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O tempo e a dopamina

De acordo a Revista Superinteressante, dopamina é um neurotransmissor que
causa sensação de bem-estar, e ela também é capaz de influenciar na nossa
percepção do tempo, isso ocorre em parte pelo funcionamento do sistema
límbico (área do cérebro responsável pelas emoções) assim quando
atendemos a um desejo, liberamos dopamina e quando temos alto níveis de
dopamina no organismo, geralmente achamos que o tempo passa mais rápido,
por isso temos aquela sensação de que uma semana antes das férias o tempo
demora mais para passar e que quando viajamos e estamos nos divertindo os
dias voam.

Recentemente, completei 53 anos e minhas memórias e a minha sensação do
meu tempo vivido até hoje se fizeram presentes, no transcorrer do dia do meu
aniversário, entre minhas atividades rotineiras, minha mente divagava para
tudo o que vivi, minhas conquistas, alegrias, projetos realizados, viagens que
fiz e em tudo o que quis, as pessoas que fizeram e fazem parte da minha
história e também nas coisas que não funcionaram exatamente como planejei
assim como nas ramificações e teias dessas vivências todas, ter chegado até
esse hoje me enche de alegria e gratidão, por outro lado sinto uma mescla de
expectativas que geram esperança, medo e angústia pelo devir, e entendo que
esse sentimento faz parte do viver, essa dualidade que ao longo da jornada e
dos anos experimentamos constantemente, me acalmo e sigo.

Ao fechar um e iniciar outro ciclo de vida, tenho plena consciência que o tempo
passou mais rápido do que eu jamais imaginei, ninguém controla o tempo e
nem sequer posso ter certeza de quantos ciclos ainda me restam, sei que
posso escolher como viver cada minuto que eu recebo a cada dia que abro os
olhos pela manhã, e por isso decidi que farei esforços conscientes para criar
experiências que possam aumentar meus níveis de dopamina, quero poder ter
sempre que possível essa percepção de que o tempo está passando muito
rápido e assim fazer melhores escolhas.

Para terminar, compartilho um lindo poema de Carlos Drummond de Andrade,
já que a expressão artística e criativa estimula a dopamina.

“O tempo passa? Não passa”
O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz

a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.

Leia mais em: https://super.abril.com.br/comportamento/por-que-o-tempo-
pode-passar-devagar

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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Como seria Namorar com você?

Seria leve como a brisa suave que balança a folha,
Que faz escorrer o orvalho da manhã.
Perdido, sem preocupação do tempo que já passou
Ou das horas que estão por vir.
Apreciando um único momento de beleza,
Observando o dia, a pureza do sorriso da criança,
Que ecoa esperança em seu olhar.

Seria leve como o respirar,
Com o rosto ainda molhado de tanto chorar,
Sem motivo, sem razão, apenas deixando fluir
O que tem no coração.
Seria brando como a brisa que toca
Este rosto ainda molhado, chorado, chorando,
Com um sorriso insano de quem não quer sorrir.
Seria um conto de palavras sem sentido
De alguém que sente muito,
Mas que não quer mais sentir.

Torto como se perder no tempo no mesmo momento,
Com a mente devaneando de orgulho e lágrimas,
Mas que ali, naquele instante,
Não se lamenta ou reclama,
Talvez, não só talvez, clama por amor.

Não este amor impuro e terreno,
Que se entrega aos desejos, sem controle do ser,
Que se perde em suor, que toma forma e argumento,
Que acelera a cada momento,
Até ele mesmo explodir em emoção,
Calando e ficando o vazio,
Que não foi preenchido pela saga humana.

