que um dia neguei muitos beijos. Ele que mesmo depois de anos de casados gostava de longos beijos.
Dizia que “o beijo aquece o amor que esta esfriando”. Por cinco anos ficamos ausentes um do outro, partiu e acreditando ser o fim buscou uma outra boca.
Fiquei sozinha gostando da pausa, da frieza, correndo na labuta, numa luta por viver… cinco anos … De vez em quando sonhos com beijos, beijos roubados, beijos consentidos… mas sonhados, não vivenciados. Vem a saudade, da boca de hálito puro, mesmo na manhã ainda no leito.
Vem a lembrança dos beijinhos terminados em mordidinhas nos lábios que pareciam esticar como chicletes numa provocação para outros beijos. A saudade daqueles beijos, foi chegando, se instalando, se firmando e agora?
Bora correr atrás daquela boca que depois de uma boa conversa diz também sentir saudades da minha. Confessa que enquanto outra boca beijava era a minha que ansiava… Bora buscar sua boca em minha boca e nunca mais desgrudar!
O próximo beijo, será pra ele, pois nunca foi de mais ninguém!
Maria Teresa Cruz de Moraes – Bela Urbana, negra, 52 anos, divorciada, mãe de duas filhas, uma de 25 e outra de 17, totalmente apaixonada por elas, seu maior orgulho. Pedagoga, psicopedagoga, especialista em alfabetização e coordenação pedagógica. Ama estudar. Está sempre envolvida em algum grupo de estudo que discuta sobre práticas escolares e tudo que acontece no chão da escola. Ah, é ariana.
2017 foi um ano de MUITAS mudanças na minha vida! Entre as diversas mudanças, a que as pessoas mais comentam são os vários quilos que eu emagreci!! Estou impressionada e confesso, bastante surpresa e até mesmo chocada sobre como isso impacta a forma como algumas pessoas me vêem!! Ouvi diversos comentários sobre a “minha nova aparência” (será que mudei tanto assim?). Todos comentários “positivos”! No começo, ficava até feliz: quem não gosta de se sentir magra e “bonita”, de caber em qualquer roupa e ter o armário quadruplicado de opções? rs… mas, com o tempo, a alegria foi se tornando surpresa e ultimamente se transformou em espanto! E na última semana virou indignação total ao ouvir, de pessoas diferentes, em situações diferentes, comentários como:
1. Nossa! Você é uma outra pessoa! muito melhor!
2. Agora você pode até voltar a trabalhar no mundo corporativo!
3. “Agora” você vai “até” arrumar um namorado! E a máxima dessa semana: “você “merece” até um marido novo!”
Oi? Como assim? Será que as pessoas achavam mesmo que estavam me elogiando ou me dando um reforço positivo ao fazerem esses comentários? Uma mulher se torna uma “pessoa melhor” porque emagreceu? Porque a aparência atual está mais de acordo com o padrão estético socialmente aceitável?
Meu QI melhorou ou minhas habilidades profissionais aumentaram porque eu emagreci? Isso acontece com as pessoas que emagrecem? Elas se tornam mais capazes profissionalmente?
E só quem é magrinha merece namorado e marido novo? Desde quando a capacidade de amar e ser amado tem a ver com o peso da pessoa?
Então…. apesar dos quilos a menos (12, no espaço de 9 meses) informo que continuo a mesmíssima pessoa: mãe babona, cozinheira apaixonada (logo eu, que adorava dizer que cozinheiras magras não são de confiança! rs), ainda perco a chave do carro e o celular todos os dias, adoro viajar, amo vinho, odeio injustiça, coentro e pimentão, etc, etc, etc… tudo igualzinho como era antes! Continuo solteira (porque ser magra não faz aparecer nenhum príncipe encantado!! rs) e morando e trabalhando no meio do mato!
Nada mudou! Simplesmente porque minha essência, que não é medida em gramas ou quilos, continua exatamente a mesma!
Katia Reis – Bela Urbana, arquiteta, empresária, cozinheira, mãe babona, adora viajar, ama vinho, escrever e receber amigos
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa .
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa .
Fico aqui pensando se não seria melhor não saber desenhar ou não saber pintar.
Talvez eu ficasse mais livre pra desenhar e pintar, talvez eu criasse mais, igual uma criança, sem dogmas, sem preconceitos, sem frescuras, sem direção, sem um rumo determinado, desenharia e pronto.
Pintaria sem estilo, sem técnica, sem certo ou errado, como Miró fazia. Ou será que ele fazia isso mesmo?
Ou ele já estava também preso a um estilo seu?
Vida, sempre uma incógnita…
Mauro Soares – Belo Urbano, publicitário, diretor de arte e criação, ilustrador, fotógrafo, artista plástico e pontepretano. Ou apenas um artista há mais de 50 anos.
Você já experimentou se nutrir do que lhe faz bem? Natação, meditação, pompoarismo, pilates, poledance, dança do ventre, sapateado e tudo mais que desejar, já ousou?
Arriscou ler, ler, ler e se der tempo, ler de novo? Já experimentou se conhecer em profundidade? Já apostou em estabelecer relações de afeto protetivas?
Encontrar amigos… com que frequência você faz isso? Acordar e trabalhar no que se acredita, acha possível? Já sentiu o cheiro e a temperatura de grama molhada?
Quando está no trânsito, tem coragem de cantar e dançar? Brindou a existência de gatos (ou cachorros, rsss) brincando com eles? Escutou o silêncio da noite e ficou em paz e em gratidão por estar com quem ama?
Obviedade?
Então porque não experimenta?
Claudia Chebabi Andrade – Bela Urbana, pedagoga, bacharel em direito, especialista e psicopedagogia e gestão de projetos. Do signo de touro, mãe e caçula da família. Marca registrada: Sorriso largo e verdadeiro sempre 🙂
Utilizamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência, de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.