Só sei que hoje ele sai da parede e vai para o lixo.
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa .
Williams Delabona – Belo urbano, artista plástico, empresário, se divide em suas múltiplas atividades, administrar a escola Criativa www.escolacriativa.com e seu trabalho como artista plástico www.williamsdelabona.com . Gosta de animais, vive perto da natureza e acredita que tudo está interligado, o micro e o macro universo. Sua paixão? Tem várias, mas viajar está entre as primeiras.
“O que tiver que ser será!” “Nada é por acaso!” ” É o destino!” ” Está escrito!” “Maktub.” E por aí vai…
Mas alguém pode me explicar o que aconteceu comigo ontem?
Fui almoçar com minha querida amiga no chinês. Acabamos de almoçar e fomos ler as mensagens dos biscoitinhos da sorte, já que comer o biscoito é um mero detalhe! Evidentemente, almoçamos, desembrulhamos os biscoitos e os quebramos sem interromper nossa conversa (incrível como falamos de boca cheia sem perder a elegância!). Quando quebrei meu biscoito fiquei atônita! Não havia nada dentro dele! Imediatamente interrompemos o assunto e minha querida amiga caiu na gargalhada!
Como assim, sem mensagem? Poderia vir faltando o biscoito, não a mensagem! Aliás, o dito cujo se chama “biscoito da sorte” porque a mensagem revela a sorte de quem comê-lo!
Ameacei reclamar no restaurante, mas desisti. Confesso que achei um tanto quanto ridícula a reclamação: “Moço, meu biscoito veio vazio! Quero outro, mas exijo a mensagem!”
Ela ainda gargalhava da situação quando uma funcionária do shopping, ao tentar passar pelo estreito espaço entre duas mesas, quase derrubou uma bandeja com pratos sujos na minha cabeça. Aliás, na mesa ao lado, um garoto empurrou tanto sua cadeira que quase cai da minha.
Então pensei: isso só pode ser falta de sorte! Alguém já comeu um biscoito da sorte sem mensagem? Se tiver mais alguém podemos abrir uma comunidade “Eu comi um biscoito da sorte vazio”.
Mas sendo eu uma otimista irrecuperável que além de ser filha de um operário militante de esquerda, nasceu numa sexta-feira 13 , é professora, socióloga, mãe de 3 filhos, vê graça em tudo e fala até enquanto dorme, tirei outra conclusão.
Eu sou a única pessoa que eu conheço que já comeu um biscoito da sorte sem mensagem! Só pode ser sorte! Melhor um biscoito vazio do que uma mensagem que deixasse um certo ar de pessimismo ou negatividade no ar! Melhor a bandeja com o prato vazio quase cair na minha cabeça do que um prato cheio cair, de fato, não é mesmo?
Quanto ao garoto que quase me fez cair da cadeira… Bem, isso não foi falta de sorte, foi falta de educação mesmo! E sendo bem otimista, sorte a dele que eu estava preocupada com o biscoito, senão…
E assim sigo eu me espelhando em Lygia Fagundes Telles: “Maturidade não é discernir o bom do ruim, mas sim, tentar ver o bom em tudo aquilo que parece ser ruim”.
Denise Alcântara – Bela Urbana, socióloga e professora, pessoa livre nas ideias, no pensamento e nas atitudes. Minhas inquietações me mobilizam e motivam o meu aprendizado constante.
O despertador toca! De novo parece tanto pouco tempo de sono. Cheguei do trabalho pra lá das onze, tomei um banho, as vitaminas, pulei pra cama, não consegui dormir.
Coloquei a nova série no Netflix e lá pelo terceiro episódio cheguei à conclusão que era melhor desligar a TV.
Novamente o despertador toca, passados cinco minutos da primeira vez. Sento na cama, desligo o aparelho. Esfrego os olhos, me espreguiço e bora viver mais um dia. Saio da cama exausta, mas acima de tudo feliz.
Minha rotina é não ter rotina no trabalho, mas trabalhar muito. Como tantas outras “Belas Urbanas”, mulheres modernas, multitarefas, que não abrem mão de viver intensamente, buscar o prazer da vida, mas que sempre têm um senso aguçado de responsabilidade. Bom, no meu caso, aguçado demais quando o assunto é trabalho.
Há mais de 10 anos achei o “nicho” de mercado que amo. Passei por maus bocados longe dele, não por questões profissionais, mas desejos pessoais. Então, trabalhar por horas a fio, correr, me descabelar e às vezes chorar de frustração (quando as coisas teimam em não sair do meu jeito, o que não significa estarem necessariamente erradas), ou seja, tudo o que faz parte de um dia-a-dia feliz e realizado.
