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Envelhecer é pra quem quer e gosta!

Tenho 67 anos, cabelos longos e nada brancos, pele firme e bronzeada, corpo malhado sem exageros e sem bombas! Idade e velhice? Tá na a cabeça e o corpo vai na onda!

Sou hoje um mero adolescente experiente!

Risco que eu corro hoje? Quando vou num caixa preferencial ou paro meu carro numa vaga de idoso onde “os idosos com cabeças e corpos envelhecidos me olham feio e praguejam na caruda”!

Óculos não uso desde 2017 quando coloquei lentes intra-oculares multifocais importadas e injetadas! Aaaaa, mas meus olhos continuam verdes e talvez por causa das lentes injetadas, bem mais claros, quase azuis!

Obs.: E não uso Viagra nem Cialis porque tesão, também é coisa de cabeça, e claro, quando pinta aquela química! Mas fala a verdade, tem coisa melhor que um bom sexo? Tem não!

Recomendo sexo no mínimo duas vezes ao dia todos os dias, e sono no mínimo de 7 a 8 horas por noite, ou dia, dependendo da necessidade do corpo, porque dormir faz bem para a pele!
Malhar todos os dias, sempre!

Envelhecer é pra quem quer e gosta!

Mauro Soares – Belo Urbano, publicitário, diretor de arte e criação, ilustrador, fotógrafo, artista plástico e pontepretano. Ou apenas um artista há mais de 50 anos.

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Só os olhos verdes

Uma vez ouvi dizer que a mulher perde o poder quando perde a beleza e que o homem perde o poder quando perde seu dinheiro…. mas sinceramente, não é bem assim.

Sou um homem, tenho mais de 50 anos, e sinto, e sinto muito, ver meus cabelos caindo, minha barriga flácida, meu peito antes muito definido, parecendo “tetas” caídas… sim, a perda do físico, da beleza, não é fácil para um homem que já foi muito belo.

Ser belo, ter sido tão belo, me tornava quase sempre irresistível, fácil de despertar paixões em mulheres, desejos em homens, invejas… é difícil perder esse poder.

Dinheiro é bom, compra muitas coisas, mas só entende o poder da beleza de um homem quem já foi muito belo. Não tento me convencer de que toda idade tem sua beleza, talvez até tenha, mas quem usou todas as fichas, nesse ponto na juventude, não consegue se despedir sem dor.

Choro, sinto tristeza pelo que foi e não é mais.

Do que fui… só os olhos verdes… mas com óculos para enxergar de perto agora. Xingo.

Fui.

Anônimo – Homem, brasileiro, mais de 50 anos…. só isso permitiu ser dito.
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Envelhecer, medidas protetivas e algumas considerações

O envelhecimento é um direito personalíssimo e a sua proteção, um direito social, e é dever do Estado, nesse sentido o estatuto do idoso no Brasil, é um estatuto no qual são estabelecidos os direitos dos idosos e são previstas punições a quem os violarem, dando aos idosos uma maior qualidade de vida. Por essa lei em vigor os filhos maiores de 18 anos
são responsáveis pelo bem-estar e saúde dos pais idosos entre outras determinações destinadas a garantir qualidade de vida e proteção aos idosos.

A Lei federal nº 10.471/2003 representou, sem dúvida, grande avanço na proteção dos direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, pois em seus 118 artigos, muito além de garantir direitos à pessoa idosa e prever instrumentos para sua efetivação, regulamentou princípios que, apesar de já estarem previstos na Constituição
Federal, não encontravam respaldo legal suficiente para se afirmarem na prática.

Instituído pela Lei 10.741 em outubro de 2003, o Estatuto do Idoso visa a garantia dos direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (art. 1.º). Para tanto, aborda questões familiares, de saúde, discriminação e violência contra o idoso. E resguarda-as, desse modo.

