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Ninguém perguntou se ela queria

 

Coitada da Torre Eiffel
Que faça chuva ou faça neve
Brilha
Todas as noites
Tem que estar sempre
Completamente
Inquestionavelmente
Impecável
Que não pode nem por um segundo
ser menos que perfeita

Ninguém perguntou se ela queria estar lá
Exposta
Nua
A todos os momentos da sua vida
Apenas seu exterior sendo admirado

Sem ninguém nunca questionar
Como ela se sente
De onde veio
Para onde gostaria de ir
Todas as noites
Não importa o que ela pense
Ela brilha
Pro mundo todo
Está sempre de cabeça erguida
Infalível
Brilhando

Sem ninguém sequer ter indagado
Se era isso o que ela queria
O livre arbítrio brutalmente
Tirado de suas mãos

E todas as noites ela brilha
Pontualmente
Não importam os rostos feios encarando
Ela brilha
Só se tem certeza da morte
E que de hora em hora ela estará brilhando
Para todos
Menos
para
ela
Seu destino irrefutavelmente fora do seu alcance

Apenas um objeto de admiração
Incontáveis
Turistas
Desconhecidos
Estranhos
Todas as noites
Invadindo seu espaço
Sem questionar
Sem pedir
Sem permissão

E mesmo assim
Todas as noites
Ela estará lá
De ferro
Encantadora
Prestativa
Pontual
Sem jamais se queixar
Brilhando

– este não é um poema sobre uma torre

Giulia Giacomello Pompilio – Bela Urbana, estudante de engenharia mecânica da UNICAMP, participa de grupos ativistas e feministas da faculdade, como o Engenheiras que Resistem. Fluente em 4 idiomas. Gosta de escrever poemas, contos e textos curtos, jogar tênis, aprender novos instrumentos e dançar sapateado. Foi premiada em olimpíadas e concursos nacionais e internacionais de matemática, programação, astronomia e física, além de ter um prêmio em uma simulação oficial da ONU
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Para poucos

Adrix, não é de seu tempo, mas não resisti e digo: que maravilha é viver,
Peguei todas as coisas do passado, é verdade,
Mas lembranças, posso dizer,
São adoráveis, mesmo que tenham doído de verdade.

Vivi tudo aquilo com intensidade,
Hoje é melhor, posso afirmar,
Mas no coração, com sinceridade,
As lembranças continuam a brilhar.

Do passado, poucas coisas trouxe comigo,
Mas cada lembrança, por mais que tenha doído,
É uma preciosidade, um abrigo,
Em meio ao presente, onde o melhor foi vivido.

L.C. Bocatto– Belo Urbano. Diretor do Instituto IFEM – Instituto da Família Empresária. Criador da Ferramenta de Análise Científica Individual e Familiar. Formações – Mestre em Comunicação e Mercado, MBA em Controladoria, Contador, Psicanalista Terapeuta com foco em famílias e indivíduo com problemas Econômicos (perda de riquezas) e Financeiros (saldos negativos de caixa)

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Olhar a lua

Vejo o mar e seu reflexo
A lua está em Minh’Alma
Como força motriz de meus sonhos
E por ela navego em mar perplexa
Quanto de tua força esta em cena
Nas noites de estrelas cadentes?
Oh, em ti minha Alma é plena
Em doces manhãs acordada
Sou mar em tempestades revoltas
Sou aquela no mar em sol quente
Em gotas suaves talvez
Pois o dia que cruzei seu olhar
As noites tornaram-se infinitas
E  os rochedos se desfizeram no mar
Surgiu em meu coração uma canção pequena:
Sou noite e dia nas tardes felizes
Aqueço as esperanças de lutas “vãs”
Não me acorde das poesias
Mas dá-me ocasiões serenas
Nas beiradas de tua luz que cintila
Nas odes das cantorias e oferendas
Porque partir sem teu Amor
É caminho sem luar apenas…

Ana Paixão – Bela Urbana, filosofa, pedagoga, palestrante e educadora que trabalha com treinamentos há mais de 10 anos

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A roda da vida

A roda da vida

roda

Como a roda do carro

Como a roda-gigante

Como as rodas dos carrinhos do supermercado rodam.

A vida não é uma roda, mas roda.

As vezes em cima, as vezes embaixo.

Nem tudo que roda é redondo,

mas todo objeto que roda é.

E o sujeito além de ser um ser,

pode ser um substantivo, pronome, frase nominal…

ele também roda?

Ou a roda da vida é que roda esse sujeito?

Nas voltas das rodas do mundo,

dentro dos carros, nos supermercados, nas rodas-gigantes…

Esse sujeito é você, sou eu e quem mais vivo estiver.

Adriana Chebabi  – Bela Urbana, sócia-fundadora e editora-chefe do Belas Urbanas, desde 2014. Publicitária. Roteirista. Escritora. Curiosa por natureza.  Divide seu tempo entre seu trabalho de comunicação e mkt e as diversas funções que toda mulher contemporânea tem que conciliar, especialmente quando tem filhos. É do signo de Leão, ascendente em Virgem e no horóscopo chinês Macaco. Isso explica muita coisa.

 

 

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Pertencimento

É uma gaveta funda, sem fundo, onde coloquei os sonhos, os objetos pertencentes não mais a mim, mas a um “mim” já inexistente.
“Oi!
Tudo bem?
Cheguei!
Que que você acha? O azul ou o amarelo?
Você viu meus óculos?
Adivinha quem eu encontrei!
Vamos comigo?
Quer um pouco?
Vixi…. esqueci.
Coça minhas costas?
Péra aí!
Tô morta hoje.
Faz um favor, traz uma água prá mim?
Desculpe. Foi sem querer.
Me ajuda aqui?
Bom dia!
Olha isso!
Vou tomar banho.
Eu não quero, obrigada.
Prá mim?! Amei!
Cê já escutou essa música?
Vamos pedir aquela pizza?
Que que aconteceu?
Me leva junto?
Eu te amo.
Ai! Doeu!
Tenho médico amanhã.
Que horas são?
Mas tenha santa paciência…
Quer uma mãozinha aí?
Que saudade!
Me abraca forte!
Quem ligou?
Boa noite. Dorme bem.”

Como.diz a música: “Que lugar me pertence? Prá que eu possa abandonar?”
Saudade.

Ruth Leekning – Bela Urbana, enfermeira alegremente aposentada, apaixonada por sons e sensações que dão paz e que ama cozinhar.  Acredita que amor e física quântica combinados são a resposta para a vida plena.