O amor real, que vem de dentro,
Que é constante e sereno,
Que acalma o coração e alimenta a alma.
Que faz cada momento ser único e pleno,
Que transforma a vida e ilumina os dias,
Com a leveza de um sorriso,
A pureza de um olhar,
E a serenidade de um amor que nunca se apagara.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela mulher sorrindo.
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Amor eu te prometo

Caminhando pelas ruas
Me vem o pensamento
Com quem você anda, o que está fazendo
Meu coração boêmio
Não quer mais se apegar
Mas você foi a única, que fez ele acelerar

Quando estou sozinho
Me bate a solidão
Quero sentir seu cheiro
O pulsar do seu coração
Quando dormimos juntos
Tivemos a melhor noite
No auge do amanhecer
Quando lembra você esconde
O seu rostinho lindo
Seus cabelos cor de mel
Aqueles lábios únicos
Que me levam até o céu.
Seu perfume doce
Me deixam enfeitiçado
Qualquer gesto seu me deixa extasiado

As vezes eu me pego
Ouvindo sua voz
É um timbre tão doce
Que por dentro me corrói

Você é algo insano
Ilustre ao meu ver
Tudo que eu tivesse eu daria a você

Amor eu te prometo
Enquanto eu existir
Estaremos conectados
Você por mim e eu por ti

As vezes nós brigamos
Mas logo mais voltamos
Graças a seu jeito
Que me lembra mais um anjo

Tudo que preciso
Se encontra em seu corpo
De um jeito tão esbelto
Que por fim me deixa louco
Seus quadris bem esculpidos
Me enchem de prazer
Admiro-os de vez em quando
Chego até me perder

Caminharemos sempre juntos
Com o sol a entardecer
Amor jamais se esqueça
Eu quero só você…

Mirian Fernandes – Bela Urbana,  estudante do ensino médio, gosta de  escrever poesias, músicas que falam sobre violência abusos e muitos outros.
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Cadê o Amor?

– Cadê o Amor?

– Morreu!

– Para com isso, fala logo…

–  É verdade, morreu.

– Não acredito, como assim? Morreu como?

– De fome.

– Mas era robusto, parecia tão forte…

– É, mas quando não se alimenta fica doente e nos piores casos, morre.

– Por que não comia? Faltou dinheiro?

– Dinheiro tinha.

– Anorexia?

– Também não era.

– Enjoou do tempero?

– Sabe que pensei nessa possibilidade, mas não era só o tempero não.

–  O que era então?

– As frutas apodreciam intocadas, o bolo ou embatuva ou solava, o doce sempre amargo, arroz e feijão carunchado, nada nunca agridoce… e aquela água na boca nunca existiu.

– Foi Amor romântico…

– se foi…

– Mas Amor pode ressuscitar.

– Pode, tem razão, mas Amor quando ressuscita é um novo Amor…  e com muita fome!

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, sócia-fundadora e editora-chefe do Belas Urbanas, desde 2014. Publicitária. Roteirista. Escritora. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.

 

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Ela não sabia

Relacionamentos abusivos sempre existiram, atualmente muito se tem falado sobre eles, como identificar e principalmente como se fortalecer para que se consiga sair deles.

Relacionamentos abusivos não começam abusivos, no começo parece um sonho, um grande conto de fadas, onde príncipes e princesas se conhecem e vivem felizes para sempre. No início é aquele encantamento, aquela dança da conquista, do acasalamento, o grande bombardeio de Amor.

O que ela não sabia era que existia um tal transtorno de personalidade narcisista, no qual o abusador, dentro de um relacionamento, manipula, mente, quer ter controle e destruir sua vítima, tudo milimetricamente calculado.

Ela nem sabia que existia um ciclo para isso. Como assim? Depois de ter vivido vários relacionamentos, amores, paixões, decepções, mesmo assim nunca ter ouvido falar do ciclo do Abuso Narcisista.

Acreditava ter experiência de vida suficiente para detectar um abusador. Não foi isso que aconteceu e que por diversas vezes ocorre na vida real, com pessoas reais, que simplesmente querem ser feliz no Amor.

Ela não podia imaginar que tudo não passava de um golpe, de um teatro, de uma farsa. Já tinha até visto filmes sobre isso, mas nunca sentido na pele.

Tudo parecia tão real, tão avassalador, tão intenso, tão perfeito. Então, esse é o início do ciclo e do que o abusador quer causar na vítima para fisgá-la.

