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4 bilhetes sobre tempo

Primeiro bilhete
12:00h – Tempo é dinheiro
Fala mano véio! Tudo certo contigo? De tempos em tempos nos vemos, mas dessa vez ficamos um bom tempo sem nos falar. Escrevo pra você enquanto espero o uber. Esperar é tempo inútil para nós. Há controvérsias, mas a falta de tempo parece uma febre. Ontem eu encontrei no self-service um amigo sem tempo. Eu disse a ele: não se afobe, com tempo tudo melhora. Não tenho tempo e pronto, disse meu amigo ao encontrar comigo. Foi bom rever esse amigo apesar da falta de tempo.

Segundo bilhete
14:30h – Depois do almoço
No sinal fechado, flutuava um rio de trânsito. Nessas horas devaneios intercontinentais para passar o tempo no calor da cidade. Pra quem sempre perde tempo com ideias desconexas, o congestionamento é ótimo para ter insights. Quanto tempo leva para organizar ideias? Às vezes é preciso atravessar o dia, talvez dez horas a contemplar nuvens pra ter um insight. Nem sempre dá certo usar fórmulas para ter ideias e como já dizia um velho papo furado do passado: quem espera, é melhor esperar sentado, porque pode ser que demore.

Terceiro bilhete
18:00h – Tempo e sono
Ao meu lado, algumas pessoas conversam sobre extraterrestres e medicina legal, enquanto isso, uma familia em trânsito passa e pede comida. Mudança de tempos climáticos e históricos. Ainda na conversa fiada ao lado o assunto agora é sobre sono:
– quanto tempo deve dormir uma pessoa;
– não perca tempo a dormir;
– durma tarde e acorde cedo;
– aluga uns dvd’s na locadora e fica das 24:0h às 5:30h a assistir filmes.

Quarto bilhete
21:00h – Tudo ao mesmo tempo
Vejo na rede social: in times of war! A naturalização da indiferença. As N guerras do século vinte e um seguem as regras da aceleração do tempo.
O tempo passou e Porto Alegre é uma cidade submersa. Tudo acontece ao mesmo tempo. Tempo esgotado. Finalmente o sono chegou.
Que nos encontremos em breve!
Boa noite!
Mano J.A

João André Brito Garboggini – Publicitário, ator e diretor teatral e tem três filhos.
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Entre o trabalho e a Vida: A urgência do Tempo

O tempo é um professor implacável e paciente. Ele ensina lições valiosas, especialmente para aqueles que não encontram tempo para viver com qualidade.

Olho para trás e vejo minhas filhas, que a tão pouco tempo se apoiavam nas minhas saias, hoje caminhando com suas próprias forças.

O trabalho, esse devorador insaciável do meu tempo, consome meus dias e noites. E eu, o que conquistei?

Lembro-me do cheiro de comida quentinha que enchia a casa, trazendo consigo uma sensação de aconchego e amor. Hoje, esse aroma é uma lembrança distante. Comer? Só se houver tempo.

A casa, antes um refúgio limpo e organizado, agora é um campo de batalha contra a desordem. Faxina? Só quando sobra um momento. Roupas lavadas? Se der tempo.

E o trabalho continua, insaciável, consumindo cada segundo, cada minuto. As desculpas para procrastinar são muitas, mas o resultado é sempre o mesmo: menos tempo para o que realmente importa.

As saídas com minhas filhas? Antes frequentes, agora são raras. Eu, sem tempo. Elas, sem tempo. O risco de não aproveitar esses momentos é grande, e o arrependimento pode ser um companheiro constante.

Peço mais tempo, imploro por ele, mas o tempo não se dobra à nossa vontade.E então, percebo que é preciso mudar.

O tempo, com sua pedagogia silenciosa, me mostra que é necessário priorizar.

O trabalho é importante, mas não pode ser tudo. A vida não pode ser deixada para depois, para “quando houver tempo”.

Preciso reencontrar o equilíbrio, redescobrir o prazer das pequenas coisas. Sentir novamente o cheiro de comida caseira, ouvir a risada de minhas filhas, aproveitar cada momento.

