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Quem nunca? Que dê o primeiro like!

Estes dias estava eu na academia, divagando no meu momento esteira linda, quando me veio em mente: “meu, tem like que vale mais do que palavra”. Opssss, a luzinha amarela acendeu em cima da cuca. Certeza que ia ser sucesso a constatação. E não é que foi mesmo?!

Só uma observação desnecessária (sim, desnecessária, mas eu quero falar). Não me lembro se naquele dia eu havia recebido um desses likes premiados, brilhantes, de fazer os pezinhos de galinha aparecem em nosso rosto. Sabe bem? Sorrisão, entrega da idade… Pois bem, maldita memória. =(

O fato é que eu joguei a frase no meu Facebook e fui acompanhando os likes. Houve até quem comentasse – mesmo o like já valendo. Demais! E é sobre o desdobramento dessa máxima que eu vim falar hoje. Hora de fazer alongamento com o pescoço. Modo concordar. Pra baixo e pra cima. Vamos. Se não concordar, pescocinho pra um lado e pro outro. O importante é se exercitar!

Estou fitness, estou chata, estou me sentindo engajada demais. Preocupante!

Enfim, vamos combinar, faz muuuuuito sentido. Você posta uma foto e aquele seu paquerinha antigo, que hoje namora, dá um like. É o ápice do êxtase! Ele não precisou dizer nada – “tá linda, tá gata, eu pegava, uau, fiu fiu”. Nada. Ele apenas curtiu! E você? Sorriu, deu beijinho no ombro, piscou 10 mil vezes, arrumou o cabelo, olhou no espelho e pegou o celular. LARGA DELE, hein. O menino namora. Contente-se com o “like”.

Outro. Você posta foto com algum amigo e aquele seu paquerinha curte. Poooonto. Ele não precisou dizer “tô vendo, eu vi, quem é?”, ele apenas deu um clique e… entregou a mensagem com êxito. “Tá com ciuminho, tá com ciuminho…” =p

Vamos mudar de exemplo. Você postou uma indireta para aquela sua amiga chata que vive reclamando no Facebook. Ela foi lá e curtiu o post. Pronto, mordeu a isca, leu o recado. Precisou dizer algo?! Eu amo os “likes”. <3

Bom, não tem jeito. Tentei mudar o exemplo, mas os likes dos paquerinhas sempre são os melhores. E confesso, eu já dei like querendo dizer algo. Sim, o famoso “eu vi”. E também já deu “like” pra chamar atenção – “olha eu aqui, eu estou viva, me procura, me chama pra sair, diz que sou o que você sempre quis!” Existe uma música com esse final, né? Loucura, loucura loucura!

Quem nunca? Que dê o primeiro like, ali em cima! =p

Ah, os Likes… eles valem mais do que mil palavras!

mariane costa (2)

Mariane Costa – Jornalista por profissão, publicitária por paixão. Viciada em tecnologia, internet e relacionamentos (apesar de ser uma solteira invicta). Uma geminiana típica, que não consegue parar de estudar – já fez 2 MBAs e agora vai começar um curso de Chef de Confeitaria! Em poucas palavras: aquela que desabafa em caracteres.
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Movimento Gentileza Sim

Hoje em especial quero compartilhar um texto que escrevi há quase 01 ano para o site do “Movimento Gentileza Sim” fundado pela minha grande amiga Roberta Corsi. O convite e a reflexão que fiz naquele momento permanecem e por isso compartilho o mesmo na íntegra com vocês, segue:

“Gentileza gera gentileza” já dizia o poeta Gentileza. É isso mesmo, não tem segredo, o segredo é colocar isso em prática em situações adversas. Gentileza é sinônimo de delicadeza, amabilidade, educação. Quando recebi o convite para ser a primeira a escrever para esse blog, fui pega de surpresa em uma manhã no meu trabalho. O convite veio acompanhado por um delicioso bolo e um lindo cartão, que realmente me emocionou e trouxe um sabor especial aquele dia. Ah Roberta, (fundadora desse movimento), se o mundo tivesse mais Robertas, com certeza as pessoas nesse mundo seriam mais felizes, porque foi exatamente feliz e honrada que me senti naquele momento e também responsável com o que trazer de relevante sobre esse assunto para o blog.

Busquei no dicionário, li alguns artigos, observei as pessoas ao meu redor, fisicamente e virtualmente, mas acima de tudo observei a mim mesma, confesso que essa tarefa não foi tão fácil. Conclui algumas coisas, entre elas, que é fácil ser gentil em situações cotidianas de nossa vida, um “bom dia”, “obrigada”, “por favor”, são palavras fáceis de falar, basta antes de mais nada a tal da boa educação. Como é ruim encontrar logo pela manhã um mal educado que chega sem dar um “bom dia”, que nos encontra no elevador com cara fechada,  e como é agradável encontrar alguém que além de dar o “bom dia” nos recebe também com um sorriso aberto e verdadeiro. Atitudes simples assim fazem diferença, é mais do que educação, é beleza de alma, alegria e contagia de forma positiva quem está em volta.

