A vida na cidade descrições, Detalhadas de como viver, Em uma grande metrópole, Incluindo o ritmo acelerado, De culturas, desafios e todas, As belas, urbanas e humanas.
Contendo, Fernandos, Clarisses, Rosalvos, muito tantos e Adrianas, A vida na cidade pode ser solitária, A poesia urbana, chocante e tocante, Brilhante, elegante ou embrionária, Explorando tristeza, amor ou solidão, Diurna ensolarada, noturna estrelada, A poesia em belas, urbanas e humanas.
Nossa breve, longa vida humana, Com todas suas belezas urbanas, Com a tecnologia em conectividade, A poesia urbana agora tem novidade, Chega tecnológica isso é verdade, Ideias podem deixar de serem humanas, Mas, via I.A. presentes em localidades, Poesia belas, urbanas e sem humanidades.
Sem o afeto e toque de pele com pele, Humanas distantes soltas pelas cidades. Grava o impacto do total urbanizado, Traz para todos, os versos e a emoção, Sem ter ninguém ao seu lado.
E, nessa arquitetura urbana, Das belas paisagens humanas, Com arranha-céus tocando nuvens, Monumentos de eventos passados, Podem no futuro ser uma fonte, De poesia urbanas e nada humanas.
Não somente pelo “tesão” da ideia, Ou inspiração do cardio que brada, Poesia urbana como “essa” chega, Para mim, como para você, Idealizada pelo ChatGPT.
O mar e o amar O mar e o caminhar O mar e o despentear Amo, caminho e me encanto no mar. Cabelo ao vento, areia, pedras, conchas me encontro com o mar e o amar. Brisa, sal, pôr do sol e o mar, desencanto se vai, sobra o acalmar. Como amar se não se amar? O mar segue a ensinar, no movimentar das ondas às vezes suave, às vezes feroz, as lições do amar. Do amanhecer ao pôr do sol há beleza no mar, quero ver beleza nas luzes e sombras do amar, que tudo é mar, amor e amar.
Tenho pensado muito sobre simplicidade, humildade, quereres e fazeres.
Sobre tudo que já vivi, as escolhas que fiz, os medos e alegrias que mexeram comigo de forma profunda e me fizeram ora recuar, ora ser cautelosa e ora virar um bicho cheio de garra.
Sobre as diferenças e afinidades nos relacionamentos.
Sobre dar, como dar, sobre receber e como demonstrar os sentimentos envolvidos nestes atos.
Sobre amor. O mais puro, desprovido de expectativas, de egoísmo. Aquele sobre entender que o pássaro é livre. Sobre os dizeres imponderados, ímpetos de indignação egoistica, recuos fantasiosos. Sobre dar sentido à simplicidade enchendo-a de cores, flores, amores.
Sobre guardar no mais íntimo o que me é revelado em convivência. Sobre valores, ética…… sobre viver e deixar viver. Respeitar desmedidamente as pessoas, suas culturas, suas palavras às vezes tão desencontradas do que penso.
Tenho pensado muito. Sobre mim e sobre todos. Sobre meu mundo e sobre o universo.
Sobre tudo que temos passado nos últimos três ou quatro anos pessoal e globalmente e como isso é -ainda é- determinante no presente.
Sobre o que penso em relação ao momento político do nosso país, sobre extremos e atitudes provocantes. Não quero isso. Não suporto mais. Eu me retiro. Tenho humildade para reconhecer que sou uma mal informada, que estou à revelia da realidade.
Quando é que o tempo para? Eu me pergunto dez vezes enquanto me visto para o trabalho.
O cansaço que eu sinto é de outras vidas e parece que eu o levarei comigo para outras mais.
Hoje é segunda-feira. Não adianta um domingo por semana. As pausas semanais são ilusões que nem começam, nem terminam, se emendam aos dias que chamam de úteis e a vida segue sem noticiário, porque o domingo é sagrado. Mas, cadê o descanso? Ele não vem aos domingos também.
A realidade é sedenta de minutos corridos, não dá tréguas nem para beber água, nem para olhar o céu, nem para disfarçar.
Eu acordo com o relógio atrasado, arrastado, me pedindo para cuidar da casa que nem amanheceu, nem viveu a noite.
Não converso mais com o espelho depois dos desaforos que ele vinha me dizendo e que eu retribuía sem nem sentir dó, nem querer mal. São as micro agressões perturbadoras do ego que eu evito alimentar.
