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Tempo

Será que é tempo de que?
Tempo de alegria?
Tempo de euforia
Ou o tempo da tristeza
Tempo de que?
O tempo não tem tempo
Não tem tempo de esperar
Mas há tempo de sonhar
Tempo de sonhar dormindo, acorda! tempo de aguardar…
O tempo não espera,
Haja tempo para viver
O tempo nos espera, pra sorrir
O tempo sempre espera
O tempo de ir é vir
Temos tempo… o tempo de amar.

Macarena Lobos –  Bela Urbana, formada em comunicação social, fotógrafa há mais de 25 anos, já clicou muitas personalidades, trabalhos publicitários e muitas coberturas jornalísticas. Trabalha com marketing digital e gerencia o coworking Redes. De natureza apaixonada e vibrante, se arrisca e segue em frente. Uma grande paixão é sua filha.
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Entre o trabalho e a Vida: A urgência do Tempo

O tempo é um professor implacável e paciente. Ele ensina lições valiosas, especialmente para aqueles que não encontram tempo para viver com qualidade.

Olho para trás e vejo minhas filhas, que a tão pouco tempo se apoiavam nas minhas saias, hoje caminhando com suas próprias forças.

O trabalho, esse devorador insaciável do meu tempo, consome meus dias e noites. E eu, o que conquistei?

Lembro-me do cheiro de comida quentinha que enchia a casa, trazendo consigo uma sensação de aconchego e amor. Hoje, esse aroma é uma lembrança distante. Comer? Só se houver tempo.

A casa, antes um refúgio limpo e organizado, agora é um campo de batalha contra a desordem. Faxina? Só quando sobra um momento. Roupas lavadas? Se der tempo.

E o trabalho continua, insaciável, consumindo cada segundo, cada minuto. As desculpas para procrastinar são muitas, mas o resultado é sempre o mesmo: menos tempo para o que realmente importa.

As saídas com minhas filhas? Antes frequentes, agora são raras. Eu, sem tempo. Elas, sem tempo. O risco de não aproveitar esses momentos é grande, e o arrependimento pode ser um companheiro constante.

Peço mais tempo, imploro por ele, mas o tempo não se dobra à nossa vontade.E então, percebo que é preciso mudar.

O tempo, com sua pedagogia silenciosa, me mostra que é necessário priorizar.

O trabalho é importante, mas não pode ser tudo. A vida não pode ser deixada para depois, para “quando houver tempo”.

Preciso reencontrar o equilíbrio, redescobrir o prazer das pequenas coisas. Sentir novamente o cheiro de comida caseira, ouvir a risada de minhas filhas, aproveitar cada momento.

O tempo é precioso e, uma vez passado, não retorna. Que essa narrativa seja um lembrete de que o tempo é um bem valioso. Que possamos aprender a usá-lo de maneira sábia, equilibrando nossas responsabilidades e prazeres, para que, ao olhar para trás, possamos ver não apenas conquistas, mas também momentos vividos com qualidade e amor.

Maria Teresa Cruz de Moraes – Bela Urbana, negra, divorciada, mãe de duas filhas moças, totalmente apaixonada por elas, seu maior orgulho. Pedagoga, psicopedagoga, especialista em alfabetização e coordenação pedagógica. Ama estudar. Está sempre envolvida em algum grupo de estudo que discuta sobre práticas escolares e tudo que acontece no chão da escola. Ah, é ariana.

 

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Associação livre: o tempo da sessão de terapia das 20h.

 

Boa tarde, como está?

– Passei bem essa se semana, e você?

– Também. O que traz você aqui hoje?

– Bem, estive pensando sobre o tempo que gasto com o trabalho. Sabe, meu contrato diz que trabalho 44 horas, mas para me manter empregado, trabalho bem mais. Mas acontece que ninguem me pediu que fizesse serão.

– Interessante, me diga mais sobre isso.

– … é como se um medo tomasse conta de mim e eu, automaticamente, meio que inconscientemente, passasse a antecipar demandas, assumir responsabilidades e me empenhasse além do que meu cargo exige para aplacar esse medo.

– Você sente que isso o torna alguem notável na equipe? Alguem produtivo? Como você percebe o resultado desse investimento pessoal?