Precisamos estar sempre bem para agirmos assim? Essa é uma ótima pergunta que também me fiz durante esses dias. Estar bem ajuda muito. Pessoas amargas  não conseguem compartilhar sorrisos, podem até ser educadas, mas não docemente gentis, ou seja, é necessário resolver as amarguras da alma. Com algumas pessoas somos facilmente gentis, gratas e amáveis, por exemplo: com o médico dos meus filhos que me acode incansavelmente em momentos de medo e dor, tenho consciência que ajo dessa forma, afinal ele que sempre me ajuda. Nessas últimas semanas lá estava eu novamente contando com a ajuda do “Salve Jorge” como espontaneamente meu filho Pedro apelidou-o o Dr. Jorge, quando novamente contamos com ele nessas últimas semanas. A grande questão é como ser gentil com pessoas que nos tratam mal, nos desagradam e agridem? Encontramos essas pessoas em vários lugares, nos simples acasos do trânsito, no convívio pessoal e profissional. Nesses casos o que fazer? Seria lindo ser gentil, conseguir superar a raiva da buzina insistente no trânsito sem  motivo; o chato familiar que insiste em fazer comentários deselegantes; o profissional sem ética que faz de tudo para se dar bem. Socorro! O que fazer nesses casos? Como ser gentil nesses momentos e com essas pessoas? Confesso que não encontrei a resposta, e que ainda não encontrei esse desprendimento de ser tão tranquila com essas situações e pessoas, então, enquanto não tenho a melhor ação para essa questão, faço um exercício, respiro fundo e tento o mais rápido possível me afastar, para não agredir também.

Agora tem ainda um terceiro momento que às vezes esqueço-me de ser gentil, não pela falta de amor com os que estão ao meu redor, mas a paciência some e a pressa maluca vem à tona, a culpa pode ser da correria do dia a dia,  essa urgência que temos para dar conta de tudo. Percebi que faço o urgente e não o importante, que deixo de lado as pequenas gentilezas com as pessoas que mais amo sem perceber. É tanta pressa que falta tempo para ser gentil? Essa é a questão? Não, isso não existe, ser gentil não toma tempo. Ser gentil é ser educado. Ser gentil é estar com o coração desarmado. Não basta ser gentil com só o “bom dia”, “obrigado” e “por favor”. É hora de ser gentil primeiramente com quem está próximo, o excesso de proximidade no cotidiano e urgência do dia a dia, nos faz muitas vezes esquecer das nobres regras de educação com essas pessoas. Proximidade não pode jamais ser sinônimo de descaso. Quer um mundo melhor? Quer esbarrar em pessoas mais gentis? Que tal começar dentro de casa? Exemplo começa em casa, no nosso núcleo familiar e faz a diferença em escala na sociedade.

Agradeço imensamente esse convite pois somente por isso, fiquei atenta a mim mesma e a minha volta de um modo que nunca antes tinha me atentado. Refleti muito e a grande conclusão é que tudo é muito simples, ou seja, ação e reação, boas ações geram boas reações, alegria contagia. Podemos compartilhar de forma generosa tantas coisas como boas atitudes, conhecimento e  carinho, tornando o nosso dia a dia mais leve e alegre e de alguma forma contribuindo para um bem estar coletivo do qual fazemos parte. Eu acredito que cada um é um pequeno pedaço que faz diferença nesse grande círculo que é a vida. Parece óbvio e simples demais, e quer saber um segredo? É mesmo. Vamos juntos? Vale muito a pena, gentileza SIM.

Finalizo com uma frase de Cora Coralina que diz “Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”.

Adriana Chebabi

Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos e apoiadora desde o início do Movimento Gentileza Sim www.movimentogentilezasim.com.br

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MÃE

Você pode não acreditar em Deus, mas tem que acreditar em mãe, se não existe um Deus com certeza existe uma mãe divina que abençoa e dá poder a todas as outras da terra.

Se liga na cena: você saindo de casa, lindo, leve e solto, se sentido o GATÃO! Porém, um inferno de 78° célsius lá fora, tá derretendo a porra da roda do carro, as pessoas escorregando no próprio suor, tu caminha esbelto e tranquilo para dar um “role”, sabe-se lá porque você vai querer sair de casa com um calor infernal desses, mas às vezes o dever te chama, um amigo com piscina te chama, ou na pior das hipóteses, sua idiotice te chama, porque tem gente que é idiota mesmo e gosta de sofrer e essa terceira opção é por incrível que pareça a mais comum de todas, as pessoas geralmente são BABACAS!

Enfim, o babaca tá lá saindo de casa com lava do inferno escorrendo na janela, passa pela Mamãe querida (que não é boba e não vai se arriscar naquele deserto do Saara) e nesse momento sublime que ela bate o olho em você de bermuda, havaianas, camiseta regata e seu boné John Jonh diz:
– Não vai levar uma blusa não, menino? Você olha pra ela e ri mais que aquelas crianças bobas de vídeo no Youtube e solta um:
– Cê tá locona ô?
Mentira. Você é um cara educado e diz:
– Tá maior calor, mãe! Que isso, vou assim mesmo.
Ela toda doce, te aconselha:
– Leva um casaquinho, meu filho. Não custa.
Você simplesmente a ignora e sai.

A sauna comunitária lá fora continua abundante e você sem se lembrar mais das abençoadas palavras da sua Mãe, a mulher que te colocou no mundo e sabe bem como as coisas são e sabe o poder divino que tem. Tudo correndo maravilhosamente bem e quente quando você chega num ponto qualquer do trajeto, algum lugar longe o suficiente para sofrer pra voltar, porém perto para chegar vivo de volta ao aconchego do lar, nesse ponto do caminho, você é “teletransportado” para o cu do Alasca! PÁ! Assim mesmo, de repente começa a fazer um frio do caralho, parece que tem um ar condicionado no seu rabo, chega a sair fumacinha da sua boca. Meu amigo, tem uma nevasca particular em cima da sua cabeça, você se arrepende já batendo os dentes e pensa “Devia ter trazido um casaquinho”, escorre uma lágrima pelo seu rosto, mas ela congela. Você não tem força pra ficar triste de tão frio que tá!