Chamado Love Bonbing. Meu Deus, ela não se conforma de nunca ter visto vídeos sobre isso. A internet está lotada, quanta ingenuidade.

Após esse início maravilhoso, a segunda etapa é chamada de desvalorização, o abusador diminue a vítima para que ele alcance seu pódio na relação, mostrando seu poder e controle. Começa a destratá-la, humilhá-la, reclamar do seu cabelo, de sua roupa, de seus gostos, do seus amigos, diminue a autoestima da vítima para que se sinta mal.

Ela achava realmente estranha essa mudança repentina, mas já estava apaixonada, pensava que talvez ele pudesse mudar e voltar a idolatrá-la. Pura ilusão, em pouco tempo, questão de meses, as mentiras foram aparecendo, ela até pensava que estava ficando louca, isso também tem nome: gaslighting.

Ela tentava desesperadamente sair desse relacionamento, percebia claramente que tinha algo muito estranho, terminava, sentia alívio, mas o abusador não desistia, pedia para voltar, implorava, falava que iria melhorar, que seriam felizes, que viajariam, fazia planos, ela cedia. Isso também tem nome: Roovering.

Ela sentia um esgotamento físico, mental e emocional, sabia que isso não era normal. A ansiedade, estresse e depressão fazem parte do Abuso no ciclo do Abuso Narcisista.

Ela conseguiu sair. Contato Zero. Ela era mais forte que ele. Ele nem imaginava isso. Ela não sabia que a próxima fase seria do descarte. Descartou ele primeiro. Pura sobrevivência.

Ela não sabia que ela era um suprimento para o narcisista . Se existe algo que aprendeu com tudo isso, é que ela tem que aprender a se Amar e se Valorizar mais que tudo nessa Vida.

Anônimo – Mulher, brasileira, não quis ser identificada
SOS – Ligue 180
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Conseguir ressignificar