– Sim e não. Porque ninguem me parabeniza ou me compensa por esse esforço. Da mesma forma com que ninguem me pede que fique até mais tarde ou assuma demandas que não são minhas, ninguem me compensa por esse fato. Sinto que faço isso por medo de ser demitido…

– Mas sua empresa está promovendo cortes, ou ocorreu algum fato que abalou sua estabilidade em particular?

– Pelo contrário, tudo está estável. Parece que não há risco, mas eu sinto medo.

– Vamos suspender um pouco a ideia do trabalho, e vamos pensar no tempo isoladamente. Se você não estivesse mais tempo no trabalho, o que você poderia fazer com esse tempo?

– Ficar no trânsito é uma resposta? (risos) Falando sério, se sair no horário, provavelmente ficaria preso mais tempo no trânsito, mas…

– Mas?

– Mas chegaria mais cedo em casa.

– E como soa isso para você?

– Chegaria em casa e ficaria sozinho. Meu companheiro trabalha até tarde sempre. Ele sente o mesmo que eu. Teria que pactuar isso com ele. Meus filhos estariam em seus computadores jogando… sinto que ficaria com as paredes.

– As paredes não te agradam, não é? E amigos, você não gostaria de estar com eles?

– Não os tenho mais. Só tenho contato por redes, eles estão trabalhando, sendo produtivos, diferenciais em suas carreiras e vidas. Vejo que suas vidas são perfeitas nas postagens, mas quando falamos, reclamam das mesmas coisas que eu em relação ao tempo.

– Sim, não fazem diferença. De fato, a vida é meio indiferente. Todos estão ocupando seu tempo com alguma tarefa que não é delas e ao mesmo tempo não é nossa.

– Diga mais sobre.

– Parece que perseguimos uma imagem que vemos dos outros, competindo para sermos melhores. Parece que precisamos de sucesso, iminente e total, a todo momento e assim, ao mesmo tempo que postamos as coisas bonitas que fazemos, não usufruímos delas para além da própria postagem, porque no momento seguinte, temos que dar conta de pagar as parcelas.

– Diga mais sobre…

– Parece que essa opressão invisível pega a gente por dentro e nos força a sermos produtivos, disruptivos, criativos, bem-vestidos e exemplares, enquanto não damos conta nem de preparar um almoço saudável.

– Interessante, diga algo mais.

– Sabe, sinto que o fruto do meu trabalho não chega para mim. Não digo o trabalho na empresa, mas o trabalho mesmo, o meu esforço de vida. Porque ele atende a imagem social que sinto que devo emitir, e as inseguranças que tenho em atendê-la.

– Agora não estamos falando de trabalho, nem de tempo. Estamos falando sobre autoimagem e medos, correto?

– Acho que sim. Me parece que todos são melhores que eu. Não convivo pessoalmente com eles, apenas pelas redes. Mas me parecem. E isso me soa ameaçador.

– Agora estamos falando de sociabilidade e da vida reduzida ao digital…

– Verdade. Alguem posta algo, aquele post fica gravado por anos. Aquele foi só um segundo de sucesso daquele pessoal. Mas toda vez que acesso seu perfil, só encontro esses segundos de sucesso e nenhum de fracasso. Sinto que tenho que fazer o mesmo. Porém, pensando bem, se todas as pessoas deixam gravadas e publicadas os segundo se sucessos escondendo as horas de fracasso, isso cria um mundo visível extremamente opressor, já que não conseguimos viver pessoalmente, presenciando as nuances de suas vidas. Se eu pudesse presenciar de fato que todos temos momentos de vacilação, me sentiria melhor com meus vacilos… pena que não tenho mais tempo para conviver.

– É interessante o que você traz. Começamos a falar do seu trabalho, passamos pelo tempo, pela autoimagem e pela imagem do outro, pelas questões da vida social precarizada e voltamos ao fator tempo. Não que estamos em uma conversa circular, mas sim, constatando a complexidade desse fenômeno que não é apenas seu, mas coletivo. O que você pensa sobre isso?

– O que penso sobre isso? Penso que infelizmente, de todos os pontos que falamos hoje, o único fator que não possui alternativa é o tempo. Quando perdido, não se recupera.

