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No tempo

Então ela disse: Faz tempo que vc não escreve para o Belas. O tema é tempo.
Então..
Esperando uma cura passar, deixei meu pensamento viajar

No tempo.

Se pudesse parar o tempo…
Seguraria o sol num dia de céu azul,
Daria o colo pra meus fihos pequenos.
Sentiria a pele lisa da juventude.

Mas o tempo a gente não para.
Nem acelera,
Nem reverte,
O tempo é o tempo, todo tempo.

Ele está na hora,
No cansaço,
Na idade.
Ele é a correria e a chegada da finitude.
O tempo nos dá a cura,
Tempo pra alcançar desejos.
Ele é democrático.
Da chegada e da partida pra todos.
Ninguém segura ou manda no tempo. Ele simplesmente é o tempo, o tempo todo!
Ele está no tempo das gestações,
No tempo das horas,
No tempo do dia e noite, da semente plantada.
Das estações.
Das folhas que caem, das flores que nascem
No tempo do frio e da chuva.
Na natureza em todos os cantos.

Ele está no envelhecimento dos móveis, das paredes das casas.

No tempo da vida
dos seres vivos.
Da matéria ao material.
Da natureza ao universo
Ele é estranho, onipotente e onipresente.

Nos dá o que precisamos,
Quando colhemos uma fruta, quando cozinhamos um alimento. Ele está lá.
O tempo do nosso pulão respirar cadente em sincronia com o coração que bate segundos de tempo.

Devemos respeito ao tempo.

Desculpe ter tomado seu tempo.

Vera Lígia Bellinazzi Peres – Bela Urbana, casada, mãe da Bruna e do Matheus e avó do Léo, pedagoga, professora aposentada pela Prefeitura Municipal de Campinas, atualmente diretora da creche:  Centro Educacional e de Assistência Social, ” Coração de Maria “

 

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O Tempo

Em tempo, percebi o tempo que passava diante de mim.
Percebi as rugas no espelho que insistiam em aparecer.
Percebi os cabelos brancos, a barba branca e tudo mais que podia acontecer.
Mas percebi também uma certa ponderação, não conformismo, apenas a visão de que as coisas são como são.

Ah, sim, percebi as crianças virarem jovens e depois adultos,
Com suas ideias e impostas convicções, cheias de certeza e de razão.
Percebi as crenças que eu tinha sendo desfeitas, uma a uma, como as folhas que caem de uma árvore.
Percebi uma presença se fortalecer como nunca, algo que não poderia ser explicado, somente sentido, que se denomina fé.

Vi rostos lindos, marcados por rugas, desencarnarem,
E vi belos anjos darem sorrisos aos olhos cansados de tanto chorar.
Vi, neste curto espaço, vitórias que foram comemoradas com lágrimas nos olhos.
Mas vi também derrotas que foram amargadas em silêncio, sem ninguém saber.
Percebi que este silêncio está escondido pela argamassa do tempo, mas ainda está lá,
Que, hora ou outra, a infiltração da memória insiste em demonstrar.

Tem coisas que o tempo me mostrou que acreditei que não iriam acontecer.
Achei que jamais veria a beleza humana nas atitudes que tornariam o mundo melhor,
Mas vi homens entregarem suas vidas em mãos unidas para ajudar o próximo.
Achei que jamais veria a compaixão, ajudar ao próximo sem a certeza de likes,
Mas vi muitos anônimos serem fortes em suas certezas, mostrando uma beleza espetacular.
Achei que jamais veria o amor indicar o caminho para as dúvidas de solidão,
Mas vi homens ajoelhados em frente às crianças, que davam suas orientações sobre o sentido da vida.

O mestre tempo me mostrou que existe uma bondade inerente dentro de cada um de nós,
E que mesmo os mais distantes podem provar do seu mel.
Olhei de forma profunda o mundo ao nosso redor e percebi que podemos nos basear nos que são bons de coração,
E entender que a maldade sempre existirá, mas que não precisamos fazer parte dela.
Imaginei-me perto demais do Criador, acreditando na criatura,
Olhando tudo ao redor e pensando que somos um segundo no universo infinito de possibilidades.
Este brilho finito deve nos fazer olhar cada sorriso como único,
Pois, indiscutivelmente, o tempo também irá levá-lo.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela mulher sorrindo.