Posted on 1 Comment

Estrada de tijolinhos amarelos

Toda vez que penso em caminhos, me lembro de uma via de tijolinhos por onde caminhava todas as tardes após o trabalho, na cidade de Otsu, Província de Shiga no Japão.

Muito charmosa, recortava uma área grande onde havia uma biblioteca, um espaço cultural com diversas exposições de Arte e um jardim maravilhoso bem típico japonês.

Ao entrar nesse parque, o terreno inclinado além da vegetação bem cuidada, das esculturas espalhadas por entre as plantas, nos dava a sensação de estarmos indo a caminho do Paraíso. E eu, vivenciando uma fase de muitas reflexões existenciais, passeando demoradamente por entre as instalações artísticas, parando em cada novo ângulo para observar o pôr do sol, observando cada flor, cada espécie diferente que ressaltasse aos olhos, concluia que esse era meu jeito de viver.

Toda vez ao passar pelo portão de entrada, a imagem desse caminho me remetia à estrada de tijolos amarelos que Dorothy tinha que pegar para chegar à Cidade das Esmeraldas e encontrar a forma de voltar para casa, no filme “O Mágico de Oz”. E assim como no filme, os percalços vivenciados eram muitos.

Elucubrações excessivas nos desequilibram, ou na verdade, acontecem quando o coração está desequilibrado; nos levam aos profundos labirintos do Inconsciente e precisamos ter em mãos o tênue ‘fio de Ariadne’ para que consigamos voltar ao Consciente, à sanidade mental.

Foi através da Arte que encontrei o Caminho de Casa. Pintura, escultura, fotografia, Poesia… foram algumas vias pela qual transitei.

A todo momento temos que fazer escolhas que muitas vezes nos conduzem por vias desconhecidas mas que, com certeza, nos fazem avançar.
Pecamos quando nos tornamos estáticos pois a Vida é movimento; um movimento para o Centro, para nós mesmos.

“A antiga palavra grega para pecar significa ao mesmo tempo, ‘errar o ponto’… O ponto e o círculo – Deus e o Mundo – O Uno e o Múltipo – o irrevelável e o revelável – o conteúdo e a forma – o Metafísico e o Físico – são muitos pares de conceitos que se referem à mesma coisa.”
Trechos do livro ‘Mandalas’, de Rudiger Dahlke, que me trouxe uma clareza em meu caminhar.

Enfim, todos os caminhos levam à Deus!
Namaste

Érika Taguchi – Bela Urbana, publicitária por formação, com especialização em Marketing além de: terapeuta holística, praticante de Yoga Arhatica, fundadora do Instituto Sempre Vivva, artesã, cozinheira, costureira, poeta, jardineira, personal organizer e tantas outras definições mais.