E saibam que o mesmo vale para a chuva. Cara, se sua mãe fala “Meu filho leva o guarda-chuva.”
Leva velho. Não importa se você mora na Palestina, no deserto do Saara, você pode tá morando no Cantareira, se sua mãe falar que vai chover, aluga um jet ski que vai transbordar aquela porra!

Aliás, deixo aqui esse recado ao Governo do Estado de São Paulo. Quer que chova naquele reservatório? Lava meu carro e me manda pra lá sem guarda-chuva, depois é só aguardar uma ligação da minha mãe…
É lavar meu carro, que Campinas vira uma cataratas do Iguaçu, eu imagino Deus me olhando lá de cima:
– Olha lá, Gabriel, vem ver, vem ver! O Lucas tá saindo pra lavar o carro hahahaha e o melhor, não tá levando guarda-chuva hahahaha. É hoje, é hoje! Avisa São Pedro que o hoje tem!

Sabe aquelas brincadeiras de mão que sua mãe sempre fala:
– ESSAS BRINCADEIRA DE MÃO NUNCA DÁ CERTO! EU JÁ FALEI! NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE EU TE FALO ISSO (chinelo na mão/chinelo cantando na sua bunda/chinelo na mão/chinelo cantando na sua bunda/chinelo na mão).
– VOCÊ VAI MACHUCAR SEU IRMÃO! VAI FURAR A PORRA DO OLHO DESSA CRIANÇA, AI EU QUERO VER, EU QUERO VER, O Q-U-E V-O-C-Ê V-A-I F-A-Z-E-R COM A PORRA DO OLHO DO SEU IRMÃO!
Agora ela vira para o seu irmão:
E VOCÊ! (Chinelo na mão/chinelo cantando na bunda do seu irmão/ chinelo na mão/chinelo cantando na bunda do seu irmão/chinelo na mão/chinelo cantando na bunda do seu irmão) VOCÊ MERECE FICAR CEGO MESMO, É UM IDIOTA DE FICAR INDO NA ONDA DO ANIMAL DO SEU IRMÃO MAIS VELHO! (é sempre o mais velho que dá as ideias).

Mano, as brincadeiras de mão sempre deram certo. Sempre. Você e seu irmão, tão lá fazendo malabares com facas Tramontina (#ad) pegando fogo e a porra toda, até vendas nos olhos vocês conseguiram trazer para o show, SEM UM ARRANHÃO SEQUER. Tá tudo lindo, vocês já pensam em seguir carreira no (leia com voz de locutor de circo italiano) Fantastico circo Dinapoli (pare de ler com voz de locutor de circo italiano).
Sua mãe passa de boas pelo quintal, como quem não quer nada, só pra ver se vocês estão vivos, pois o silêncio impera na casa num sábado a tarde de verão e isso não é plausível, muito menos aceitável. Já que ela sabe as crias que têm e também por conta do seu poder divino. Ela vem vindo e vê a cena em câmera lenta, naquele close de final de filme: Os dois pequenos demônios, jogando facas incendiárias ao ar, um de frente pro outro, numa troca frenética de movimentos, olhos vendados, sorrisos nos lábios, você narrando tudo com a sua voz de locutor de circo italiano e com todo desespero que só a paciência que uma mãe pode ter aquela senhora profere em um tom capaz de ser ouvido num raio de 7 km de distância. Neguinho tá achando que é trovão, mas não, é a senhora sua mãe gritando:

– PUTAQUEPARIU, MOLEQUE DOS INFERNOS, QUANTAS VEZES EU FALEI QUE ESSAS BRINCADEIRA DE MÃO NÃO DÁ CERTO! (Toda essa frase num milésimo de segundo).

Tempo suficiente esse para que uma faca escape de sua ginga acrobática e voe em direção ao olho direito de seu irmão mais novo. Mas com toda agilidade divina, sua mãe empurra seu irmão para o lado, pega uma almofada e joga embaixo dele antes que ele caia e segura a faca antes que seu irmão fique cego. Isso tudo com uma mão, porque a outra está cantando com o chinelo na sua bunda e a música que ele toca é mais ou menos assim:

– E-S-S-A-S B-R-I-N-C-A-D-E-I-R-A D-E M-Ã-O N-U-N-C-A D-Á C-E-R-T-O! EU JÁ FALEI, NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE EU TE FALO ISSO! Q-U-A-N-T-A-S V-E-Z-E-S E-U J-Á F-A-L-E-I?

IMG-20150123-WA0000 - Lucas

 

Lucas Alberti Amaral – nascido em novembro de 1987, vem há 27 anos distribuindo muito mau humor, tentando matar a fome e fazendo comentários desnecessários sobre tudo. Formado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela METROCAMP, trabalha na área há 5 anos, tem um blog onde espalha ideias e pensamentos materializados em textos curtos e tentativas de poesias, acesse e confira: https://quaseinedito.wordpress.com/. Concilia a dura missão de morar em Campinas – SP (cidade onde nasceu) e trabalhar em Barueri-SP, não acredita em horóscopo, mas é de Escorpião com ascendente em Sagitário e lua de Saturno em Leão e por fim odeia falar de si mesmo na terceira pessoa.​

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Você já apanhou? Gostou?