Escrever esse texto é provavelmente o mais difícil da minha vida. Algumas situações são escondidas por uma vida inteira. E quanto você cresce dentro de uma situação assim? Isso é um abuso? Se é, qual tipo é? Psicológico? Não sei se é…  Abuso moral talvez? Fui buscar o que se diz sobre abuso moral… não achei nada que se enquadrasse com precisão no meu caso, mas achei: “Assédio moral é a exposição de alguém a situações humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas. Geralmente, tal expressão se refere a atos ocorridos durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções”… essa definição é a mais próxima, mas não é exata porque falo da minha vida pessoal, da minha infância, adolescencia e vida adulta. Falo sobre crescer em um mundo que não está dentro de um quadrado. E o mundo, apesar de ser uma bola redonda é muito quadrado e sendo esse quadrado, faz muita coisa ser presa e quando é presa, aprisiona também… em pensamentos que não podem se expressar abertamente, em corpos que não podem ser livres para amar, na frente de todos, os outros que de fato amam… e por isso, esse mundo quadrado, coloca ao quadrado mentiras. Eu cresci com algumas mentiras ao meu redor, mas mentiras, não excluem o amor, porque a mentira não era só para mim, era para o mundo. Era para sobreviver… mas a custas pesadas de outros… muito papo-cabeça para nada, muita obscuridade sem óculos, muito sofrimento oriundos de machismos estruturais, muita reclamação para a atenção ficar nos pormenores diários. Talvez esteja sendo difícil você entender o que quero dizer, assim como é difícil para eu falar sobre isso, falei tão pouco a vida inteira com outras pessoas sobre esse assunto…  Lembra que o mundo é quadrado e precisamos ser quadradinhos que se encaixam aí? É isso. Ainda não falo, porque eu sou a protagonista em um papel, o da minha vida, mas essa história envolve diversos outros protagonistas de suas histórias, então, em respeito a eles, ainda não falo abertamento, prefiro deixar a memória como foi até o final, como as crianças o viam. Meu pai era bisexual ou  gay, mas foi casado até o final com minha mãe, conheci o amante do meu pai quando eu tinha 12 anos, ele era legal comigo, me viu crescer, me formar, casar, ser mãe. Meu pai quase nunca viajava com a gente, mas viajava com ele e era constrangedor explicar essas viagens para amigas… eu nem contava, mas alguém, em algum momento, sei lá como, vinha e me dizia… seu pai está na Grécia? Porque não contou?… as viagens eram sempre nesse nível…e nós?…  para o litoral do nosso estado, nunca nada internacional…  dizia que era o amigo que pagava…. pode ser que sim… pode ser que não…. mas hoje, com clareza,  eu sinto como um ato egoísta. Quando eu disse que não se anula o amor, é verdade, o amor e o cuidado existia dentro da sua forma de ver o mundo e de fazer sua parte. Era amoroso, era responsável financeiramente. Nunca culpei ninguém de nada, mas hoje reflito sobre o impacto de crescer no meio de uma mentira, porque de tudo, é essa a questão… a mentira…. é aceitar alguém na sua casa, que nominalmente era o grande amigo e na verdade era o amante… é sobre achar tudo normal… não poder se revoltar porque  a revolta nem existia para algo que “não existia”, ou seja, me tiraram a chance da revolta que eu poderia vir a sentir….  O que posso dizer de todos os personagens envolvidos? Isso daria um livro… mas seria somente as minhas interpretações sobre o que vi e senti na vida sobre eles, sobre a minha e tão somente minha percepção e vivência.  Não falarei, não hoje, não agora… falarei só de mim… eu posso dizer que o impacto negativo disso tudo que mais tenho clareza, é um excesso de tolerância em diversas situações intolerâveis para a maioria das pessoas…. já aguentei sitações que por muito menos, muitos mandariam para aquele lugar… e eu… aguentei… e nem foi percebido por mim como algo pesado para eu aguentar…. tá achando isso bom? Não é, porque não eram situações positivas para mim, ou seja, tinha medo de perder, tinha medo de enfrentar, era mais fácil seguir daquela forma sem novamente me revoltar, sem ter uma consciência clara sobre o motivo que me fazia agir daquela forma…. mas por outro lado, sei também que tenho uma grande resiliência e que isso também veio do mesmo lugar. Maluco isso… Hoje me observo de forma mais consciente e  vejo as situações e como reajo a elas… como me posiciono… tudo tem haver com tudo… as vezes acerto, as vezes não…. sou uma aprendiz.  Consigo entender todos os lados, todas as dores de todos os lados dessas pessoas, e inclusive a minha. e com isso até as escolhas… mas de novo, viver na mentira é ruim. O amigo fez parte da nossa família por muitos anos, mas um dia acabaram…. o reencontrei muitos anos depois, cartas na mesa, acho que foi um alívio para ele e para mim também….  hoje nos vemos pouco, é casado e o marido nitidamente tem ciúmes de mim… de fora é fácil perceber….. cada qual com sua escolha e com seus aprendizados. Só me lembro de uma frase que alguém uma vez me disse, ninguém que está no enredo desse texto… “eu não fiz por mal” e eu respondi… “mas me fez mal”.

É isso, falei… Vamos falar e assim conseguir ressignificar o que nos fez mal, só assim podemos seguir em frente levando amor… e o amor que eu tenho em mim é muito grande.

Anônimo – Mulher, brasileira,  não quis ser identificada.

SOS – ligue 180

 

 

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Sobre relacionamentos abusivos – parte 3 – Ele roubou meu coração

Com quantos perdões se fazem uma relação de sucesso?
Sinceramente não sei, mas apostaria em muitos.
Existem os dias de luta para que possamos reconhecer os dias de glória e o que eu mais queria era compartilhar todos esses dias com meu parceiro. O que eu não esperava era por uma batalha sem fim na qual ficamos presos sem achar uma saída.
Mais uma vez eu decidi começar do zero, uma vida nova porém dessa vez sozinha.
Sim eu poderia, pelo menos foi o que mais ouvi diante de dezenas de conselhos que escutei.

Você é mulher linda, inteligente, profissional com certeza vai encontrar alguém que te valorize.

As falas são as mesmas mas o que esquecem de dizer é que algumas feridas, preferencialmente as afetivas, não se cicatrizam com uma boa noite de sono.