O estatuto busca, assim, a persecução de princípios e direitos fundamentais à vida humana. Entre eles, visa, principalmente, garantia da dignidade humana, princípio consubstanciado na Constituição Federal em seu art. 1.º, inciso III. E, consequentemente, assegurar a existência digna acerca da qual dispõe o art. 170, CF. Afinal, como dispõe o art. 2.º do Estatuto do Idoso:

Art. 2.º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física, mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

A legislação, ainda, institui o dever da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público de assegurar tais direitos ao idoso. Dessa maneira, torna-se uma prioridade social, conforme o art. 3.º da Lei 10.741/2003, a efetivação do Direito à:

  • Vida;
  • Saúde;
  • Alimentação;
  • Educação;
  • Cultura;
  • Esporte;
  • Lazer;
  • Trabalho;
  • Cidadania;
  • Liberdade;
  • Dignidade;
  • Respeito;
  • Convivência familiar e comunitária.

E ainda prevê sérias penalidades aos que cometerem crimes e descumprirem as disposições do mencionado dispositivo.

A população idosa brasileira, ou seja, daqueles que têm 60 ou mais anos, é cada vez maior. Entre 2012 e 2017, por exemplo, cresceu nada menos do que 18%, passando da casa dos 30 milhões de brasileiros da terceira idade (número este que significa 14,6% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE).

Quando o Estatuto do Idoso foi promulgado, em outubro de 2003, o país contabilizava 15 milhões de
idosos, ou seja, metade do que tinha em 2017.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2025 (daqui a apenas três anos) o Brasil terá a sexta maior população idosa dos cinco continentes. Somos um dos países que envelhece com mais rapidez no mundo, e, exatamente por isso, é preciso garantir a proteção e os direitos dos idosos.

Sendo assim, além de dar suporte no ordenamento jurídico brasileiro, o Estatuto do Idoso é uma resposta da própria sociedade para com a sua população da terceira idade, procurando garantir o direito a uma velhice digna e a execução de políticas que favoreçam isso.

Na realidade, sabemos que isso não funciona tão bem assim, mas há muitos avanços cotidianos, como as filas especiais em bancos e mercados, o direito ao assento nas conduções e o pagamento de meia-entrada em cinemas, teatros e atrações culturais, isso sem falar em isenções de impostos, tão importantes em um momento que a capacidade de produzir e ganhar dinheiro são reduzidas.

O Estatuto do idoso é mais do que o conjunto de leis referentes à população da terceira idade. O documento é um ponto de partida, um porto seguro, ou seja, é como uma carta de princípios que visam assegurar e proteger aqueles que estão numa situação de vulnerabilidade em decorrência da idade e do envelhecimento.

Em 1 de outubro de 2022 o estatuto do idoso completa 19 anos e escrever sobre este dispositivo é muito satisfatório tanto no sentido jurídico do dispositivo como no sentido de se avaliar que com o passar dos tempos e a chegada da idade, continuamos sendo nós mesmos por toda a vida, apenas mais velhos”, escreve Anne Karpf, socióloga e autora do livro “Como Envelhecer” da The School of Life. “O envelhecimento nos dá a oportunidade de sermos totalmente nós mesmos: mais, e não menos, indivíduos. Envelhecer, em cada estágio da vida, pode ser altamente enriquecedor”,
afirma esta autora.

Olhar para a velhice como uma experiência (e não a derrocada da juventude ou “o fim da linha”) é a chance de seguir aprendendo e se desenvolvendo, indo assim contra a discriminação pela idade e estigmas de limitação física e cognitiva, também é chave para abraçar a beleza dessa fase.

. Ana Carolina Rogé Ferreira Grieco – Bela Urbana, advogada formada pela Pucc Campinas em 2000, atualmente integra a equipe do escritório Izique Chebabi Advogados Associados. Empresária. Virginiana que ama jogar tênis e ficar com a família!
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Cadê todo mundo?

-Onde está o pessoal?

-Que pessoal?

-O pessoal que estava aqui. Já foi todo mundo embora?

-Não tinha ninguém aqui… estamos só nós dois.

Ele olha confuso para ela. Ela olha para ele com um sorriso triste.

Já faz alguns anos que ele vem perdendo a noção do que se passa ao seu redor, perdendo sua memória e sua identidade. Quem sabe por onde andarão seus pensamentos?