Ao meu trabalho, posso em algum ponto negociar. Autoimagem, preciso mediar frente a imagem do outro, me perdoar mais. Preciso investir mais na minha vida social real, com quem amo, repensando minha relação com as redes. Mas o tempo, o tempo não para.

– Pois é, a sessão foi muito boa, mas infelizmente já são 20h50. A sessões passam muito rápido, não?

– Se sinto que meus 42 anos voaram… quiçá 50 minutos. Mas foram proveitosos como em meses não sentia. Posso fazer uma última pergunta?

– Sim claro…

– Seria o tempo é relativo?

– Talvez… relativo ao que fazemos dele? Precisamos testar essa hipótese. Inclusive, hoje atendo até as 23h. Talvez eu precise pensar nisso também.

– Caramba… É… Até a próxima semana.

– Até.

Crido Santos – Professor, Arte educador e Psicanalista. De tudo que fez na vida, o que faz a mais tempo é respirar e pensar o mundo a partir do jogo de palavras e imagens, buscando o que é coletivo, belo, justo e solidário. As vezes falha nessa tarefa, mas insiste, buscando deixar um registro poético de uma tentativa de sobrepor o individualismo competitivo que traz tanta danação as gentes desse mundo.
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O tempo e a dopamina

De acordo a Revista Superinteressante, dopamina é um neurotransmissor que
causa sensação de bem-estar, e ela também é capaz de influenciar na nossa
percepção do tempo, isso ocorre em parte pelo funcionamento do sistema
límbico (área do cérebro responsável pelas emoções) assim quando
atendemos a um desejo, liberamos dopamina e quando temos alto níveis de
dopamina no organismo, geralmente achamos que o tempo passa mais rápido,
por isso temos aquela sensação de que uma semana antes das férias o tempo
demora mais para passar e que quando viajamos e estamos nos divertindo os
dias voam.

Recentemente, completei 53 anos e minhas memórias e a minha sensação do
meu tempo vivido até hoje se fizeram presentes, no transcorrer do dia do meu
aniversário, entre minhas atividades rotineiras, minha mente divagava para
tudo o que vivi, minhas conquistas, alegrias, projetos realizados, viagens que
fiz e em tudo o que quis, as pessoas que fizeram e fazem parte da minha
história e também nas coisas que não funcionaram exatamente como planejei
assim como nas ramificações e teias dessas vivências todas, ter chegado até
esse hoje me enche de alegria e gratidão, por outro lado sinto uma mescla de
expectativas que geram esperança, medo e angústia pelo devir, e entendo que
esse sentimento faz parte do viver, essa dualidade que ao longo da jornada e
dos anos experimentamos constantemente, me acalmo e sigo.

Ao fechar um e iniciar outro ciclo de vida, tenho plena consciência que o tempo
passou mais rápido do que eu jamais imaginei, ninguém controla o tempo e
nem sequer posso ter certeza de quantos ciclos ainda me restam, sei que
posso escolher como viver cada minuto que eu recebo a cada dia que abro os
olhos pela manhã, e por isso decidi que farei esforços conscientes para criar
experiências que possam aumentar meus níveis de dopamina, quero poder ter
sempre que possível essa percepção de que o tempo está passando muito
rápido e assim fazer melhores escolhas.

Para terminar, compartilho um lindo poema de Carlos Drummond de Andrade,
já que a expressão artística e criativa estimula a dopamina.

“O tempo passa? Não passa”
O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz

a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.

Leia mais em: https://super.abril.com.br/comportamento/por-que-o-tempo-
pode-passar-devagar

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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El Tiempo de lo Sagrado

El Tiempo, enigma de la vida, nos inspira y nos hace pensar en los ciclos de la naturaleza como si nuestros sueños bailaran ante las luces de una hoguera crepitante en una noche de luna brillante.

Es muy difícil definir algo sobre el tiempo, al mismo tiempo que no conocemos su verdad de manera concreta. Tenemos el impulso de vivir sin pensar en cronologías, sin darnos cuenta que el pasado, el presente y el futuro son solo los recuerdos que logramos registrar y conservar cuando el Señor del Tiempo nos envolvió en sus manos.