O tempo é precioso e, uma vez passado, não retorna. Que essa narrativa seja um lembrete de que o tempo é um bem valioso. Que possamos aprender a usá-lo de maneira sábia, equilibrando nossas responsabilidades e prazeres, para que, ao olhar para trás, possamos ver não apenas conquistas, mas também momentos vividos com qualidade e amor.

Maria Teresa Cruz de Moraes – Bela Urbana, negra, divorciada, mãe de duas filhas moças, totalmente apaixonada por elas, seu maior orgulho. Pedagoga, psicopedagoga, especialista em alfabetização e coordenação pedagógica. Ama estudar. Está sempre envolvida em algum grupo de estudo que discuta sobre práticas escolares e tudo que acontece no chão da escola. Ah, é ariana.

 

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O tempo e a dopamina

De acordo a Revista Superinteressante, dopamina é um neurotransmissor que
causa sensação de bem-estar, e ela também é capaz de influenciar na nossa
percepção do tempo, isso ocorre em parte pelo funcionamento do sistema
límbico (área do cérebro responsável pelas emoções) assim quando
atendemos a um desejo, liberamos dopamina e quando temos alto níveis de
dopamina no organismo, geralmente achamos que o tempo passa mais rápido,
por isso temos aquela sensação de que uma semana antes das férias o tempo
demora mais para passar e que quando viajamos e estamos nos divertindo os
dias voam.

Recentemente, completei 53 anos e minhas memórias e a minha sensação do
meu tempo vivido até hoje se fizeram presentes, no transcorrer do dia do meu
aniversário, entre minhas atividades rotineiras, minha mente divagava para
tudo o que vivi, minhas conquistas, alegrias, projetos realizados, viagens que
fiz e em tudo o que quis, as pessoas que fizeram e fazem parte da minha
história e também nas coisas que não funcionaram exatamente como planejei
assim como nas ramificações e teias dessas vivências todas, ter chegado até
esse hoje me enche de alegria e gratidão, por outro lado sinto uma mescla de
expectativas que geram esperança, medo e angústia pelo devir, e entendo que
esse sentimento faz parte do viver, essa dualidade que ao longo da jornada e
dos anos experimentamos constantemente, me acalmo e sigo.

Ao fechar um e iniciar outro ciclo de vida, tenho plena consciência que o tempo
passou mais rápido do que eu jamais imaginei, ninguém controla o tempo e
nem sequer posso ter certeza de quantos ciclos ainda me restam, sei que
posso escolher como viver cada minuto que eu recebo a cada dia que abro os
olhos pela manhã, e por isso decidi que farei esforços conscientes para criar
experiências que possam aumentar meus níveis de dopamina, quero poder ter
sempre que possível essa percepção de que o tempo está passando muito
rápido e assim fazer melhores escolhas.

Para terminar, compartilho um lindo poema de Carlos Drummond de Andrade,
já que a expressão artística e criativa estimula a dopamina.

“O tempo passa? Não passa”
O tempo passa? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz

a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer toda a hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama
escutou o apelo da eternidade.

Leia mais em: https://super.abril.com.br/comportamento/por-que-o-tempo-
pode-passar-devagar

Eliane Ibrahim – Bela Urbana, administradora, professora de Inglês, mãe de duas, esposa, feminista, ama cozinhar, ler, viajar e conversar longamente e profundamente sobre a vida com os amigos do peito, apaixonada pela “Disciplina Positiva” na educação das crianças, praticante e entusiasta da Comunicação não-violenta (CNV) e do perdão.
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El Tiempo de lo Sagrado

El Tiempo, enigma de la vida, nos inspira y nos hace pensar en los ciclos de la naturaleza como si nuestros sueños bailaran ante las luces de una hoguera crepitante en una noche de luna brillante.

Es muy difícil definir algo sobre el tiempo, al mismo tiempo que no conocemos su verdad de manera concreta. Tenemos el impulso de vivir sin pensar en cronologías, sin darnos cuenta que el pasado, el presente y el futuro son solo los recuerdos que logramos registrar y conservar cuando el Señor del Tiempo nos envolvió en sus manos.

Desde que llegamos al mundo hemos sentido tu presencia, tu tacto, tu evidencia. Se nota a nuestro alrededor a medida que crecemos, al mismo tiempo que nuestro cuerpo cambia, todo lo que conocemos también cambia.