Os instantes precisam de mim e eu nem posso desfrutar.
Todo dia a mesma coisa: correria e ofegância. Nada é capaz de me tirar do moinho de mim. Por fora pareço ventar, por dentro nem inspiro, nem respiro.
Quero ar, quero mar, quero par, quero lar… mas, não encontro brisa, nem onda, nem afago, nem travesseiro. Passo os dias ansiosa, tentando acreditar que uma hora alguém vai dizer bem alto que o tempo resolveu apreciar a paisagem e liberou geral para vadiar.
Pior é que esse desejo de não fazer nada vem embarcado em culpa e saudade. É tão difícil ter paz! Eu tenho sentido falta da angústia do tédio na minha infância, da aflição do ócio na maternidade, daquela gana terrível de não ter o que fazer na adolescência, do medo de perder tempo em pensamentos soltos e revoltos que um dia foram meus, nem são mais.
Quem pode suportar essa ideia de que o nada tenha seu valor? Eu não dou conta!
Mesmo exausta, sôfrega e abatida, recebo convites para tomar café, sorvete, vinho no meio da semana… e pedidos de ajuda no meio das noites chuvosas… e lembretes de eventos nos momentos mais inusitados. Tudo isso é motivo de orgulho para mim, pois ainda que eu me sinta cansada, aos olhos do meu mundo sou lembrada e sou salva da loucura de que o tempo nunca repara em mim.
Termino de me vestir sem resposta e apressada, acumulando mais cansaço à minha já lotada mala de lamentos inesgotáveis, ansiando por mais tempo e mais vigor.
Não hesito em suspirar para que a esperança não tenha tempo de fugir de mim.
Meu amigo Johny contou no storie do seu Instagram que ele viu um ônibus parado em um local, o qual não era o ponto de parada. A curiosidade o fez observar que o motivo daquela parada inusitada foi para ajudar um deficiente visual a descer com segurança, imagine só, em frente à casa dele! O que me chamou atenção é o fato que o meu amigo disse uma grande verdade nesse mesmo storie: se tivesse acontecido uma tragédia, teria dado mais ibope.
O fato é que desacostumamos com a gentileza, seja ela qual for: um bom-dia, um abraço mais apertado, uma palavra de consolo, uma atitude boa, um obrigado, um elogio. Por quê? Porque desconfiamos. Desconfiamos de benesses em troca de gentilezas, infelizmente.
Mas isso não pode se tornar verdade!
Um gesto simples faz uma enorme diferença na vida de qualquer pessoa. E não custa dinheiro. Custa somente querer.
“Gentileza gera gentileza”. Essa máxima foi criada por José Datrino, o Profeta Gentileza, imortalizado na canção da Marisa Monte, “Gentileza”, em homenagem a ele. Para quem não sabe, o Profeta Gentileza carregava um estandarte escrito a mão com a frase. Além disso, ele era super gentil com todos e pelas ruas da cidade do Rio de Janeiro, anunciava quão bem fazia ser gentil.
E não é verdade?
Dar um sorriso no elevador, um bom dia para quem for ou ser como o motorista do ônibus, que ao notar a dificuldade do passageiro, fez um ato espontâneo e de bondade ao deixá-lo em sua casa, pois era caminho.
E ainda penso: mesmo que o outro não seja gentil comigo, eu o serei, uma vez que ser gentil faz parte de mim e não diz respeito ao outro.
Quem sabe a gentileza de uma pessoa não faça com que o outro também o seja?!
Ontem, na contramão do hábito, desci pra dar uma volta enquanto algumas questões se revoltavam dentro de mim, vendo quem levava quem pra passear. E nessa exagerada quarta-feira de sempre, espremendo um pouco mais de férias na pia da minha semana, fui atravessar a rua e esbarrei comigo, 20 anos mais novo, olhando de volta do impossível, quase tão assustado quanto eu diante do impensável reboliço. Quem de nós dois voltaria pra casa?
Eu – de mais tempo – levava comigo o Dom, meu cachorro e parceiro, e o dom inato de não ver com facilidade pessoas conhecidas na rua, da proximidade que fosse, o que sempre me fez ser descoberto muito mais do que descobrir. Naquele momento, não teria outro jeito: me descobrir era a única saída.
E lá, do lado de lá, que é cá também – ou foi – ia eu, com a mesma inabilidade de equilibrar cães, sendo levado por Thanatos, hoje saudade, que parecia ter me reconhecido há muitas quadras, ou décadas. O cheiro deve ser das poucas coisas que o tempo não mexe.