No dia seguinte da minha vida nova senti o desespero da saudade mas aguentei firme.

Eu não poderia me sabotar mas ao me olhar no espelho sentia culpa.

Bastou um telefonema e todo meu discurso findou ao som de uma velha risada que eu conhecia bem.

Estou com saudades. Eu também.

O coração é enganoso e Deus foi o primeiro à nos alertar.

No peito a esperança fazia cócegas.

Decidir esquecer tudo o que havia acontecido até ali, permitiu abrir espaço para novas decepções após nossos novos dias juntos.

O tempo foi passando velozmente em nossa frente e todos meus sentimentos foram se mesclando ao amor e compreensão que eu sentia.

O amor virou medo.

O carinho virou ansiedade.

Todos os dias a mentira progredia, a fim de esconder outras ‘sujeiras’.

Mas como explicar a sensação de responsabilidade com alguém que se coloca em situações perigosas?

Troquei fechaduras, tranquei portas, mudei a senha do cartão.

Você mentiu, manipulou e me fez acreditar que eu estava louca quando numa noite tentou me convencer que meus dados bancários haviam sido clonados. O desespero crescia em saber o que teria acontecido com meu dinheiro enquanto você olhava fixamente no meus olhos e mentia para mim.

A sua habilidade em reverter a situação favoravelmente para si era algo fora do comum.

Surreal, além de ser roubada eu ainda te pedi desculpas.

Você roubou meu coração, minha carteira e meu tempo. E eu aprendi a parar de ver o seu lado bom para ver o que você realmente me mostrava.

O choque foi cruel.

Continua …

Gi Gonçalves – Bela Urbana, mãe, mulher e profissional. Acredita na igualdade social e luta por um mundo onde as mulheres conheçam o seu próprio valor. 
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Caminhos da vida (Vagões)

Quando eu era bem pequena não imaginava um terço do que me aconteceria ao longo da vida. Seria como apostar e perder.
Gostei e aprendi a ser sozinha mas quase impossível viver assim, que sejam abençoados aqueles que podemos chamar de verdadeiros amigos. A vida não é fácil quando se precisa sobreviver na maior parte dela. Privilégio daqueles que realmente podem ter um leque de opções e escolher qual rumo tomar, boa sorte a quem só pode seguir para onde a vida levar.
Neste segundo caso é preciso jogo de cintura e um sorriso largo no rosto para conseguir se manter nessa selva.
Aprendo todos os dias que os caminhos diferentes que aparecem na nossa vida na verdade são pontes até um único objetivo final.
Aproveito o gancho da analogia a pontes e digo também que esses caminhos poderiam ser comparados facilmente a estações de metrô. O velho clichê de quem sobe e desce ao longo do caminho da vida. Já estive em vagões com muita alegria, outros com muito medo mesmo, e ainda outros que me surpreendi de todas as formas. Aprendi que existe vagões em que devemos sempre manter contato e passear nele as vezes, outros que preciso manter distância para não me machucar outra vez, vagões em que olho com carinho e outros com tristeza, vagões escuros que ainda mantém portas abertas esperando que eu volte para fechar.
Vagões que estão a minha frente em que nunca entrei e ainda não tem portas abertas, eu só os imagino.
Não menos importante, existem as estações que são responsáveis pelo sim e pelo não. Há estações em que descem pessoas que sentimos saudades, estações que descem sentimentos e damos adeus olhando de canto de olho, estações que ficam a infância, a genuína sensação de se esconder debaixo da coberta por causa do Bicho-Papão.
Tem estações que sobem pessoas que as vezes já vimos em outras estações mas que não subiram no momento. Estações que sobem momentos felizes, de emoção, de angústia, sofrimentos e prazer. Não necessariamente nessa ordem.
Vou aprendendo ao longo dessa jornada que o importante é aproveitar cada momento sabendo que não vai voltar cada segundo que já passou. Inclusive esse agora. Viu!? Já foi…
É necessário beber bastante água, e fingir loucura para o que tentar te enfrentar.
Se eu puder dar um conselho seria esse, mantenha um vagão de sonhos e outros bem cheio de coragem e ferramentas que você tiver à disposição. É muito importante que os mantenha bem perto de onde você estiver e deixe bem afastado daqueles vagões negativos e de gente abelhuda.
De resto se hidrate, sorriso no rosto e muito amor.
Vou seguindo dentro do meu vagão apreciando a vista e aguardando a próxima estação.
Gi Gonçalves – Bela Urbana, mãe, mulher e profissional. Acredita na igualdade social e luta por um mundo onde as mulheres conheçam o seu próprio valor. 
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Mareamar