Desde que llegamos al mundo hemos sentido tu presencia, tu tacto, tu evidencia. Se nota a nuestro alrededor a medida que crecemos, al mismo tiempo que nuestro cuerpo cambia, todo lo que conocemos también cambia.

Sin embargo, no nos damos cuenta de que la vida continúa en sus ciclos encantadores o no tan encantadores y estos cambios nos parecen naturales siempre que nuestra percepción de los cambios no sea tan aguda debido a la costumbre y la falta de atención. También aprendemos a centrarnos en las tareas cotidianas, que consumen tiempo, y muchas veces nos sentimos obligados a apresurarnos para terminar rápido, con la ilusión de que así tendremos más tiempo libre para hacer lo que queremos.

Hasta que un día nos encontramos ante algunos asombro de la consciencia, que finalmente se da cuenta de que el tiempo ha pasado. Cuando nos miramos al espejo y vemos algunas arrugas o imperfecciones que no habíamos notado, o nos damos cuenta de que nuestro cuerpo no responde inmediatamente a las órdenes habituales, o incluso cuando algún dolor empieza a visitarnos de forma más constante.

No hace falta que pase el tiempo para darnos cuenta de lo importante que es la calidad de nuestra presencia en todo lo que hacemos. Así, la vida puede convertirse en poesía sagrada cuando nos dedicamos a cada momento como si fuera una ofrenda.

Me gustaría terminar citando a Rumi, un poeta islámico persa del siglo XIII, que nos inspira a ver la vida como una oportunidad para acceder a lo sagrado cuando ponemos amor en todo lo que hacemos.

“Deja que la belleza que amas, sea lo que haces”. Rumi

Ana Paixão – Bela Urbana, filosofa, pedagoga, palestrante e educadora que trabalha com treinamentos há mais de 10 anos

 

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O Tempo

Em tempo, percebi o tempo que passava diante de mim.
Percebi as rugas no espelho que insistiam em aparecer.
Percebi os cabelos brancos, a barba branca e tudo mais que podia acontecer.
Mas percebi também uma certa ponderação, não conformismo, apenas a visão de que as coisas são como são.

Ah, sim, percebi as crianças virarem jovens e depois adultos,
Com suas ideias e impostas convicções, cheias de certeza e de razão.
Percebi as crenças que eu tinha sendo desfeitas, uma a uma, como as folhas que caem de uma árvore.
Percebi uma presença se fortalecer como nunca, algo que não poderia ser explicado, somente sentido, que se denomina fé.

Vi rostos lindos, marcados por rugas, desencarnarem,
E vi belos anjos darem sorrisos aos olhos cansados de tanto chorar.
Vi, neste curto espaço, vitórias que foram comemoradas com lágrimas nos olhos.
Mas vi também derrotas que foram amargadas em silêncio, sem ninguém saber.
Percebi que este silêncio está escondido pela argamassa do tempo, mas ainda está lá,
Que, hora ou outra, a infiltração da memória insiste em demonstrar.

Tem coisas que o tempo me mostrou que acreditei que não iriam acontecer.
Achei que jamais veria a beleza humana nas atitudes que tornariam o mundo melhor,
Mas vi homens entregarem suas vidas em mãos unidas para ajudar o próximo.
Achei que jamais veria a compaixão, ajudar ao próximo sem a certeza de likes,
Mas vi muitos anônimos serem fortes em suas certezas, mostrando uma beleza espetacular.
Achei que jamais veria o amor indicar o caminho para as dúvidas de solidão,
Mas vi homens ajoelhados em frente às crianças, que davam suas orientações sobre o sentido da vida.

O mestre tempo me mostrou que existe uma bondade inerente dentro de cada um de nós,
E que mesmo os mais distantes podem provar do seu mel.
Olhei de forma profunda o mundo ao nosso redor e percebi que podemos nos basear nos que são bons de coração,
E entender que a maldade sempre existirá, mas que não precisamos fazer parte dela.
Imaginei-me perto demais do Criador, acreditando na criatura,
Olhando tudo ao redor e pensando que somos um segundo no universo infinito de possibilidades.
Este brilho finito deve nos fazer olhar cada sorriso como único,
Pois, indiscutivelmente, o tempo também irá levá-lo.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela mulher sorrindo.