Eu sou de 1971, 43 anos, como muitos da minha geração, eu apanhei da minha mãe diversas vezes e também do meu pai (raras vezes), não me considero traumatizada por isso, ao contrário, por tudo o que minha mãe conta, se eu não tivesse apanhado talvez hoje fosse uma drogada, bandida ou uma vagabunda qualquer, perdida na vida, pois segundo ela eu era uma criança de temperamento difícil, muito questionadora, porém depois de já ser uma criança grande, a fera dentro de mim já domada, eu nunca questionei a minha mãe sobre se apanhar era certo ou errado, eu aceitava isso como verdade absoluta e inclusive tive muitas conversas com amigos e conhecidos e os relatos eram bem parecidos, comentários bem comuns e repetitivos sobre serem travessos e terem levado vários corretivos dos pais, ou seja, é mais comum essa situação, do quê ouvir alguém dizer: eu nunca apanhei dos meus pais, isso para mim significava: ou essa pessoa é uma santa, uma mosca morta ou os pais são santos ou não se preocupavam com a educação dessa pessoa, essa era minha crença até a bem pouco tempo atrás, eu nunca concebi a idéia de que alguém pudesse ser educado sem ter apanhado, eu sempre acreditei que eu mereci apanhar e que minha mãe me amou o suficiente para me bater e quando me dei conta do meu equívoco foi quando tive filhas e pela primeira vez li “Educar sem violência – Criando filhos sem palmadas” de Ligia Moreiras Sena e Andréia C.K. Mortensen, sobre esse não entrarei em detalhes mas foi crucial para que eu tivesse noção do quê não fazer com minhas filhas, esse me levou a outro livro maravilhoso e é dele que falarei agora, dito isso, vamos ao assunto.

“Como falar para seu filho ouvir e como ouvir para seu filho falar” de Adele Faber e Elaine Mazlish, já me animou desde o princípio pois foi escrito por duas psicólogas com filhos e que trabalharam com  muitas famílias, elas tinham experiências positivas em como educar crianças e os comentários que encontrei eram todos excelentes.

 

Razões para lê-lo:

1- Se tem filhos e questionamentos sobre como educá-los.

2 – Se é professor ou avô ou avó.

3 – Se acredita que bater é somente para quem não tem argumentos adequados.

4 – Se quer educar seu filho de uma maneira amorosa, justa e mais tranquila dentro do possível.

5 – Se cansou de ler que criança tem que ter limites mas ninguém explica como dar os limites de uma maneira fácil, prática  e que funcione (eu já li vários livros sobre esse tema, inclusive Içami Tiba), mas nunca encontrei algo tão simples e com exemplos relevantes como nesse livro.

6 – Se você quer respeitar e ajudar seu filho a entender seus próprios sentimentos.

7 – Se alguma vez na vida já passou pela sua cabeça que todos deveriam ter um treinamento formal em Educação Infantil antes de serem pais ou mães.

 

Quero deixar alguns exemplos para que tenham um gostinho de como o livro é, mas somente do que eu já experimentei com minhas filhas ( 7 e 5 anos) e que funcionou:

Situação: Sapatos espalhados em lugares indevidos.

Eu costumava dizer (já em tom de irritação): Por favor recolham esses sapatos e ponham no lugar que vocês já sabem, será possível que eu tenho que falar isso quantas vezes???

Reação das crianças: Ás vezes elas iam no mesmo momento, mas muitas vezes elas ficavam fingindo que não era com elas, ou demoravam para recolher os sapatos, isso me deixava muito irritada e eu queria obediência no mesmo minuto e isso não acontecia, eu ficava uma pilha de nervos.

Agora eu apenas descrevo o que vejo (uma das habilidades que aprendi com o livro), eu digo com a voz mais calma que eu consigo (venho praticando muito para ter nervos de aço) eu digo tranquilamente: vejo sapatos fora do lugar e um milagre acontece no mesmo momento: elas não reclamam e vão retirar os sapatos e colocá-los no lugar correto, quando tentei isso pela primeira vez e funcionou eu nem acreditei, comecei a fazer isso com tudo o que posso, a luz está acesa, eu digo: luz acesa no banheiro, pronto, resolvido, no mesmo momento alguém apaga ou diz que não foi ela e a outra corre lá e apaga, criança não gosta de sermão e nem de tom de crítica o tempo todo, aliás ninguém gosta, o problema é que os pais perdem a paciência e com crianças é necessário ter paciência ilimitada.

Outra habilidade que o livro ensina é ajudar o filho a reconhecer os sentimentos dele, e com isso acalmar diversas situações que podem gerar uma birra ou fazer o pai perder a paciência, por exemplo: De manhã seu filho fica pouco colaborativo para se arrumar para ir a escola e diz não para tudo o que você quer que ele faça de boa vontade, você começa a ficar estressado porque sente que vai se atrasar, antes eu ficava muito irritada e

começava dizer que nos iríamos nos atrasar por culpa delas, etc, agora eu digo para elas com a voz calma: sei que estão com muito sono, eu também estou e é difícil fazer tudo isso com sono, mas sei que vocês querem ir para a escola (elas gostam mesmo de ir para a escola) então nós vamos conseguir e agora elas colaboram de verdade.

Mas de todas as situações positivas que já aconteceram até agora foi quando nós três, eu e minhas duas filhas resolvemos uma situação de conflito juntas, não fui eu quem ditou todas as regras, elas colaboraram e agora tudo melhorou.