O médico lhe disse que agora ele tem a mentalidade de uma criança de 5 anos. Ela já não é mais a sua esposa; é sua mãe, ou sua avó!

Ela se pergunta indignada: Por que isso foi acontecer com ele? Mas está cansada, e logo resigna-se: É melhor aceitar e aprender a conviver com esta nova realidade.

Seus filhos moram longe e contrataram uma cuidadora para passar as noites com eles. Ela não gosta de ter estranhos em casa, mas aceita, porque entende que precisa de ajuda.

Às vezes ainda sonha em realizar coisas, sair, viajar, mas sabe que não pode deixá-lo sozinho, e não quer que estranhos cuidem dele sem a sua supervisão.

Todos os dias parecem iguais. Dias de semana e de fim de semana se confundem.

Ela liga a TV para assistir as notícias. O mundo está louco! Coisas estranhas acontecendo. Há assuntos que já não consegue acompanhar mais. No jornal local, ela lê o nome de mais uma pessoa conhecida nas notas de falecimento.

Gosta de cuidar de suas plantas – vê-las vicejar e florescer lhe dá prazer. Também se distrai com o gato, que roça suas pernas, pedindo comida ou carinho.

No feriado, seus filhos vêm visitá-los. Ela fica feliz por isso. Os dias por fim são diferentes e mais interessantes! Mas eles não podem ficar muito tempo; têm seus compromissos, seus trabalhos, suas famílias para cuidar.

Quando os filhos voltam para as suas vidas, a vida dela volta à mesmice de sempre, e a espera pela próxima visita recomeça.

Aí ele lhe pergunta de novo: Cadê o pessoal? Cadê todo mundo?

E ela responde: Já foram todos embora. Agora somos só nós dois…

Anônimo – Escrito pelo filho(a), é um conto, mas baseado nos fatos reais
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Aceitação do envelhecer

Contribuindo na exploração do tema Envelhecer, acabei de completar 60 anos e me dei conta que “os anos passaram”, mais cronologicamente do que fisicamente. Digo isso porque após a tal aposentadoria, puxamos o freio e vamos fazer o que realmente nos faz feliz, que no meu caso: cuidar da saúde como um todo, que também inclui  cozinhar.

O cuidado com a saúde envolve aspectos físicos como a própria atividade física e alimentação, como também aspectos emocionais. Temos tempo agora, depois de filhos criados e encaminhados, de voltar o olhar para nós e perceber que somos e podemos ser falíveis.

Me dei uma viagem de 60 anos e percebi que já tinha algumas limitações / cuidados, comparados a viagem de 5 anos atrás: carregar a mala, o peso da mochila, a organização da documentação, a exploração dos locais em um único dia, a preocupação com alimentação melhor, a necessidade de hotéis e não hostels…

E comparado a minha mãe de 87 anos, que julgamos gozar de boa saúde, percebemos que “as falhas” estão chegando de mansinho e esse “mansinho” impede que ela as perceba. O discurso agora é com o cuidado de fazê-la entender que “é normal”: Que os esquecimentos e confusões virão, que o joelho /quadril vai doer, que as extremidades vão formigar, que a fome não vai aparecer em algumas refeições, que a solidão vai bater…enfim, que a “máquina” está dando sinais de  “prazo de validade”. Não é questão de esperar a morte, é saber e entender que ela é a coroação do percurso, é questão de entender com gratidão, a  “missão cumprida”.

Aproveito todas as situações e digo aos que estão comigo: nessas situações, me ajudem a ser leve, me falem sobre o processo que está acontecendo comigo “até que eu entenda”, aceite, corrija, enfim…fique em paz com a realidade.

Aceitar o envelhecer é sinal de gratidão! Sinal de uma vida bem (ou nem tanto) vivida, mas com o privilégio de passar pelas etapas, pelas gerações… Sejamos leves e amemos sem acepção, sem julgamento. Simplesmente amemos e sejamos gratos por cada amanhecer!