O mar e o amar
O mar e o caminhar
O mar e o despentear
Amo, caminho e me encanto no mar.
Cabelo ao vento, areia, pedras, conchas me encontro com o mar e o amar.
Brisa, sal, pôr do sol e o mar, desencanto se vai, sobra o acalmar.
Como amar se não se amar?
O mar segue a ensinar, no movimentar das ondas
às vezes suave, às vezes feroz, as lições do amar.
Do amanhecer ao pôr do sol há beleza no mar, quero ver beleza
nas luzes e sombras do amar, que tudo é mar, amor e amar.

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.

 

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LULUZICES

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Não quero causar impacto, nem tampouco sensação! Mas nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia.

Que bom que tudo muda o tempo todo no mundo!

Nós somos medo e desejo! É natural que seja assim, tanto pra você quanto pra mim…

A vida é mesmo assim: dia e noite, não e sim… Pode ser que o barco vire, mas também pode ser que não! Só que dessa história ninguém sabe o fim! E continuamos num indo e vindo infinito…

Mas enquanto isso, não nos custa insistir na questão de não deixar o desejo se extinguir!!

Não adianta fugir nem mentir pra si mesmo. Acho que é bobagem a mania de fingir negando a intenção.

 

Pra que tanta complicação se é tão fácil de entender! Me dê a mão e vem ser a minha estrela!

Eu me recuso a admitir que amar é sofrer.

Me dá um beijo então, e veja que a vida passa lentamente, e a gente vai tão de repente que não sente saudades do que já passou…

Tolice é viver a vida assim, sem aventura… se é loucura, então melhor não ter razão…

 

Eu gosto tanto de você!

Já que consideramos justa toda forma de amor, quando um certo alguém desperta o sentimento é melhor não resistir e se entregar!

Pode estar certo que eu não vou me dar ao luxo de te perder! Porque o teu amor me cura de uma loucura qualquer. Deixo assim ficar subentendido… Eu quero crer no amor numa boa!

Isso é só uma ideia que existe na cabeça e não tem a menor obrigação de acontecer!

Só vamos então deixar combinado: aqui é a vida real! É muito mais do que um sonho…

Todo mundo sonha em ter uma vida boa! Há tanta vida lá fora…

Se amanhã não for nada disso, caberá só a mim esquecer! Por que tudo passa, tudo sempre passará…

Não me faça esperar, há uma certa urgência…

Hoje o tempo voa, escorre pelas mãos! E como não há tempo que volte, vamos viver tudo que há pra viver! Vamos nos permitir…

Só ouço o som da minha própria voz a repetir: SOS, solidão!

Use a sua habilidade pra dizer mais sim do que não… Tudo o que cala fala mais alto ao coração.

Já que estou em tuas mãos, faz como entenderes. Mas eu não vou me dar ao luxo de te perder!

Eu não sei viver sem ter carinho, eu não sei viver triste e sozinho, eu não sei viver preso ou fugindo, é minha (única) condição (para ser feliz!). Se isso for algum defeito, por mim tudo bem!

Tem certas coisas que eu não sei dizer…Silenciosamente eu te falo com paixão…

Assim caminha a humanidade! Voltemos à estaca zero. Fica tudo igual… Normal!

Meu coração canta feliz!

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Denise Alcântara -Socióloga e professora, pessoa livre nas ideias, no pensamento e nas atitudes. Minhas inquietações me mobilizam e motivam o meu aprendizado constante.