Situação: como elas têm idades próximas as roupas não tinham dona pois os tamanhos são similares e eu utilizava as roupas da maneira que eu quisesse, mas conforme cresceram, elas começaram a reclamar e tive muitas discussões sobre isso antes de sair para um passeio, por exemplo, uma não queria emprestar para a outra a roupa que ganhou de aniversário mas nem iria usar, enfim, vários cenários de conflito em relação as roupas, recentemente apliquei a técnica que o livro ensina, nos sentamos com papel e caneta e a mais velha de 7 anos escrevia tudo o que pensávamos que poderia resolver as disputas, cada uma falava sua sugestão e no final escolhemos as melhores idéias e descartamos o que era inviável, o mais importante era ouvir tudo e anotar sem preconceitos, mesmo que fosse o mais absurdo que se possa imaginar,  as regras foram escritas e penduradas na geladeira, eu quase chorei de emoção, agora quando se inicia uma discussão sobre isso eu só falo para elas lerem o que está escrito no papel e imediatamente as coisas se ajeitam entre elas.

Enfim, ainda não consegui aplicar tudo o que li nesse livro maravilhoso, mas dentre todos o que li até agora, esse foi o que me deu mais ferramentas de ação com minhas filhas e resultados positivos, recomendo para todos os pais que como eu amam intensamente seus filhos e que não compram mais a idéia de que para educar uma criança é necessário a punição física, mas que sim acreditam em limites e em formar pessoas que respeitam os limites alheios e que também não acreditarão na violência como forma de educar seus próprios filhos.

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Eliane Ibrahim – Mãe de duas meninas de 7 e 5 anos, apanhou quando criança e não gostou, acredita que deve quebrar o ciclo de violência, já bateu em suas filhas e não gostou, também não funcionou, outras abordagens funcionaram melhor.
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Reflexão de criação – Canvas branco.

Parece não ter nada, mas pra quem trabalha com criação na verdade é aí, no canvas branco que temos tudo. O paradoxo diário entre o nada aparente e o tudo de possibilidades, ideias, objetivos, esforço, dedicação, inspiração, transpiração, exposição, alegria, medo, erros e acertos. Nasci querendo ser artista, e entre tintas e canetinhas fui parar em agência, webcompany, produtora, agência de novo… e o canvas branco sempre, sempre esteve e está por aí. Tem dias que esse tudo do nada dá uma ansiedade, outros momentos uma euforia, e as vezes dá medo também… seja pra fazer algo pessoal ou uma campanha… transformar as ideias que estão no ar ou em você em algo palpável e que se comunique com os outros é todo dia um desafio diferente… precisamos pegar um pouquinho de alma pra dar a liga e fazer a coisa aparecer nesse canvas… Portanto trabalhar com criação é estar sujeito a se sentir pessoalmente rejeitado a cada tudo não aceito… Mas o estranho mesmo, é que quem nasceu pra isso, não sabe viver de outra maneira, entre aceitações e rejeições, entre glórias e outras nem tanto, entre o amor e o ódio… entre o tudo e o nada nós nos tornamos o próprio canvas… e nele vamos desenhando nossa história.

Juh Leidl

 Juh Leidl – Bela urbana, artista, designer, publicitária e eterna amante da moda. Divide seu tempo entre as criações na Modo Comunicação e Marketing www.modo.com.br e exposições pelo mundo como membro da Ward-Nasse Gallery | SoHo – NY www.wardnasse.com/Juh_Leidl.php
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Me reinventar?

Já tinha quarenta e alguns anos quando me olhei no espelho um dia e vi uma Carla diferente. Não eram os cabelos brancos, o bigode chinês profundo ou a maturidade em todos os sentidos me batendo na cara. Era, sim, uma mulher com uma filha adulta de quase 20 anos de idade que tinha acabado de sair de casa, um casamento praticamente da mesma idade e um emprego recém-largado também batendo na casa dos vinte.

Me assustei. Mas como sou uma mulher de decisões rápidas, pensei logo nas minhas alternativas. Me entregar à Síndrome do Ninho Vazio, deixar a rotina engolir mais ainda o meu casamento, aprender a costurar pra fora (nunca daria certo…rs) ou me reinventar?

Adivinha? Sim, foi nessa de querer, de novo, descobrir o mundo e conhecer mais sobre a vida que fui parar em São Paulo em um curso de especialização em Marketing Digital. A escola ficava na Vila Madalena e eu fiquei completamente apaixonada pelo bairro. Pra começar os nomes das ruas: Harmonia, Purpurina, Simpatia – achei que todas eram a minha cara!

Um dia resolvi ficar em São Paulo. Mas aonde? Com a grana curta, não queria encarar um hotel. Eu queria mesmo era uma aventura, segundo o meu marido. E assim me hospedei pela primeira vez em um albergue.

Hoje eles têm outro nome, chique: hostel. O que escolhi, Giramondo Hostel (https://www.giramondohostel.com.br/) é um simpático e acolhedor sobrado na rua Girassol administrado pelo queridíssimo Sandro Souza (https://www.facebook.com/sandro.souza.7503). E que hoje bomba por causa do Jazz no Hostel, evento que reúne boa música e comida com preço para ninguém reclamar.