Edna Prado Gonçalves – Bela Urbana, administradora de empresas, consultora em pesquisa de mercado na Neometrics, signo leão, ama cozinhar. Apaixonada pela vida (resume tudo)!
e-mail: ednamaio13@gmail.com

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Olhos de amêndoa quando perde a casca

Quando era garoto, imaginava que, ao chegar na oitava série, seria grande, pleno e responsável. Quando cheguei à oitava, pensava que aos dezoito teria uma apoteose: serviço militar, habilitação, vestibular etc. Seria esse o ápice da minha imaginação.

Quando cheguei aos dezoito, imaginava que a fase adulta chegaria aos vinte e seis. Aos vinte e seis pensava que seria pleno aos trinta, trinta e cinco… aos trinta e cinco entendi que a vida começaria, talvez aos quarenta, mas não tinha tanta certeza.

Cheguei aos quarenta e passei dos quarenta. Estou com quarenta e um e observo: jovens de trinta, trinta e cinco anos procurando emprego ou trabalhando horas a fio para pagar prestações infinitas. Percebo jovens de vinte e cinco com fé em promessas vazias de riqueza nas redes sociais. Os adolescentes dos “dezepoucos” e as crianças me parecem que terão um desafio enorme pela frente para sobreviver e preservar o resto de planeta que minha geração irá deixar.

Parece que perdi a esperança, mas na realidade, sairam as cascas de amêndoa da ilusão que turvaram meus olhos. Percebi que envelheci e não me dei conta.

Essa casca me fazia pensar que ainda era um jovem, que, esperando o momento épico, perdia alguns pequenos momentos bons. Mas entendi que não posso parar no tempo, projetando da minha imagem a um ideal que ainda vou construir. Minha imagem é o que sou agora, é a que tenho e com ela farei meu melhor.

Falar de envelhecer aos quarenta e um parece uma bobeira, mas entender que envelhecer ocorre desde que nascemos, e poder acompanhar minha evolução me faz degustar as delícias e dilemas do momento presente, evitando esperar pelo tempo certo para viver. O tempo passa, e só é implacável para as rugas e para quem não percebe com doçura seu surgimento, degustando o sol do momento presente bronzeando a pele.

Conversando com minha companheira, concordamos que hoje a visão da passagem do tempo em nossas vidas nos diz mais de como vamos nos cuidar para ter saúde plena e atividade que de fato, realizar aquelas maluquices que fazíamos tempos atrás. Queremos estar vivos e plenos no futuro.

A morte vem depois do último instante de vida. Só espero que possa estar vivo no dia da minha partida, vivo ao ponto de no último segundo, saborear tudo que ficará por aqui, enquanto fecho uma porta para a história e sigo ao infinito.

Crido Santos – Belo urbano, designer e professor. Acredita que o saber e o sorriso são como um mel mágico que se multiplica ao se dividir, que adoça os sentidos e a vida. Adora a liberdade, a amizade, a gentileza, as viagens, os sabores, a música e o novo. Autor do blog Os Piores Poemas do Mundo e co-autor do livro O Corrosivo Coletivo.

Crido

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E agora? É Doença de Alzheimer!

Toda primeira quarta-feira do mês costumo almoçar na casa de meus pais. Dessa vez estranhei quando minha mãe comentou a me ver: “- Por que não avisou que viria? Eu teria feito algo especial” “Mãe, nos falamos ontem!”

Observo que ela está muito calada e pergunto para meu pai se aconteceu alguma coisa, ele responde que minha mãe resolveu ter ciúmes dele depois de velha!

Meu irmão intervém, contando que brigou com ela, pois há 15 dias ela só faz arroz, feijão e frango, não varia a comida e agora cozinha sem sal.

O ápice de meu desespero foi quando a vizinha me chamou e avisou que devo levar minha mãe ao médico, porque esses dias a encontrou perdida na padaria sem saber voltar, fala sempre as mesmas coisas e esquece-se de compromissos.

 Depois de várias consultas, exames, avaliação neuropsicológica veio a sentença: Doença de Azheimer! E agora?

Olá sou Sandra Schewinsky psicóloga e neuropsicóloga e conto essa historia para vocês, que acontece em vários lares.