Me arrumo, entro no meu carro, pego um trânsito de leve, chego ao trabalho. Cumpro uma agenda bagunçada, pois organização nunca foi muito meu forte. Às vezes, me esqueço de ir ao banheiro, de tomar água e até de comer. Há pouco tempo entendi que pelo menos uma refeição deve ser feita direito. Isso não significa que consiga sentar com calma, desligar do celular e comer. Isso significa apenas não comer lanche de fast food toda terça-feira ou me e entupir de pastel porque “sou magra e posso”. Me tornei adepta de comidas mais leves, estou tentando não matar aula de pilates e yoga toda semana, ando me esquecendo da meditação com frequência. Novamente, coisa de mulher moderna.
Reclamo do pouco tempo para os amigos, pois meus horários são malucos, mas não me esqueço dos verdadeiros nem por um dia. Sigo na rotina maluca que escolhi (sim é uma questão de escolha consciente). Parei de fumar, de tomar Coca Cola, diminui o café. Ainda não aprendi a desligar o celular ou a não responder mensagens imediatamente.
Dia desses sofri um acidente grave, assustei. Sabe aquela cena de filme que o carro desliza na estrada desgovernado e a vida da personagem principal passa em flashes? Pois é, vivi isso. Fiquei sensível, chorei e cheguei à conclusão de que era hora de parar e repensar a vida. Pois tudo aqui nesse plano é muito rápido e passageiro. O fiz. Sozinha, na terapia e com as confidentes. E a conclusão a qual cheguei é simples: corro feito louca, às vezes me esqueço de mim mesma, me privo de algumas coisas, mas, sou sim extremamente feliz. Escolhi a vida que escolhi baseada em uma única coisa: o amor. Amor pelas pessoas e pela profissão.
Às vezes, sim, é difícil arrumar um tempo para sonhar nessa rotina acelerada. Mas meus sonhos estão todos comigo: o trabalho, as pessoas, as paixões que me movem, o feriado na praia, os domingos com os sobrinhos, os alongamentos e força para do pilates. Meu maior erro – até o tal acidente de carro e as tais reflexões – era achar que o futuro e os sonhos tinham que ser grandiosos, regrados, estudados e roteirizados. Os meus sonhos e o meu futuro estão todos aqui, nas pequenas coisas que realmente me completam, impulsionados, vividos ao extremo nessa rotina estafante e acelerada, que me faz brigar com o despertador toda manhã.
Marina Prado – Bela Urbana, jornalista por formação, inquieta por natureza. 30 e poucos anos de risada e drama, como boa gemiana. Sobre ela só uma certeza: ou frio ou quente. Nunca morno!
Dizem que tem pessoas que tem foco no problema e tem outras que tem foco na solução. Penso que tem horas que o que falta mesmo é o foco.
Se falta o foco tudo desfoca. É preciso lentes novas para ver nítido. É preciso descobrir o grau. Não adianta qualquer lente.
O grau do problema. O grau da miopia. O grau seja lá do que for.
Saber ajuda a resolver. Saber ajuda a encontrar o foco.
Depois que achar o foco, aí sim, você decide: Foco no problema ou foco na solução?
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde faz curadoria dos textos e também escreve. Publicitária. Curiosa por natureza. Divide seu tempo entre as consultorias de comunicação e marketing e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa .
Conter a intensidade pode causar danos físicos e psicológicos.
Pode ser tão difícil quanto resolver uma fórmula matemática.
É não viver nas extremidades.
É espremer o coração levemente para não despedaçar e sangrar.
Cris Saad – Bela Urbana, professora universitária, publicitária, fã do vento, da lua e do acaso. Apaixonada por música e dança, enfim apaixonada pela liberdade, pela loucura do movimento e o gozo do encontro.
Na faculdade, na saída, L fez cara de coitada e disse que queria conversar comigo, mas quem falou tudo fui eu. Ela ficou com cara de tonta olhando para mim. O problema pra ela é o social, como é que ia ficar? Pode? Ficou fazendo gênero de sofrimento, detesto pessoa assim, sinceramente essa menina não merece a mínima, não merece de jeito nenhum minha amizade. To com raiva de toda essa falsidade. Passa, porque eu não sou de ficar com raiva de ninguém por muito tempo. “Chega de passar a mão na cabeça de quem te sacaneia”.
….
Fomos para a festa. Lá, muitas pessoas da classe e de fora, ignorei os ignorados, alguns paqueras, inclusive o M que conheci ontem, ele pegou meu telefone. Alguns correios-elegantes, gostei! Expliquei, ou melhor, respondi o correio para o Z, falando que eu gosto dele, mas que ele é só meu amigo. Fomos para outra festa, muita gente conhecida, festa na rua e dentro… vinho, não deu para resistir, bom, já foi o dia que eu tinha direito de beber, tava engraçado eu e o F bebendo vinho de graça, numa festa esquisita, demos muitas risadas. Fiquei altamente tonta, levei a G e fui pra casa, bateu bode, chorei. Cheguei em casa, guardei o carro, me tranquei no banheiro e chorei, me veio algumas pessoas na cabeça, fui dormir, chorei, altamente neném.
Ah, na primeira festa o A me deu um abraço e disse que tá com saudades de mim, deu saudades de mim também, de verdade.