Foto post Carla B

Entrei disposta, mas cheia de preconceito. Pensei que os hóspedes eram todos mochileiros e que estavam por ali só de passagem. Quebrei a cara, logo de cara! Alguns são viajantes, outros acabaram de chegar para procurar emprego e uma nova casa. E a maioria, pelo menos no Giramondo, se hospeda lá porque trabalha em São Paulo durante a semana e no final dela volta para casa em outra cidade. E porque a maioria trabalha, o silêncio tem que reinar por ali depois de uma determinada hora. Outra lição aprendida, hostel tem regra em cada cômodo que você vai. E em três línguas para ninguém se fazer de desentendido.

foto Carla b opção

Aí você deve estar pensando: nossa, que chatice. Cadê a graça então? Ela está dentro dos quartos e só quem morou numa república no tempo de estudante universitário sabe do que eu estou falando. É uma zona deliciosa. O quarto que fiquei tinha dois beliches, como era o meu no apartamento que dividi com algumas amigas logo que cheguei a Campinas. E a bagunça… até hoje eu fico boba em ver como quatro ou mais mulheres juntas conseguem trazer o caos para um lugar. Roupas penduradas em todo o canto, malas espalhadas pelo quarto, garrafas de água vazias aqui e ali, camas quase nunca arrumadas.

foto 9 Carla

E nessa de dividir espaços apertados e sem estrutura nenhuma para o mínimo de organização eu voltei a ter vinte e poucos anos. Conheci duas pessoas incríveis que hoje se tornaram minhas amigas, Patito e Poly.

foto post Carla B 08

E me lembrei de outras duas lindas mais incríveis ainda e que até hoje não tem dia que não me lembre delas. Kátia e Valéria, eu amo vocês. Vamos fazer uma noite de República, como antigamente? Só que dessa vez com espumante. Afinal de contas, nós crescemos. Poderosas, sempre fomos!

foto (5) Carla, Valeria e Turka

Carla Bravo – Jornalista, atriz, apresentadora, locutora, dubladora, roteirista, mestre de cerimônias, assessora de imprensa e tudo mais o que uma comunicadora sabe ser. Ah, otimista sempre. E sonhadora. 
 

 

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Se dê um tempo

Já ouviu falar em ano sabático? Se respondeu sim, por acaso pensou em ter um período de descanso só seu? Não estou falando em férias de trabalho, e sim, algo mais longo. Dar um tempo no trabalho e somente realizar outras coisas que te dêem também prazer, como viajar, se exercitar, estudar no seu próprio país ou apostar em um curso no exterior, ler alguns livros que estão há anos esperando na estante… ou simplesmente não fazer nada e descansar!

Você pode pensar: – Será que posso? Não vão me taxar de um monte de coisas ruins, como preguiçosa, folgada ou encostada por querer me dar esse tempo? A resposta você acaba de dar sem perceber. Você que deve decidir, pesando prós e contras.

Dá mesma forma que batalhamos para conseguirmos nos firmar em carreiras de sucesso, alcançar altos postos de trabalho, também devemos ser corajosas para decidir cuidarmos da mente, corpo e alma.

O primeiro passo é se programar. Esse é o melhor caminho para que possa desfrutar de forma tranquila seu ano sabático. Procurar saber se é possível se afastar da empresa por um determinado tempo sem remuneração e para isso é preciso que faça uma reserva financeira para que possa usufruir sem apertos os dias de auto conhecimento.

Caso fique receosa, procure deixar as portas abertas para voltar ao seu emprego! Em muitos casos esse pode ser um momento para refletir se o que faz é realmente o que quer continuar fazendo ou se quer dar uma reviravolta na sua vida profissional.

O melhor é se jogar. Sorrir para a vida que te abre as portas e criar suas próprias oportunidades de oferecer o melhor de você para você mesma. Viva cada segundo porque a vida passa rapidamente. Seja feliz.
foto-renata-divulgação-(b)-rssss - Renata

Renata Della Volpe – Jornalista e publicitária. Amante dos esportes ao ar livre, curte viajar e ler um bom livro. Viciada em séries de televisão. Adepta da filosofia faça aquilo que gosta e não terá de trabalhar um único dia na sua vida.

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Um destino mais que turístico

bandeira de Portugal

Portugal é, ou deveria ser, mais do que um destino turístico para os brasileiros. É o reencontro com uma parcela importante de nossa herança histórica e cultural, que nos ajuda a entender e aprender mais sobre nós mesmos e nosso próprio país.

Talvez seja devido a que moro fora do Brasil – na Dinamarca, um país geografica e culturamente bem distante da minha terra natal – o fato de me sentir tão em casa quando estou em Portugal. Estive lá quatro vezes, duas a passeio, e duas a trabalho; todas as vezes em Lisboa e arredores. E cada vez me identifico mais e me dá mais vontade de voltar, seja para os mesmos lugares, seja para outras partes ainda não visitadas.

Uma cidade predominantemente ensolarada, tendo o rio Tejo como espelho, Lisboa guarda pequenos tesouros entre suas ladeiras estreitas, em lojinhas de quinquilharias que parecem ter parado no tempo, nas casinhas amontoadas, com varais que dão para a rua, nos azulejos das fachadas… Cada cantinho tem algo de pitoresco e revelador das semelhanças entre eles e nós.

Isto sem falar das vistas maravilhosas que se tem, por exemplo, do Castelo de São Jorge ou dos miradouros no Bairro Alto e do Elevador de Santa Justa, além da simpática região ribeirinha, onde se encontram o monumento aos navegantes, a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos, circuito obrigatório para qualquer visitante.