A primeira coisa que a família precisa fazer é buscar o diagnóstico correto, pois existem tipos diferentes de demências e alguns problemas de saúde que parecem demência, mas não são e com tratamento a pessoa pode melhorar.

Outro ponto importante é ficar atento aos comportamentos, nem sempre os primeiros sinais são a perda de memória clássica, mas sim alterações de comportamento que ocorrem pelas alterações cognitivas, a pessoa pode começar a mentir, mas na verdade ela cria outra história porque não lembra da original, pode ter ciúmes, ficar mais sexualizada, mais brava ou apática. A dica é mudou muito o jeito de ser LEVE AO MÉDICO!

Diagnóstico feito, isso não significa o fim do mundo, a família precisa buscar o máximo de informações sobre a doença, existem cartilhas, associações e muitos profissionais experientes para ajudar, inclusive no SUS.

O conhecimento ajuda a lidar melhor com a situação, mas não aplaca os sentimentos que são mistos de tristeza, dor, raiva, falta de paciência com o doente, gastos inesperados e sobrecarga de afazeres. Tanto o cuidador mais próximo como outros membros familiares vão precisar de apoio, quer seja profissional, quer seja de pares.

A sensação é de perder a pessoa em vida, ou seja, a mãe que acha que a filha é sua mãe, o esposo não reconhece a esposa e diz que jamais se casaria com uma “velha”, o irmão que urina no guarda-roupa ao invés de ir ao banheiro, o silencio, a dependência, a limitação, a confusão. São situações de sofrimento para todos e muitas vezes o estresse faz com membros da família briguem e se afastem o que só piora a situação.

Por isso procurem ajuda! Mesmo que a Doença de Azheimer não tenha cura, ela tem tratamento e isso pode melhorar a qualidade de vida de todos, inclusive da família.

Sandra Schewinsky – Bela Urbana. Neuropsicóloga: É super bem humorada!
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78 anos de idade

78 anos de idade, não 78 primaveras, porque a primavera só inicia no dia 20 e seu aniversário e no dia 17;
Eu, impaciente, pacientemente pergunto, baseado na série das Belas Urbanas, o que é envelhecer para você?
A resposta não poderia ser direta, os anos de vida e os diversos exercícios para o cérebro, trazem cruzamentos e vielas em uma resposta que deveria ser uma avenida direta, mas hoje ouço, não interrompo, me interesso, como em um verso solto, a voz rouca e pausada começa a compor uma melodia, não a versos e nem prosas, apenas sabedoria;
Filho, inicia lentamente, para mim houve dois momentos pungentes, o casamento com a sua mãe, amor improvável, permanece perene e o nascimento dos meus filhos, permanente e presente, olhos atentos aos movimentos, me orgulho, não interrompo, escuto, penso e leio as entrelinhas. Pergunto, você se considera um homem realizado? A resposta composta, nasce com outra pergunta sorridente, materialmente? Claro que não, espiritualmente, ainda luto por um lugar ao sol;

São tantas experiências que os cabelos brancos e os traços do sorriso, cravejado de rugas, me fazem perder a atenção;
Tão longa estrada, com objetivos tão diferentes dos meus, tão esforçado estudo, para encontrar o caminho que um dia a alma perdeu, tantos sorrisos e tantas razões para desistir, mas seguir em frente foi o que te moveu ;

A pouco tempo procurava motivos para colocar a culpa dos meus erros no seu eu;
Tentando justificar a expectativa que eu criei, de querer ser mais seu, de querer ter mais eu, fantasia de mídia que o tempo e a maturidade entendeu;

Hoje vejo seu sorriso, a fragilidade do seu corpo, os seus pensamentos devagantes e percebo, tudo foi parte do que deveria aprender;
Não sou grande, muitas vezes ainda me sinto menino, ainda preciso de atenção, mas compreendo que tudo na vida tem uma razão.