Sin embargo, no nos damos cuenta de que la vida continúa en sus ciclos encantadores o no tan encantadores y estos cambios nos parecen naturales siempre que nuestra percepción de los cambios no sea tan aguda debido a la costumbre y la falta de atención. También aprendemos a centrarnos en las tareas cotidianas, que consumen tiempo, y muchas veces nos sentimos obligados a apresurarnos para terminar rápido, con la ilusión de que así tendremos más tiempo libre para hacer lo que queremos.

Hasta que un día nos encontramos ante algunos asombro de la consciencia, que finalmente se da cuenta de que el tiempo ha pasado. Cuando nos miramos al espejo y vemos algunas arrugas o imperfecciones que no habíamos notado, o nos damos cuenta de que nuestro cuerpo no responde inmediatamente a las órdenes habituales, o incluso cuando algún dolor empieza a visitarnos de forma más constante.

No hace falta que pase el tiempo para darnos cuenta de lo importante que es la calidad de nuestra presencia en todo lo que hacemos. Así, la vida puede convertirse en poesía sagrada cuando nos dedicamos a cada momento como si fuera una ofrenda.

Me gustaría terminar citando a Rumi, un poeta islámico persa del siglo XIII, que nos inspira a ver la vida como una oportunidad para acceder a lo sagrado cuando ponemos amor en todo lo que hacemos.

“Deja que la belleza que amas, sea lo que haces”. Rumi

Ana Paixão – Bela Urbana, filosofa, pedagoga, palestrante e educadora que trabalha com treinamentos há mais de 10 anos

 

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O Tempo

Em tempo, percebi o tempo que passava diante de mim.
Percebi as rugas no espelho que insistiam em aparecer.
Percebi os cabelos brancos, a barba branca e tudo mais que podia acontecer.
Mas percebi também uma certa ponderação, não conformismo, apenas a visão de que as coisas são como são.

Ah, sim, percebi as crianças virarem jovens e depois adultos,
Com suas ideias e impostas convicções, cheias de certeza e de razão.
Percebi as crenças que eu tinha sendo desfeitas, uma a uma, como as folhas que caem de uma árvore.
Percebi uma presença se fortalecer como nunca, algo que não poderia ser explicado, somente sentido, que se denomina fé.

Vi rostos lindos, marcados por rugas, desencarnarem,
E vi belos anjos darem sorrisos aos olhos cansados de tanto chorar.
Vi, neste curto espaço, vitórias que foram comemoradas com lágrimas nos olhos.
Mas vi também derrotas que foram amargadas em silêncio, sem ninguém saber.
Percebi que este silêncio está escondido pela argamassa do tempo, mas ainda está lá,
Que, hora ou outra, a infiltração da memória insiste em demonstrar.

Tem coisas que o tempo me mostrou que acreditei que não iriam acontecer.
Achei que jamais veria a beleza humana nas atitudes que tornariam o mundo melhor,
Mas vi homens entregarem suas vidas em mãos unidas para ajudar o próximo.
Achei que jamais veria a compaixão, ajudar ao próximo sem a certeza de likes,
Mas vi muitos anônimos serem fortes em suas certezas, mostrando uma beleza espetacular.
Achei que jamais veria o amor indicar o caminho para as dúvidas de solidão,
Mas vi homens ajoelhados em frente às crianças, que davam suas orientações sobre o sentido da vida.

O mestre tempo me mostrou que existe uma bondade inerente dentro de cada um de nós,
E que mesmo os mais distantes podem provar do seu mel.
Olhei de forma profunda o mundo ao nosso redor e percebi que podemos nos basear nos que são bons de coração,
E entender que a maldade sempre existirá, mas que não precisamos fazer parte dela.
Imaginei-me perto demais do Criador, acreditando na criatura,
Olhando tudo ao redor e pensando que somos um segundo no universo infinito de possibilidades.
Este brilho finito deve nos fazer olhar cada sorriso como único,
Pois, indiscutivelmente, o tempo também irá levá-lo.

André Araújo – Belo Urbano. Homem em construção. Romântico por natureza e apaixonado por Belas Urbanas. Formado em Sistemas, mas que tem a poesia no coração e com um sorriso de menino. Sempre irá encher os olhos de água ao ver uma Bela mulher sorrindo.