E as comidinhas, então? A variedade de pratos com peixes e frutos do mar, a infinidade de docinhos regionais com os nomes mais inusitados, como lampreia de ovos, cavacas das Caldas, fofos de Belas, trouxas da Malveira, queijadas de Sintra, os famosos pastéis de Belém, ou ainda os tradicionais caldo verde e pão com chouriço, são “de comer e chorar por mais”, para usar uma expressão bem portuguesa.

Aliás, para quem gosta de idiomas, decifrar a língua portuguesa deles é uma atração à parte.

Embora seja possível entender quase tudo, há sempre umas palavrinhas ou expressões desconhecidas, ou que soam engracadas para os ouvidos brasileiros, como ‘pequeno almoço’ para café-da-manhã; ‘pastilha elástica’ para goma de mascar, ‘comboio’ para trem, ‘telemóvel’ para celular, ‘equipa’ para time, e por aí vai… Uma vez, numas das minhas viagens de trabalho, uma colega portuguesa me contou que seu filho tinha ‘magoado’ o pé, jogando futebol. E na mesma ocasião, ela me comentou que tinha visto um ‘carro a arder’ no trecho da rodovia por onde passávamos naquele momento. Convenhamos, um carro ‘a arder’ soa muito mais poético que um carro ‘pegando fogo’; é como se tivesse sido extraído de um livro de Eça de Queirós.

Falar no autor de Os Maias me fez pensar em Sintra, onde a trama do romance foi parcialmente ambientada. Patrimônio cultural da humanidade pela Unesco, Sintra é um destino imperdível, situado numa região montanhosa nos arredores de Lisboa, com paisagens belíssimas. Entre seus vários edifícios monumentais está o Palácio da Pena, “o mais completo e notável exemplar da arquitetura portuguesa do Romantismo,” segundo um site de turismo português.

Então, depois de visitar Sintra, vale a pena rodar mais um pouquinho, direção sul, e ir até o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental da Europa continental. Dali, pode-se admirar o Atlântico e vislumbrar a posição geográfica privilegiada de Portugal, de braços abertos para o mar, o único caminho possível para a expansão do pequeno país na época dos descobrimentos, quando sua história de grandeza foi escrita, mudando também os rumos da nossa história para sempre.

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Miriam Moraes Bengtsson – É formada em Comunicação Social/Publicidade e Propaganda pela PUCCAMP e possui mestrado em Comunicação e Inglês pela Universidade de Roskilde, na Dinamarca. Desde 1992, atua nas áreas de marketing e comunicação. Natural de Garca, SP, vive atualmente em Copenhague, Dinamarca, com marido e dois filhos, e trabalha com comunicação digital e branding em empresa da área farmacêutica. Em seu tempo livre, gosta de praticar esportes, viajar e estar com família e amigos. Contribui para o Belas Urbanas com suas experiências de viagem.
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A árvore, o tempo e ela.

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No meio da correria daquele dia, ela sempre estava correndo, contando o tempo para não perdê-lo. Sempre pensando no depois, se preocupava com tudo, para não faltar para ninguém que amava, mas naquele dia resolveu mudar o caminho…

O caminho no meio da tarde corrida.

Ela evitava passar por ali, a dor ainda era grande, mesmo depois de alguns anos. Fugia daquele percurso, mas ontem não, entrou naquela rua, parou na frente da casa que não existia mais – ela já sabia –, mas desta vez estava sem os portões.

Olhou o terreno de dentro do seu carro, caía uma chuva fina e o dia estava cinza. A árvore continuava firme, linda, no fundo do terreno.

Tão contida era ela, mas ali não se conteve, saiu do carro, pediu para o moço que limpava o terreno do lado – que agora eram um só – se podia ir até a árvore.

Andou devagar, o salto afundava na lama, aquela cena era incomum, ela sabia, cenas únicas, vividas em câmera lenta. Ela era a protagonista e naquele momento não quis saber do próximo instante, esqueceu de contar o tempo, esqueceu do que iria preparar para o jantar, dos óculos que tinha que levar para arrumar, do horário que marcou com a gerente. Só fez o trajeto devagar, sabia que era raro.

Chegou na árvore que continuava viva, rica, nascendo frutos. Encostou sua mão, fez uma prece. Chorou, de saudade, de emoção, nostálgica de algo que não existe mais. A árvore permaneceu, continuava forte. Os frutos estavam brotando, que emoção ver aquilo. Arrancou um galho, foi embora devagar, iria plantar.

O chuvisco bem fraquinho continuava, o moço, intrigado, perguntou:

– Acerola?

Ela olhou com lágrimas que teimavam em cair e só conseguiu dizer:

– Obrigada.

Entrou no seu carro, colocou o galho no banco do passageiro, respirou fundo, ligou o para-brisa.

Acelerou para o banco, tinha que pegar seu novo cartão, de novo voltou a pensar no que fazer para o jantar e em tudo que ainda tinha que fazer, mas o salto alto com terra denunciava algo sui generis.

Entendeu o tempo de uma forma muito clara, e ali, naquele instante, com aquela consciência, cara a cara com o singular, descobriu e entendeu o que significa quando dizem que novos dias nascem.

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Adriana Chebabi – Bela Urbana, idealizadora do blog Belas Urbanas onde é a responsável pela autoria de todas as histórias do projeto. Publicitária, empresária, poeta e contadora de histórias. Divide seu tempo entre sua agência Modo Comunicação e Marketing www.modo.com.br, suas poesias, histórias e as diversas funções que toda mãe tem com seus filhos.