E se me perguntarem em outro momento qualquer, o que é envelhecer, direi sem pestanejar, envelhecer é encontrar um caminho de sabedoria, de valorizar o que tem de melhor, se ver aonde de verdade está guardado o ouro, de ser pai do seu pai, de viver um pouco melhor;

Hoje é seu aniversário e não existe presente que poderia pagar, obrigado pelas alegrias, nesta encarnação ou em outra sempre quero te encontrar.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela mulher sorrindo.

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Parabéns pra mim

5.5… motor poderoso, 55 hum… faz pensar… ah! ainda na flor da idade, porém, com mais 5, terceira idade…

Acordei dessa vez não dá maneira como todo ano desejo, com presente do filho, abraços e beijos. Acordei berrando, logo às seis horas manhã, gritando de pavor. Meu filho saiu do quarto zonzo me ouvindo berrar e lá estava um presente… em mim… estendido… (eu costumo emendar músicas conforme escrevo)… E veio essa… “tá lá o corpo estendido no chão”… nesse caso no colchão, em cima de mim.

Mau presságio?

O tal corpo, era um passarinho morto, meu cachorro depositou em cima de mim, na minha cama. Presente ou mau presságio? Do filho não ganhei beijos e abraços na primeira hora, mas uma bronca porque ele está de férias e quer aproveitar o sono até mais tarde e acordou assustado com meu berro.

Corri e fui me consultar com Madame Zoraide e segundo ela: Como diz o ditado popular “Cavalo dado não se olha os dentes”, e continuou seu conselho: “Além do mais, presente é presente sempre, PRESENTE, entendeu?”.

Fiquei pensando e acho que entendi, Madame Z. realmente sabe tudo e me deu um sábio conselho nesse meu dia e eu concluo que o TEMPO é o Senhor da Sabedoria, da paciência, da compreensão, então, vamos olhar com mais positividade pequenos acontecimentos.

Gratidão pelos 5.5 ou 55. O que importa é brindar esse presente que é a vida!

PS.: Ah, só para registrar, adoro receber parabéns, hoje é meu dia que dia mais feliz… Eu aqui de novo lembrando de músicas.

Daniella De Sá Andreoli – Bela Urbana, virginiana, mãe, proprietária da D&E Corretora de Seguros, adorar viver a vida intensamente, adora gastronomia, teatro, estudou exatas, mas se pudesse viveria de SOM, MAR e LUZ.
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Minha idade

Espera, que audácia, absurdo, obscuro, e mudo, ouço pedir que escreva sobre o que é envelhecer… como pode, agora ela irá ver.

Deixe-me achar meus óculos, não sei direito onde os coloquei, terei que levantar neste vento frio, já é bastante tarde, passando das vinte e uma horas meus ossos doem um pouco e também quando o tempo muda.

Sem querer, me levanto, distraído pelo barulho do vento, me pergunto: O que era mesmo que iria fazer? Sim, algo em torno dos meus óculos ou alguma coisa sobre envelhecer.

Paro na frente do espelho, a barba branca, algumas, muitas rugas que insistem em nascer, tem agora um tal de “butoxe” que pode as rugas esconder, me recordo calado que o meu primeiro neto furou a orelhar. Como pode? Ele já tem nove anos e além dele, ainda tenho mais dois.

O vento continua a soprar na minha janela, melhor me deitar, mas aonde está mesmo meus óculos. O que queria fazer? A sim, escrever!

Foi aquela moça do Belas Urbanas que falou sobre a velhice, ela é tão bacana, talvez eu ficar bravo seja mesmo tolice.

Afinal, não é tão ruim envelhecer, eu estava lá nas Diretas Já, vi Jânio Quadros varrer, vi Collor abrir o mercado, vi o Brasil florescer.

Se pensar bem, talvez eu esteja mesmo um pouco mais adiante, talvez já não corra mais a maratona, mas aprendi degustar um vinho como ninguém, talvez eu não dance mais aquela balada, mas o cheiro dos livros me leva muito mais além.

Então, olha que bacana, o tempo passou e envelheci também, talvez um coração de criança, talvez a maturidade que se tem, mas não escondo a minha idade, apenas não conto para ninguém!

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela Mulher sorrindo