Deixei que eu viesse. E fui, também. Misturando um pouco cada um de nós. E conversamos, não sei nem quanto tempo, mas pareceu passar uma vida dentro desse diálogo familiar. Tudo meio embaralhado, entrelaçando coleiras e certezas até que fosse necessário desfazer aqueles nós.
-Como você está? Disse eu.
-“Quando”, você quer dizer. Eu também falei. Rimos um bocado.
Falamos sobre os dramas de se ter 17 anos, querer o mundo todo de uma vez, e não saber por onde começar. E também sobre os dramas de se ter 37, o mundo não ser seu, e o medo de como tudo pode, de uma hora pra outra, terminar sem nem chegar a acontecer.
Sempre fui do tipo dramático mesmo, e já ali nos reconhecemos.
Falamos da crueza da vida, sem pesar… E de como ela é difícil mesmo, por estarmos normalmente tão pouco preparados, mas tudo isso como contrapontos, que tornam, talvez, os bons momentos tão mágicos e etéreos. E a melancolia foi, aos poucos, se dissipando, como algo que precisava passar ali para provar que era tudo real naquele idílico duelo. No espelho, normalmente, é a ruga que salta.
Comparamos tudo que pudemos lembrar… O corpo, da carcaça lisa esculpida a Vôlei e Toddy, frágil, ao dobro, engolido em culpas, dietas em série e a mesma despedida todo domingo. Frágil também. O tempo fragiliza. Resistir pra existir, né? Mas não foi de zero… A barba, outrora rarefeita, agora resolvia melhor a aparência de mais novo, e o olhar, apesar de suas adquiridas aspas, conseguia dizer melhor o que precisava.Você ainda escreve? perguntei de longe, de 2003
-Menos, bem menos. Demoro mais, acho que porque espero ver algo diferente, que não sai do mesmo eu de sempre, ou porque o hoje não espera. Expliquei, me debruçando para saciar as saudades, minhas e do “Natos”.
-É feliz? Emendou o jovem com a mais velha das questões
-Várias vezes. Uns dias mais, outros menos. Mas sempre tentando, sem me distrair. Respondi imaginando que se eu mentisse, eu saberia. E assim fomos.
Conversamos sobre escolhas, de como, na verdade, são ilusões para manter qualquer sanidade na superfície. É tudo tão frenético, tão rápido, e efêmero, que parece que estamos, na verdade, soltos no mar, num dia de ventania… Ele, que é meio, que é acaso, que é multidão, correndo com a gente por aí… E a gente, que é vida, escolhendo o ritmo da pernada. Resistir acho mesmo que é escolha. E segue valendo mais.
Fez-se um silêncio necessário para assimilar a recente gravidade daquela prosódia… Tantos caminhos possíveis, de vida e de papo, mas a gente sempre gostou mais mesmo dos exageros. Aquele marca-texto neon sobre a verdade mais aguda… A retórica presa nos extremos, sendo a vida bem mais de outra média qualquer.
-Acho que, na verdade, o tempo muda pouco as coisas. Ele passa, porque precisa ir. E segue na gente o que precisa ficar. Filosofei, como próprio dos mais velhos que precisam parecer, também, mais sábios.
-E vou além, é tudo pra ontem. O agora é inadiável, porque a vida não espera. Completei, urgente, sem saber direito do que dizia. Mas eu entendi, depois, já.
-E agora? Perguntei velho.
-Agora eu busco você e você me busca, respondi sábio com a boca de poucos beijos. Eu, ser você daqui a pouco. E você ser um pouco eu, pra sempre. Completou.
-Então invista em amigos e no tempo dedicado a eles. Foi sempre neles que eu pude realmente me encontrar. Orientei, com a boca cheia de poesia.
-Isso vale pra sempre, não percamos de vista. Finalizei dizendo o que eu precisava ouvir, qual fosse a geração.
Os 20 anos que recheiam o abismo entre aquelas duas versões da mesma coisa, guardam também neles e no mais empirico saber outros tantos personagens que ajudaram a contar uma história mais feliz hoje. É estranho, olhar daqui dos polos, e perceber o quão longe me levaram, pela mão e pelo sorriso, tanto quanto ver que já eram, no início de tudo, meu tudo.