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NOME DE COR DE ESMALTE

Cara, eu me irrito muito com esse assunto, não que eu deveria, aloca, né?
É sério, nome de cor de esmalte é uma coisa muito surreal. Eu não entendo porra nenhuma, “azulejo português”, as mulheres já falam “é azul” e elas falam como se fosse óbvio, como se fizesse sentido, mas fazer sentido e ser mulher, é algo que também não condiz muito, mas isso é assunto pra uma próxima “opportunity” (palavra essa que já daria um bom nome para esmalte).
– “Opportunity” o esmalte da mulher moderna, (insira aqui a cor verdadeira).

Eu tenho a impressão de que quem cria os nomes, tá tirando um barato com a nossa cara, mas o pior, ou o melhor, não sei, é que as mulheres sabem qual é a cor, qual a tonalidade o porquê foi chamado assim, talvez por isso só homens sejam daltônicos. Eu me sinto, o cara mais babaca do mundo.

Um dia minha namorada estava fazendo a unha e disse: – Amor, me passa o esmalte aí.

Eu: – Qual Amor?

Ela: – O rosa? (tinham 3 esmaltes do meu lado, os 3 eram “rosa”)!
Eu: – Qual rosa, Amor? O claro, o mais claro ou o rosa?
Ela:– É o rosa bracelete! 
Rosa bracelete? EU TIVE QUE LER A PORRA DO ROTULO. Era tudo rosa. Às vezes eu acho que ela faz de propósito, tipo: “hoje ele vai ver, vou fazer ele de idiota só com cores de esmalte muahahahah”.

Sério mano, tem um esmalte que chama: “entardecer” jura? Entardecer? Isso não é cor, porra! Tipo o entardecer em Osasco é cinza! Em um lugar mais “normal” é laranja, talvez! A gente não sabe a cor do entardecer, essa porra depende de Deus! Ninguém chega numa loja de carro e fala: “Por favor, eu quero um Gol, ar, direção e na cor entardecer!” Essa merda não existe, é vermelho, é laranja, azul!

Gabriela, mano, eles dão nome de gente para esmalte, tem um que se chama Gabriela! Gabriela é uma pessoa, irmão, não é cor não! É de um ser humano que estamos falando, ok? A Gabriela não pode ser da cor que ela quiser? O sistema vai ficar oprimindo a gente assim? Teremos que ser vermelho? Mas até que nesse caso eles poderiam segmentar mercado, por exemplo:

– Quero um esmalte Gabriela Asiática, opa esse é amarelo e mais barato, veio da china, talvez seu dedo caia, mas nesse caso a gente pode passar um Gabriela Afeganistão, o que acha? Esse é vermelho sangue e o vidrinho é menor, porque aqui, às vezes o pessoal acaba perdendo uma mão, um dedinho, sabe como é!

– Ah, mas vem com uma bolsa dinamite de brinde que SUPER combina com seus olhos!

– A-M-E-I-! A-M-I-G-A. Me diz, dinamite é uma cor nova?

– Não QUERIDA é a bomba mesmo.

– Que isso amiga, um isqueiro?

Imagina na loja?

– Por favor, me vê um Gabriela Osasco, é esse meio encardido, sabe? parece fumaça!

– A gente ia chamar de Vermelho Câncer, mas o pessoal do Marketing não gostou muito da ideia!

 Vou comentar sobre alguns nomes que pesquisei:

“Ha ha ha”, esse é a prova que eles estão rindo da SUA cara.

“Deixa beijar”, sem comentários.

“Capadócia”, aula de geografia nessa porra, agora?

E o mais sem noção que eu já vi “Azulcrination” ah meu, vai procurar um emprego de verdade, ler um edital de concurso, carpir um terreno…

Eu acho que criar os nomes de esmalte é tipo um estágio pra um dia se tornar o cara que elabora o nome das Operações Especiais da Policia Federal, tipo: “Operação Anaconda”, Operação Praga do Egito (também conhecida como Operação Gafanhoto). Como eles chegam a esses nomes?

– Vamos pensar, vamos pensar, que tal “Manjar de Tapioca”?

– Porra esse é bom, hein? Mas, acho que fica melhor pra esmalte, anota ai que eu vou mandar pro pessoal da Risquè!

Não, sério. Eu imagino, os caras fazendo uma reunião só para decidir o nome das operações, enquanto isso, os policiais com as armas na mão, na porta da casa dos FDP pronto pra invadir falando assim:

– Chefe, tamô aqui já, pode entrar?

– Não segura ai, porra! Precisa definir o nome da Operação ainda, a gente tá entre Anaconda e Jararaca, melhor Anaconda porque se não minha sogra vai achar que é indireta pra ela, INVADE ESSA PORRA QUE EU VOU CHAMAR A IMPRENSA PRA FALAR DA OPERAÇÃO ANACONDA!

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Lucas Alberti Amaral – nascido em novembro de 1987, vem há 27 anos distribuindo muito mau humor, tentando matar a fome e fazendo comentários desnecessários sobre tudo.

Formado em Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda pela METROCAMP, trabalha na área há 5 anos, tem um blog onde espalha ideias e pensamentos materializados em textos curtos e tentativas de poesias, acesse e confira: https://quaseinedito.wordpress.com/. Concilia a dura missão de morar em Campinas – SP (cidade onde nasceu) e trabalhar em Barueri-SP, não acredita em horóscopo, mas é de Escorpião com ascendente em Sagitário e lua de Saturno em Leão e por fim odeia falar de si mesmo na terceira pessoa.​