8 de julho – Gisa Luiza – 20 anos
Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde escreve contos, poesias e crônicas. Publicitária e empresária. Divide seu tempo entre suas agências Modo Comunicação e Marketing www.modo.com.br, 3bis Promoções e Eventos e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa . A personagem Gisa Luiza do “Fragmentos de um diário” é uma homenagem a suas duas avós – Giselda e Ana Luiza
Estamos velhos, amigo.
Aquele nosso amor antigo
Dorme o sono bom do passado,
Perdeu a memória
E não se lembra mais de nós.
Aquele amor dos tempos idos
Não mais nos reconhece
E nem nós o reconhecemos mais.
Ainda assim lhe convido:
Caminha um pouco comigo, amigo.
Vamos dar as mãos e rir um pouco,
Desempoeirar algumas boas lembranças
E levar a saudade mansa
Pra tomar um pouquinho de sol…
Alda Nilma de Miranda – Bela Urbana, publicitária, autora da coleção infantil “Tem planta que virou bicho!” e mais 03 livros saindo do forno. Gosta de tudo que envolve tinta e papel: ler, desenhar e escrever, mas o que gosta mesmo é de inventar motivos para reunir gente querida. Afinal, tem coisa melhor que usar o tempo para estar com os amigos?
Se eu tivesse coração eu teria beijado a menina da sobrancelha grossa naquela avenida movimentada dos anos iniciais da vida adulta.
Teria, talvez, trocado aquele amor cheio de frescor por aquele que, na plenitude da espera, queria acontecer. Amor que ainda serpenteia no rio grande.
Eu teria dilacerado meu coração quando aquele que amava, por um instante, imaginei estar parado. O amor estancou. O coração não.
Não teria enviado tantas flores em dias felizes até que ela pedisse para parar. Foram-se os dias e as flores.
Se eu tivesse coração eu tivesse dito a ela que a desejava para além do vestido. Amor e desejo diluíram em caminhos opostos.
Talvez eu tivesse atravessado oceanos para dar aquele anel mesmo sem ela estar pronta pra ele. Anel e calor ficaram cegos no bolso.
Se eu tivesse coração?
Se eu tivesse coração eu me apaixonaria uma vez mais.
Gil Guzzo – Belo Urbano, é ator e fotógrafo. É um flaneur que faz da rua, das pessoas e da vida nas grandes cidades sua maior inspiração. Trabalha com fotografia de arte, documental e fotojornalismo. É fundador do [O]FOTOGRÁFICO (Coletivo de arte contemporânea que desenvolve projetos autorais e documentais de fotografia). E o melhor de tudo: é pai da Bia e do Antônio
Outro dia uma consulente me perguntou o que devia fazer com seu cabelo. Ela queria cortar, mudar, dizia que não aguentava mais, mas no dia que decidiu cortar, se olhou e achou seu cabelo lindo e por dias seguidos o cabelo reviveu, estava bonito, mas a vontade ainda batia no seu coração e ela não sabia o que fazer, porque gostava do que estava vendo.
Cara consulente isso parece simples, mas não é, e vou explicar o porquê. Tudo que está prestes a “deixar de ser” percebe e como um último suspiro junta todas suas forças e se revigora, o cabelo e qualquer coisa que tenha vida. Existe relatos de pessoas que estão terminais e dão uma melhora incrível como se estivessem curadas, mas em pouco tempo se vão, vamos dizer que é o último suspiro. Essa melhora é inconsciente para nossa consciência atual, mas ela existe, é uma conexão entre nossas mentes e na verdade entre tudo que está vivo. Esse vivo pode ser nós mesmos divididos em partes, como no caso aqui, o cabelo.
Deu para entender?
Esquece a ansiedade, esquece as modas, esquece os outros, esquece o tempo. Pensa se gosta do que vê no espelho. Perceba o que sente nesse dia. Então, se o cabelo acordar bonito, segue com ele, senão passa a tesoura, ou melhor, deixe alguém passar e alguém que passe bem, afinal, a mudança sempre deve ser para melhor, esse é o foco.
Ah, se não ficar bom? Muda de novo.
Então o conselho de hoje é UM DIA DE CADA VEZ, mas sempre com suspiros.
Até a próxima. Logo, logo tem mais.
Madame Zoraide – Bela Urbana, nascida no início da década de 80, vinda de Vênus. Começou atendendo pelo telefone, atingiu o sucesso absoluto, mas foi reprimida por forças maiores, tempos depois começou a fazer mapas astrais e estudar signos e numerologias, sempre soube tudo do presente, do passado, do futuro e dos cantos de qualquer lugar. É irônica, é sabida e é loira. Seu slogan é ” Madame Zoraide sabe tudo”. Tem um canal no Youtube: Madame Zoraide dicas e conselhos www.youtube.com/channel/UCxrDqIToNwKB_eHRMrJLN-Q. Também atende pela sua página no facebook @madamezoraide. Se é um personagem? Só a criadora sabe 😉
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