Sorrisos com identidade, alegrias com receita de bolo e passo a passo, e a mais corriqueira felicidade, garantida em ser deles e de volta. Como pude me esquecer tanto assim? Ou me negligenciar… Que o eu de 57 me veja na rua um dia e agradeça pelos encontros nunca mais adiados.
E ali, sob a verdade daquele diálogo, redescobri o segredo maior. Acenei, com pena de apertar a mão do passado, e puxei o Dom pra perto, despertando a despedida. E na outra ponta, sob a vasta cabeleira, reprisei o aceno, acompanhando a valsa daquele “adeus”.
-A gente se vê. Gritei pra mim, esperando que fizesse sentido no sentido que fosse. De trás pra frente, de ver no inacabado adulto de 37 anos aquele incalculável jovem de 17, como na própria mão do tempo, vendo no âmago do garoto de 17 as exatas condições para tirar da cartola esse homem de 37, grato pela jornada até aqui.
-Eu sei. Respondi, e agora podendo ter sido qualquer um dos dois.
E assim voltamos pra casa, juntos, eu e eu… E sem nenhum dos dois, jamais, chegar. Em mim, agora, somos todos inadiáveis, e vai ser incrível ver o que esses encontros vão realizar de agora em diante. Amigos queridos, aí vamos nós.
Quando vi o nome do lugar pensei e aqui que vou morar: Vale Feliz.
Nascia o terceiro filho, Segundo casamento. Terreno comprado. Projeto da casa de presente. Obra.
O menino já com 1 ano ia para creche, as meninas para a escola e eu para obra. Vestindo roupa de ajudante de pedreiro e ia fiscalizar. Era a louca da obra, varria, me metia em tudo dando bronca em pedreiro. O companheiro vinha de 15 em 15 dias doutorando que estava em Brasilia. De nada sabia, total confianca. Eu organizada que sou, contava os dias para mudanca.
Vivi intensamente todos os momentos. Escolhi pisos, janelas, moveis.
Enquanto eu fazia a mudanca o companheiro defendia a tese. Eu triste, ali a distância não era mais apenas fisica.
Enfim, mudanca. Eu, três filhos pequenos e marido ainda. A vida se reformulando.
Logo fiquei eu e três filhos pequenos na linda casa.
Lindo lugar mas distante de tudo, fui motorista de filhos durante anos. Ali fiz um pomar onde antes nada existia.
Cuidei de filhos, cachorros, jardim. Poucos homens diferentes levei ali.
A minha inquietude me levou embora. Aluguei a primeira vez o que antes achava ser o meu Paraíso. Botei os filhos embaixo do braço e parti.
Esse movimento se repetiu outras vezes. Anos passando, filhos saindo. Uma foi para a Europa, uma se casou e aquele que entrou bebe aos 20 anos foi morar com o pai.
Vazio, depressão.
Vendi tudo, juntei uns poucos objetos de vida e coloquei no sotão. Fiz uma mala e fui embora do país.
Na casa moraram músicos, padeiro, professores. Nasceu uma menina na sala da casa. Morreram cães Morreram árvores. Poucas coisas se quebraram. Nenhuma Reforma.
Agora mais uma vez saio da casa. Resolvi de novo diminuir a bagagem. Fui para perto dos filhos após a perda dos velhos pais.
A vida mudou, a casa lá está pintada de branco com janelas azuis e cercada de um pomar.
As mulheres “de antigamente” viviam em doação à família. A profissão delas era denominada: “do lar”. Esse termo diz tudo: Elas abriam mão de sonhos e desejos e viviam em doação.
Apesar de termos tido nossas profissões, conquistas financeiras e liberdade, aquele arquétipo doador permaneceu impregnado em nosso DNA, talvez por repetição sistêmica. Isto faz com que muitas de nós, mulheres, não saibamos receber.
A doação é um gesto lindo, mas na vida tudo precisa fluir de forma equilibrada, num ir e vir, num dar e receber.
Receber é permitir que te enxerguem; que te sintam; que se sensibilizem por ti; é permitir que te protejam; que te amem.
Permitir-se receber é acolher um gesto de carinho; é amadurecer no outro a compaixão; é despertar no teu próximo o sentimento de amor incondicional.
Devemos estar atentos para acolher o que o universo nos traz, em contrapartida às nossas doações. Isso é o equilíbrio entre o eu doo e acolho; eu protejo e sou protegido; eu amo e sou amado.
Receber é despertar e manter no outro o lindo gesto de doar.
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